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Bala na Cesta

Fala, Leitor: Dinastias e Supertimes não são novidade e NBA continuará crescendo

Fábio Balassiano

07/07/2018 06h03

* Por Alexandre Setani

A preparação para a temporada 2018-2019 começou com tudo. A grande expectativa em relação às negociações de LeBron James, Paul George e Kawhi Leonard poderiam mudar o panorama da NBA deixou muitos fãs com aquela esperança de que finalmente teríamos um time para competir contra o Golden State Warriors. Mas foi só a notícia bombástica de que DeMarcus Cousins aceitou um contrato médio de 5,3 milhões de dólares por um ano para se juntar ao estrelado time de Oakland para muitos fãs demonstrarem sua revolta, alegando que a competitividade agora foi pro de vez para o espaço. Antes de entrar em pânico, respire fundo e vamos analisar a situação e conferir o que já aconteceu no passado.

Dinastias e dominância na NBA

A NBA sempre foi uma liga em que, por mais se tenha um certo nível de competitividade, foi dominada por poucas franquias. Por exemplo, a conferência Oeste, que há muito tempo é a mais forte, foi dominada por basicamente três franquias nos últimos 20 anos. Não acredita? Desde a temporada 98-99, tivemos como campeões de conferência Oeste:
• 7 vezes o Los Angeles Lakers (era Shaq & Kobe e depois a era Kobe & Gasol);
• 6 vezes o San Antonio Spurs (era Tim Duncan);
• 4 vezes o Golden State Warriors (os últimos quatro anos);
• 2 vezes o Dallas Mavericks (auge de Dirk);
• 1 vez Oklahoma City Thunder.

Na década de 80-90 a mesma dominância ocorreu no lado Leste, tendo Boston Celtics, Philadelphia 76ers, Chicago Bulls e New Knicks revezando como campeões. Por isso, não se preocupe. Dinastias e equipes dominantes aparecem de tempos em tempos e são ótimas para forçar que novas equipes surjam para disputar o trono. O Celtics e Sixers já demonstram potencial para futuramente dominarem a liga. Vai depender da competência de seus GMs.

Jogadores se juntando a times fortes (como fez Kevin Durant e agora Boogie) também não são novidades

Muitos criticam e dizem que a NBA começou a acabar quando Kevin Durant se juntou ao já fortíssimo Golden State Warriors. Eu discordo dessa afirmação por vários motivos. Primeiro, porque o que GSW constatou que para vencer LeBron James na final eles precisavam de algo a mais, pois na primeira final venceram com um Cavs bem desfalcado e na segunda final perderam para um Cavs completo.

Segundo, KD não foi o primeiro jogador de primeiro escalão a fazer esse tipo de movimento (ir para um time forte/campeão). Outros já fizeram isso, mas nem todos tiveram o mesmo sucesso que Durant e talvez por isso alguns fãs não lembrem. Por isso vou relembrar três jogadores que trocaram de times em condições muito parecidas com KD.

• Clyde Drexler: a estrela do Portland Trail Blazers perdeu na primeira rodada dos playoffs de 94 para o Houston Rockets. No ano seguinte, com os Blazers fora da disputa por um título, Drexler solicitou que fosse trocado, o que foi atendido e Drexler acabou se juntando aos Rockets (que havia eliminado ele na temporada anterior). Assim Drexler se juntou ao estrelado elenco dos Rockets que já tinham, Olajuwon, Kenny Smith, Sam Cassel, Mario Elie e Robert Horry. Os Rockets acabariam campeões em 95, dando o primeiro e único título da carreira de Drexler.
• Charles Barkley: a estrela do Phoenix Suns perdeu para os Rockets na semifinal de conferência em 1995. Na temporada 97, Barkley solicitou troca e foi parar no próprio Rockets que havia derrotado o Suns anteriormente. Mesmo com um time cheio de estrelas veteranas (Olajuwon, Drexler e Barkley) os Rockets perderam para o Utah Jazz na final de conferência e Barkley nunca ganhou um título da NBA.
• Robert Horry: conhecido como Big Shot Rob, por causa de diversas cestas em momentos decisivos, Horry que já havia ganho com os Rockets no início de carreira, fez parte dos Los Angeles Lakers na era Shaq & Kobe. Após três títulos seguidos, os Lakers perderam para o San Antonio Spurs nas semifinais do Leste de 2003. Ao final dessa temporada, Robert Horry como agente livre, não renovou com os Lakers, se juntando ao próprio Spurs, onde venceu mais dois títulos em 2005 e 2007.

Warriors + Boogie: Uma aposta só para os playoffs

DeMarcus Cousins, conhecido como Boogie, sofreu uma grave lesão no tendão de Aquiles. Pelo que foi reportado, por causa dessa lesão, quase nenhum time procurou o agente de Boogie para propor um contrato para a próxima temporada. A ideia geral é que contratar o pivozão seria um grande risco por vários aspectos: tempo de recuperação da lesão, o temperamento difícil do jogador e o próprio valor do contrato. Isso tudo é válido para a maioria das franquias, menos para uma: o Golden State Warriors. Ela é uma das únicas franquias que não dependeria imediatamente de Boogie para atingir seus objetivos, isso porque seu time principal está consolidado e garantido por pelo menos mais uma temporada.

Dessa forma, Boogie pode ficar tranquilo, buscando a melhor reabilitação possível da sua lesão. Além disso, a pressão será ainda em cima de Boogie, pois ele precisa demonstrar que sabe jogar dentro de um sistema e que se recuperou totalmente da lesão para assim buscar um contrato de valor adequado ao seu patamar de All-Star. De qualquer forma, as previsões mais otimistas são que DeMarcus Cousins deva voltar as quadras apenas em Fevereiro/2019, ou seja, já na metade final da temporada regular. Dessa forma, o impacto real dessa transação será testado lá na frente, provavelmente nos playoffs em 2019.

Se não vingar, para Golden State nada de pânico, pois todos sabemos do potencial de seu time. Méritos total para a franquia de Golden State para conseguir um contratar jogador desse nível por um valor médio de contrato.

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