Topo

Bala na Cesta

Seis motivos pra crer que Warriors e Rockets na decisão do Oeste é a final antecipada da NBA

Fábio Balassiano

10/05/2018 05h30

A rodada de ontem dos playoffs da NBA viu o Boston Celtics vencer o Philadelphia 76ers por 114-112, fechando a série em 4-1 e finalizando a formação das finais de conferência. Pelo Leste, o Celtics enfrentará, com o mando de quadra, o Cleveland Cavs, de LeBron James. Pelo Oeste, Houston Rockets e Golden State Warriors medem forças a partir de segunda-feira.

E por mais que LeBron James esteja em fase exuberante e que o Boston com sua organização tem praticado um basquete realmente incrível, é difícil não acreditar que o duelo entre Rockets e Warriors seja, na prática, a verdadeira final da liga norte-americana.

Quer entender os motivos? É só ler abaixo porque eu realmente acredito que quem ganhar de Houston e Golden State será o campeão da NBA.

1) Dois armadores excepcionais -> Chris Paul (Rockets) de um lado, Steph Curry (Warriors) do outro. Não sei se, no duelo de jogadores da posição 1, a disputa consegue ficar melhor do que isso. Paul é daqueles armadores clássicos, passadores, pensadores e, quando necessário, executor também – como foi na partida final da série contra o Donovan Mitchell quando anotou 20 pontos só no último período. Curry faz parte da nova linhagem dos armadores. Chuta muito bem, é rápido, acelera o jogo e é um dos maiores protagonistas por essa nova roupagem do basquete. O contraste de estilos entre os dois chama atenção. Ambos craques, porém muito diferentes.

2) Ataques avassaladores  -> Os dois times passaram por cima de seus rivais com 4-1 nas primeiras duas rodadas (o Rockets por Wolves e Jazz; Warriors por Spurs e Pelicans) usando aquilo que têm de melhor – os potenciais ofensivos de seus elencos. O Houston tem até 10 jogadores que podem entrar na rotação dispostos a capitalizar em cima das defesas adversárias. O Warriors, 4 possíveis Hall da Fama (Curry, Klay Thompson, Kevin Durant e Draymond Green). Até agora nenhuma marcação conseguiu encontrar uma fórmula para deter o "tiroteio" das duas franquias.

3) Reencontro de Harden e Durant  -> Kevin Durant e James Harden jogaram juntos em Oklahoma, chegaram a final no começo da década, quando o Barba era banco e KD a estrela do Thunder derrotado pelo Miami Heat em 2012. Ambos mudaram de time, Durant foi campeão em 2017 com o Warriors e Harden busca levar o seu Houston Rockets à decisão pela primeira vez em mais de 20 anos.

4) A chance de afirmação do Rockets  -> Como disse acima, o Houston Rockets não chega a uma final de NBA há mais de 20 anos. E a sua melhor oportunidade é agora. Sendo formado pelo ótimo Daryl Morey, o gerente-geral, há três, quatro anos, a franquia vê uma janela de oportunidade para vencer o Golden State Warriors agora. Os californianos não contam com Curry 100% (voltou a jogar após sequência de lesões há uma semana), não terão o mando de quadra e do outro lado verão o duo Chris Paul e James Harden jogando o fino da bola. Além disso, a rotação do Rockets é intensa, recheada de opções diferentes e a defesa do time de Mike D'Antoni é uma das melhores e mais intensas da liga. Destaques, neste quesito, para os alas PJ Tucker e Trevor Ariza, além do pivô Clint Capela.

5) Duelo de garrafão  -> Pode parecer estranho que quando temos Klay Thompson, Steph Curry, Kevin Durant, Chris Paul e James Harden voando no perímetro o duelo de garrafão chame atenção. Mas chama mesmo. Clint Capela, do Houston Rockets, é um dos jogadores que mais evoluíram nesta temporada (13,8 pontos e 10,9 rebotes) e tem sido uma máquina de tocos neste playoff (2,8/jogo). Tornou-se arma ofensiva e defensiva no Houston e é visto por seus companheiros como um verdadeiro "cadeado defensivo" para a franquia. Mesmo jovem (23 anos) consegue ter a maturidade e o discernimento para tomar boas decisões e aproveitar as situações de Chris Paul e James Harden.

Do outro lado, Draymond Green é o líder "verbal" do Warriors, o melhor defensor do time e, na prática da prática, o armador da equipe. É ele quem, na maioria das vezes, chama as jogadas e coordena as ações ofensivas da franquia. Ganhou tempo de quadra, marra, confiança e carta-branca do técnico Steve Kerr. Passou de reserva pouco utilizado por Mark Jackson a arma mais do que conhecida e letal do novo treinador. Vai sair faísca entre estes dois intensos jogadores, não há dúvida.

6) Técnicos excelentes e de estilos diferentes -> Steve Kerr (Warriors) e Mike D'Antoni (Rockets) são os treinadores que buscam chegar à final da NBA. Kerr é bicampeão da liga e nos três anos em que dirigiu o Warriors chegou a decisão em todos (em 2016 foi vice). É dono de ótima comunicação com os atletas e implementou algumas formações matadoras no Golden State Warriors. É venerado pelos atletas e sabe extrair realmente o melhor deles.

Do outro lado, D'Antoni é um dos re-criadores do estilo run-and-gun (correria) na NBA com o Phoenix Suns de Steve Nash do começo do século e desde 2 temporadas atrás no Houston Rockets mantém a sanha ofensiva lá no alto. Agora, porém, D'Antoni colocou no "pote" de suas táticas boas doses de defesa, transformando um time até pouco tempo atrás unidimensional em uma equipe forte e concentrada nos dois extremos da quadra.

Meu palpite (sem convicção alguma): Rockets vence em 7 jogos. E vocês?

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.