De volta após lesão, jovem Du Sommer avalia novo Paulistano no NBB
Aos 23 anos, Du Sommer viveu com o seu Paulistano o auge na temporada passada. Em um roteiro quase perfeito, foi campeão paulista e do NBB sendo comandado por um dos técnicos mais exigentes do país, Gustavo de Conti.
Ao mesmo tempo em que o pivô de 2,05m, natural de Mogiguaçu, São Paulo, viveu uma alegria intensa por ter conquistado o seu primeiro título nacional de expressão um pouco de dor veio. Literal e física. Sommer sofreu uma lesão no tendão do cotovelo do braço direito na semifinal contra Bauru, não jogou na decisão, passou por uma cirurgia e só retornou às quadras recentemente.
Conversei com ele sobre essa ciranda de emoções, como foi ver a decisão do NBB e este começo de temporada do lado de fora, o que ele mais aprendeu com tudo isso e como está iniciando o ano basqueteiro este renovado Paulistano, que perdeu Gustavo de Conti e três jogadores (Nesbitt, Deryk e Jhonatan) para o Flamengo.
BNC: Como está sendo esse seu retorno às quadras? Mais difícil do que você esperava?
DU SOMMER: Com certeza mais difícil. O retorno às quadras acaba sendo um pouco mais difícil do que se espera. A mente já quer fazer coisas que o corpo ainda não está 100% preparado pra fazer, mas com paciência e calma eu fui pegando o ritmo de novo e meu corpo se adaptando bem ao voltar. Sempre tive os fisioterapeutas e o preparador físico ao meu lado para me orientar e falar o que podia ou não fazer neste período de recuperação. Agora jogando de novo eu me sinto bem e confiante para o restante do NBB após vencer três das quatro partidas realizadas até aqui.
BNC: Essa temporada é a primeira do Paulistano como atual campeão, mas a primeira também sem o Gustavo. O que há de novo nisso tudo? Quais são as maiores diferenças que vocês estão vendo?
DU SOMMER: O novo nesta temporada acaba sendo por conta das mudanças do elenco e pelo nosso novo técnico, o Régis Marrelli. Não seremos o mesmo time do ano passado por todas essas mudanças que você citou, mas com certeza temos um time muito forte. Nosso objetivo é continuar brigando lá em cima. A diferença maior está no estilo de jogo do time. O Regis trouxe muito do ano passado como uma defesa forte e uma saída rápida, mas também coisas do estilo dele com jogadas mais organizadas e trabalhadas. O time está se adaptando bem e acho que esse é o caminho para seguir evoluindo.
BNC: Como foi pra você ficar de fora das quadras com a lesão? É realmente muito mais duro do que a gente imagina, né? Sua visão de basquete mudou ao analisar o jogo do lado de fora?
DU SOMMER: Ficar de fora é a pior coisa pra um atleta. Você não poder fazer aquilo que ama é realmente algo que te deixa pra baixo e te faz pensar. Ainda mais no momento que tive a lesão, com uma final pela frente. Mas, infelizmente, são ossos do ofício e faz parte do esporte. Só que, com a lesão, se tenta melhorar todo o resto possível, e uma dessas coisas foi realmente ver o jogo de fora, ter uma outra visão, um outro olhar da quadra de basquete. Isso me fez aprender mais ainda, porque agora tenho uma visão mais ampla e calma do que tinha só de dentro da quadra. Então, com certeza, esse período de lesão acabou sendo de grande aprendizado para eu refletir e aprender muito sobre o nosso esporte.
BNC: Como você, pessoalmente, tem visto esse começo de NBB? Do ponto de vista técnico, e também de fora das quadras, sem a Globo pela primeira vez. Tem gostado do que vê?
DU SOMMER: O NBB cada ano que passa se torna melhor em todos os aspectos, e com certeza evoluiu muito tecnicamente também. Hoje é difícil falar quem são os favoritos no campeonato e em quem vai chegar na final. Isso torna o campeonato mais competitivo e bonito de se ver. Sobre essa exposição que passamos a ter nas diferentes mídias nesta temporada, com a entrada de mais emissoras e o aumento de transmissões nas redes sociais, creio que isso só engrandece ainda mais o campeonato. Por ele ser mais visto, com times expondo seus patrocinadores mais vezes e podendo assim trazer novos apoiadores, o basquete só tem a ganhar com isso.
BNC: Não sei se você gosta do tema, mas neste fim de semana teremos eleições presidenciais. O que um jovem de quase 23 anos pensa sobre este momento do país? Te dá medo? Te dá esperança? Já pensou em sair do país?
DU SOMMER: É um momento que o país passa por muita incerteza, é complicado. Eu acredito que não é com ódio que se toma decisões, e ambos os lados nos trazem essa incerteza. É momento de usar a inteligência e sensatez, não a raiva, o ódio. Acredito sempre será assim que tomaremos as melhores decisões. Eu penso em sair do país, mas não por razões políticas ou por qualquer outro momento que o Brasil viva. Penso em jogar no exterior por realizações profissionais. É um desejo, mas estou completamente focado nesse processo de volta às quadras, em ajudar o Paulistano na caminhada rumo ao bi do NBB e também na conquista da Liga das Américas.
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