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Bala na Cesta

Só Nenê salva - temporada dos brasileiros na NBA é tímida até agora

Fábio Balassiano

13/11/2017 08h13

O começo de temporada da NBA mais maluco dos últimos anos traz uma notícia não muito agradável para os jogadores brasileiros na liga. Com exceção do veterano Nenê, nenhum dos demais participantes do melhor basquete do mundo tem conseguido espaço ou brilho em seus times.

Aos 35 anos e em sua 16ª temporada na NBA, um feito por si só absurdo de bom, Nenê participou de 10 dos 14 jogos do Houston Rockets. Não é segrego para ninguém na franquia que o técnico Mike D'Antoni preserva desde já o brasileiro para o playoff, fase mais importante do ano e na qual, em 2017, o pivô se ausentou devido a lesão. Mesmo com minutos restritos, Nenê vai indo bem pelo time texano. Em 14 minutos de média o camisa 42 tem sólidos 8,2 pontos, 66% de aproveitamento nos arremessos (um dos índices mais altos da liga) e 3 rebotes por jogo.

Os outros brasileiros, no entanto, não vão indo bem neste começo. O cenário mais esperançoso fica com Lucas Bebê. Pivô do Toronto Raptors e em seu último ano de contrato, ele tem jogado 15 minutos por partida e sua presença defensiva é elogiada pelo técnico Dwane Casey, que em vários momentos dos jogos deixa o titular Jonas Valanciunas no banco para ver o brasileiro marcando.

O problema de Lucas continua sendo seu ataque. Seus 5 pontos por jogo são quase que exclusivamente baseados em enterradas, apesar de sua recente tentativa de colocar a bola de três pontos em seu repertório, e sua irregularidade. Neste domingo contra o Boston ele jogou muito bem defensivamente com 7 rebotes e 4 tocos nos 19 minutos. Mas nas duas partidas anteriores, contra Pelicans e Bulls, ele somou apenas 2 pontos e 1 rebote nos 11 minutos em que atuou. Caso sua atuação no ataque e sua consistência melhorem, certamente ele ganhará mais tempo de quadra.

De contrato renovado e jogando em um dos piores times da NBA, esperava-se que Cristiano Felício tivesse uma temporada de explosão em quadra. No Chicago Bulls de 2017/2018, no entanto, o pivô tem números iguais (e em alguns casos piores) em relação ao campeonato anterior. Seus 4,8 pontos e 4,1 rebotes caíram para 3,5 e 3,1, respectivamente, apesar da leve subida em minutos (de 15,8 para os atuais 16,2). Nos 11 jogos do Chicago até agora ele não teve nenhuma partida com 10+ pontos ou rebotes.

Em um Bulls em reconstrução e com campanha de 2 vitórias em 11 jogos a franquia esperava que o brasileiro tivesse uma subida de produção em relação aos seus dois primeiros campeonatos. De forma enigmática, Felício publicou em seu Instagram no sábado uma mensagem com a palavra: "Mudanças". Não se sabe se foi em relação a alguma coisa pessoal ou a uma possível troca.

Os outros dois brasileiros na NBA têm cenário igualmente discreto. Bruno Caboclo, do Toronto Raptors, entrou em quadra duas vezes, somou sete minutos e ainda não pontuou. Sua passagem pela G-League, a Liga de Desenvolvimento, anima um pouco mais. Nos 35 minutos em que atuou pelo Toronto 905 ontem contra o Westchester (vitória de 92-90) Caboclo saiu-se com 22 pontos e 7 rebotes jogando como ala-pivô, função bem diferente da qual ele foi selecionado pela franquia no Draft de 2014.

Na G-League ele tem consistentes 16,3 pontos e 6,3 rebotes em 28 minutos de atuação nas três partidas em que atuou. Chamou a atenção, no entanto, quando neste domingo foi Alfonzo McKinnie (15,3 pontos e 7,7 rebotes) o chamado pelo Raptors para substituir o lesionado Norman Powell no elenco – e não o brasileiro. Torçamos para que a chance de Caboclo chegue o mais rápido possível.

Reserva no Utah Jazz e podendo ser cortado do elenco a partir de janeiro de 2018, Raulzinho jogou em apenas 7 dos 13 duelos da franquia de Salt Lake City. Em 10,1 minutos por noite nas partidas em que atuou, o armador tem tímidos 2,7 pontos e 36% nos arremessos de quadra.

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