Maduro, NBB faz evento de lançamento e comemora a décima edição

A data: 28 de janeiro de 2009. Há quase uma década era lançado oficialmente o NBB. Com Pinheiros e Flamengo na quadra, exibição pelo Sportv e uma esperança do tamanho do mundo depois de campeonatos que não terminaram e brigas bizarras entre dirigentes saía do papel a Liga Nacional de Basquete, organização que passaria a comandar o maior campeonato nacional de clubes do país. Naquela noite em São Paulo Marcelinho Machado, que se despede oficialmente do basquete na temporada 2017/2018, fez 36 pontos e o rubro-negro saiu vencedor por 90-89.

O tempo passou (em 2009 o Bala na Cesta já existia, hein…), e nesta quarta-feira, primeiro dia de novembro de 2017, a Liga Nacional organiza o evento de lançamento do NBB10 em São Paulo. E dá pra dizer que é um evento de um produto maduro, sério, reconhecido por sociedade e patrocinadores (em um momento de crise a LNB tem Avianca, Caixa, Sky, Infraero, Nike e Penalty em sua carteira de apoiadores), com quatro meios de comunicação exibindo o campeonato (os inovadores Twitter e Facebook, além de Sportv e Band) e com a NBA como principal parceira (notícia divulgada aqui em primeira mão anos atrás aliás).

A bola começa a subir no sábado (aqui o ranking de forças do campeonato) com a reedição da final passada entre Paulistano e o atual campeão Bauru (Sportv e Band exibem a partir das 14h), mas independente do que aconteça dentro da quadra já dá pra dizer que, mesmo com os naturais erros que acontecem dentro de um processo de mudança como foi o lançamento de um novo produto que atingiu um patamar diferenciado no esporte brasileiro nos últimos anos, o saldo é extremamente positivo. Como costumo dizer sempre, na turma da Liga Nacional a ideia é acertar e melhorar sempre – mesmo que com isso problemas aconteçam. Erram tentando, como dizia e ensinava Michael Jordan.

Há alguns anos (final de 2014) escrevi aqui no UOL que a chegada da NBA ao NBB era um prêmio a boa "teimosia" de pessoas como Kouros (primeiro presidente da Liga), Sergio Domeneci (primeiro e até hoje CEO da LNB), Rossi (atual presidente) e tantos outros. Foram caras que nadaram (e até hoje nadam) contra a corrente da mesmice e que, na época, deram um murro em ponta de faca ao investir no basquete nacional. Em 2008/2009, esfacelado, em um dos mais baixos graus possíveis esportivamente falando. Na época já cobria o esporte, já tinha o Bala na Cesta, e a maior missão dessa turma era provar que eles iriam fazer diferente, que eles não eram "mais do mesmo". E eles provaram. Continuam provando.

Foi criado o NBB, mas não "só" ele. Veio junto a Liga de Desenvolvimento, xodó do blog e maior torneio de base do basquete brasileiro. Veio junto, também, a Liga Ouro divisão de acesso que já colocou Mogi, Botafogo, Joinville, Caxias e tantos outros times no NBB. Vieram parcerias estratégicas e de dar orgulho a quem cobre o basquete – cito a do Starbucks no Jogo das Estrelas em 2016 em São Paulo como modelo de inovação em algo que parece simples, ou seja, proporcionar ao torcedor a melhor experiência possível em ginásios. Vieram, a reboque, títulos internacionais em Liga Sul-Americana, Liga das Américas e até mesmo o da Copa Intercontinenal (também em 2014). O respeito voltou. A credibilidade voltou. Agora, aparentemente e mesmo tendo um milhão de coisas pra fazer, dá pra surfar a boa onda (depois de muito trabalho desde 2009, que claro fique).

Ninguém, em sã consciência, é capaz de dizer que o NBB não "subiu o sarrafo" quando falamos em organização de campeonatos esportivos no Brasil (o Jogo das Estrelas deste ano em São Paulo é só um exemplo disso). O produto, já maduro, tende a crescer ainda mais com a evolução do interesse do basquete por aqui e com a modernização de processos, clubes, técnicos, imprensa, dirigentes e atletas.

A semente plantada em 2009 rendeu ótimos frutos, não há a menor dúvida. Os "teimosos" tinham razão em querer reconstruir o basquete brasileiro.