Entenda por que Kyrie Irving foi o responsável direto pelo caos das trocas da NBA desta quinta
Quando, em agosto de 2017, Kyrie Irving viu o seu desejo de ser trocado pelo Cleveland Cavs ser realizado ele não poderia imaginar que seria o responsável direto pelo caos que causaria no dia final de trocas da temporada 2017/2018. Mas graças a Kyrie a quinta-feira, 7 de fevereiro de 2018, foi um dos dias mais insanos que a NBA já viu em sua mesa de negociações. E dá pra explicar como o camisa 11 do Boston Celtics tem a ver com isso tudo.
No momento em que pediu para ser trocado, e um dos motivos que a imprensa americana alega é que Kyrie não queria ver seu futuro decidido pela opção ou não de LeBron James por permanecer ou sair de Cleveland, Kyrie forçou o Cleveland a encontrar o melhor acordo possível por ele. O Cavs trouxe Derrick Rose para ser reserva, Jose Calderon também pro banco e confiou que os dois elementos da troca por Kyrie manteriam a franquia de Ohio no mesmo patamar. Mas nem o armador Isaiah Thomas e nem o ala Jae Crowder foram bem em Cleveland.
E aí o Cleveland se atirou como um louco na janela de transferências da NBA, sendo a equipe mais ativa deste último dia de mercado. E como um louco, louco mesmo. Embora Isaiah seja efetivo no ataque, devido a sua altura (1,75m) e também ao péssimo esquema defensivo do técnico Tyronn Lue, ele é uma tragédia na marcação. Daí a opção do Cavs pelo armador George Hill. Ele é experiente, alto, bom marcador e principalmente passador de bola (algo que Thomas nem é tão especialista assim). Para isso o Cleveland se envolveu em uma troca tripla que enviou Iman Shumpert e Joe Johnson para Sacramento (este último já dispensado), Derrick Rose e Jae Crowder para Utah (Rose será dispensado) e Hill e o útil ala Rodney Hood (ex-Jazz) para o Cavs. A única coisa ruim disso tudo é que George Hill tem 2 anos de contrato e US$ 37 milhões ainda, um verdadeiro absurdo.
Pouco antes, o Cleveland mandou Dwyane Wade de volta pra casa, ou seja, pra Miami, onde o camisa 3 é o maior ídolo da história do Heat por uma escolha de segundo round (nada, né…). Logo no começo do dia, a primeira movimentação, com o Los Angeles Lakers enviando Jordan Clarkson e Larry Nance Jr. para Cleveland, que mandou o seu pick de primeiro round e os contratos expirantes de Isaiah Thomas e Channing Frye para a Califórnia.
O Lakers, aliás, foi muito bem, recebendo um pick de primeira rodada, dois contratos que se encerram ao final da temporada, tirando no mínimo US$ US$ 13 milhões de sua folha salarial para deixar o orçamento livre visando o mercado de agentes-livres em 2018, onde, a propósito, estarão por lá nomes como LeBron James, DeMarcus Cousins e Paul George.
Sobre Isaiah Thomas vale lembrar que ele foi o cara enviado pelo Boston quando os Celtics fecharam com Kyrie Irving. Foi trocado lesionado, se curou em Cleveland, jogou 15 partidas como um Cav e já foi trocado. Sua cabeça deve estar um caco, e a aparente ótima relação que ele tem com LeBron James não devia ser tão excelente assim.
E pra mim há 3 maneiras de explicar os movimentos do Cleveland: 1) A franquia obviamente percebeu que, do jeito que estava jogando, previsível e sem a menor energia, não iria ganhar o Leste. Preferiu agir, dar peças mais heterogêneas e diferentes para Tyronn Lue a desistir sem lutar. Justo.; 2) A franquia pode estar se preparando para a possível perda de LeBron James no mercado de agentes-livres de julho. Caso isso ocorra, já tem em Clarkson, Nance e Hood algumas peças jovens para não começar do zero; e 3) As peças que lá chegaram podem ajudar a convencer LeBron a permanecer em Cleveland no futuro.
Houve, também, muita, muita coisa mesmo. O Boston, o Boston de Kyrie Irving, fechou com Greg Monroe. O Orlando Magic despachou Elfrid Payton por uma escolha de segunda rodada (!!!!) pro Phoenix Suns. E muito mais (Bruno Caboclo merecerá um texto especial em breve).
O castelo de cartas se explica muito por Kyrie Irving, não há a menor dúvida. Ele podia não saber que quando pediu para ser trocado seria tão responsável assim pelos próximos passos da liga. Mas o fato, o fato mesmo é que aconteça o que acontecer no futuro, Irving pode ter a certeza total que não deixou pedra sobre pedra no mercado da NBA.
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