Topo

Bala na Cesta

NBA vê hoje raríssimo 'mata-mata' na rodada final pra decidir último classificado aos playoffs

Fábio Balassiano

11/04/2018 06h00

Crédito: AP

Foram 81 jogos até hoje na temporada regular 2017/2018 da NBA desde o dia 17 de de outubro do ano passado. Quinze dos dezesseis times já se classificaram pros playoffs, e a última vaga será decidida no melhor estilo mata-mata envolvendo, em confronto direto, as duas únicas equipes ainda com chance de chegar no momento mais importante do campeonato.

Sendo assim, Minnesota Timbwerwolves e Denver Nuggets se enfrentam em Minnesota às 21h de Brasília (ESPN exibe) em partida que vale o derradeiro passaporte para a pós-temporada do melhor basquete do mundo no melhor estilo "Wild Card", famoso jogo de "repescagem" do futebol americano. Quem vencer joga o playoff. Quem perder entra de férias na quinta-feira. Simples assim.

Apoie o blog e concorra a prêmios incríveis!

De acordo com levantamento solicitado pelo blog à NBA Brasil, este tipo de situação do duelo da última rodada ser uma espécie de mata-mata pra entrada nos playoffs ocorreu apenas duas vezes na história da liga. Em 1995, Denver Nuggets e Sacramento Kings mediram forças no Colorado. Os 102-89 classificaram os Nuggets em oitavo lugar no Oeste. Dois anos Washington (então) Bullets e Cleveland Cavs duelaram em Ohio. Os 85-81 pra turma da capital levaram o Washington à pós-temporada com a derradeira vaga do Leste.

Com a mesmíssima campanha (46-35), Wolves e Nuggets jogam pra entrar no playoff, e o mais incrível é que a vitória pode garantir não só a passagem pro mata-mata, mas quem sabe até uma posição melhor (evitando Houston Rockets e Golden State Warriors, primeiro e segundo colocados do Oeste). Com 34 derrotas estão Thunder, Pelicans e Spurs, estes que também se enfrentam nesta noite, e dependendo dos confrontos diretos envolvendo Minnesota ou Denver a oitava vaga pode mudar de mãos (ninguém quer enfrentar de cara Rockets e Warriors, vamos ser sinceros).

Crédito: Instagram Wolves

Pelo lado do Minnesota, é óbvio que a partida vale horrores – mas vale também pelo que o time já deveria ter feito. É a chance do Wolves chegar a pós-temporada pela primeira vez em 2004 e o principal motivo do time ter investido no técnico Tom Thibodeau e em nomes de peso como Jimmy Butler, Jeff Teague, Derrick Rose, Taj Gibson e Jamal Crawford para dar apoio aos jovens Karl-Anthony Towns e Andrew Wiggins. Pelo lado positivo, é a oportunidade de se juntar à elite da NBA.

Olhando pelo viés menos animador da coisa, dá pra se dizer decepcionado com o que a campanha (não) fez em 81 jogos da fase regular. A defesa tem sido BEM ruim (a segunda pior da liga, cedendo 47,5% de conversão aos arremessos dos rivais), o ataque se segura na inspiração de Towns e nas jogadas individuais de Butler, Wiggins e Teague e em nenhum momento a consistência que a gente aprendeu a ver de Thibs em Chicago se mostrou presente. Chegar à partida 82 com o famoso "vai ou racha", e obviamente sabendo do peso da ausência de quase 20 jogos de Jimmy Butler devido a lesão, não deixa de ser surpreendente pra quem queria se colocar não nos playoffs, mas já com mando de quadra neste primeiro ano com o time já bem montado.

Pro Denver vale muito o fato do time jovem / em montagem conseguir recolocar a franquia na pós-temporada pela primeira vez desde 2013. É óbvio que nomes como Gary Harris, Jamaal Murray e Will Barton, todos ainda em crescimento na liga, chamam atenção, mas é impossível não falar sobre o pivô sérvio Nikola Jokic, absurdo nesta série de seis vitórias seguidas que recolocou o Nuggets na briga pelos playoffs.

Um dos melhores passadores de toda NBA, Jokic, de 23 anos, lidera seu time em pontos, rebotes e assistências (18,2, 10,7 e 6,1), e conseguiu surreais 23,7 pontos, 13,3 rebotes e 8,2 assistências nesta sequência final de seis partidas. No jogo de segunda-feira contra o Portland em casa o camisa 15 teve 15 pontos, 20 rebotes e 11 assistências após um primeiro tempo ruim e chutando bem mal (5/14).

Jokic é um daqueles casos excepcionais de jogadores altos com chute bom, visão de jogo de armador, braços longos, frieza pra decidir e uma vontade descomunal pra seguir crescendo. Ter recrutado o pivô na segunda rodada parece ter sido o bilhete mais premiado que o Denver poderia ter tirado nos últimos anos. Sua qualidade é tão grande como passador (armador) que diminui até os problemas que o canadense Jamaal Murray possui como o (teoricamente) armador de ofício da equipe.

Se pelo lado do Minnesota o jogo desta quarta-feira vale a chance de não ser um mico imenso na temporada, pelo lado da turma do Colorado o viés é totalmente positivo, já que pouca gente imaginava que eles chegariam à partida 82 com chance de jogar o mata-mata. É óbvio que, já com a oportunidade batendo na porta ninguém quererá desperdiçar, mas o time já está no lucro total de ver na curva a chance de, talvez um ano antes do esperado, jogar o playoff.

E aí, quem será que vence logo mais? Meu palpite: o Minnesota, que tem 2-1 na série contra o Denver nesta temporada regular, ganha a partida e joga o playoff. E você, aposta em quem?

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.