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Bala na Cesta

CBB mantém brasileiros de base, e foca no monitoramento das revelações da modalidade

Fábio Balassiano

06/04/2018 07h00

Passou meio rápido no noticiário, mas a Confederação Brasileira de Basketball manteve até o final do ciclo olímpico (2020) os brasileiros de Base confirmados. Tal qual aconteceu em 2017, neste ano haverá 10 campeonatos das divisões inferiores por todo país (seis masculinos e quatro femininos). O primeiro será justamente no dia 15 de abril com o Sub-21 masculino na sede do Fluminense (RJ).

O blog conversou rapidamente com Carlos Fontenelle, Secretário Geral da entidade, e também com Alex Oliveira, o Coordenador Técnico, a respeito dos brasileiros de base, da importância dos campeonatos, dos pontos a melhorar e do motivo pelo qual há mais torneios masculinos que femininos. Confiram.

BALA NA CESTA: Ano passado houve a troca de gestão da CBB e mesmo assim o esforço da entidade pra reativar os campeonatos de base. Qual o principal diferencial dos campeonatos de base para este ano, com o novo comando há 1 ano e a parceria com o CBC mais consolidada?
CBB: Tivemos a oportunidade de trazer de volta os campeonatos de base através dos 10 que fizemos em conjunto com o Comitê Brasileiro de Clubes ano passado. O CBC lançou um edital que tinha como objetivo permitir a realização de campeonatos de clubes em âmbito nacional, sendo que o CBC entraria com a verba e a estrutura de seus afiliados. A CBB organizou, montou as categorias, conversou com todos os clubes para incentivá-los a participar do projeto, estruturou os 6 campeonatos masculinos e 4 femininos e montou as faixas etárias para que pudesse só no ano passado colocar 1400 jovens na disputa.

Após a experiência do primeiro ano, temos agora a segunda edição com mais 10 campeonatos esse ano. Conseguimos distribuir melhor as competições, obedecendo aos calendários internacional e nacional, sendo este último com relação aos jogos escolares da juventude e ao Enem. Desse jeito, conseguimos ter uma agenda fortalecida, maior número de atletas jogando e também sendo observados para as convocações. É, por exemplo, o caso do sub-21 masculino, que será disputado em abril visando o Campeonato Sul-Americano para a convocação. As federações também puderam construir melhor o calendário estadual. Outra novidade legal é a questão das estatísticas. Teremos, em todas as competições, a utilização das estatísticas oficias da FIBA. Isso nos permitirá acompanhar e formar análises mais profundas acerca dos atletas e das equipes.

Além da competição de clubes, esse ano temos, para o segundo semestre, a promessa de verba específica para que tragamos de volta os campeonatos de seleções. Ainda não sabemos quantas faixas etárias vamos conseguir contemplar, mas pelo menos duas estão decididas, a Sub-15, masculino e feminino.

BNC: Notei também que em todos os campeonatos da CBB haverá uma espécie de observador técnico pra acompanhar e também "cadastrar" as futuras revelações do basquete. Essa parte de "database", análise de dados, é algo que a CBB tem buscado fazer bastante desde que a nova gestão assumiu, certo?
CBB: É por aí mesmo. existe um acompanhamento, tanto do masculino quanto do feminino, dos responsáveis pelas seleções para identificar os jogadores que vão surgindo. Essa observação é muito importante e está acontecendo tanto no Brasil quanto no exterior. Temos um acompanhamento de atletas de base que saem para jogar no exterior, moram lá fora e podem voltar pra atuar nas nossas seleções. Foi algo que implementamos e não sai da nossa cabeça. Temos que ter o acompanhamento para que o trabalho de massificação, que ainda tem muito caminho pela frente, possa gerar frutos e também visando o desenvolvimento dos atletas. Fizemos reuniões dos departamentos de seleções e foi ressaltada a importância do acompanhamento para ampliar o banco de dados, para que futuramente possamos ter convocações baseadas realmente em números e análises dos observadores técnicos. É uma oportunidade que a CBB não pode desperdiçar, já que é a maior concentração de atletas de base e participação de importantes clubes formadores.

BNC: Há 4 campeonatos do feminino e 6 do masculino sendo realizados este ano. Tendo em vista a situação complicada do feminino, existe a intenção da entidade de igualar o número de campeonatos de base das meninas pra um futuro próximo?
CBB: Infelizmente dentro desse edital do CBC não temos como, nos próximos três anos, incluir novos campeonatos, apenas os 10 já previstos a cada edição. Tentamos espelhar o que foi feito no masculino para o feminino, mas a situação da base no feminino é tão precária que simplesmente não conseguimos fazer com que os clubes se estruturassem para disputar categorias acima dos 16 anos. Não tivemos número de equipes suficiente para fazer os campeonatos. É por isso que estamos muito preocupados com o feminino. Fizemos recentemente o Fórum do Basquete Feminino em Campinas para traçar estratégias devido a isso. Temos o projeto dos embaixadores para trabalhar na base, escolas e secretarias, com o objetivo de despertar novas atletas. Quem sabe em editais futuros e com a retomada dos campeonatos de seleções já tenhamos a condição de ter mais meninas disputando os campeonatos.

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