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Bala na Cesta

Selvagem, Oeste terá quatro timaços e briga intensa por vaga nos playoffs

Fábio Balassiano

11/10/2017 06h20

Ontem falei aqui da conferência Leste, e hoje é a vez de falar do fortíssimo Oeste. Oeste que terá quatro timaços (Warriors, Rockets, Thunder e Spurs), muita briga pelas outras quatro vagas aos playoffs, um time tradicional que continuará patinando (Los Angeles Lakers) e times medianos querendo mudar de patamar (Nuggets e Blazers, por exemplo).

Vamos às análises de cada um dos 15 times do Oeste então.

QUEM VAI PRO PLAYOFF

Golden State Warriors -> O atual campeão da NBA volta pra temporada 2017/2018 mais forte do que terminou o campeonato passado (se é que isso é possível). O núcleo vencedor foi todo mantido, o entrosamento só irá aumentar e no banco chegaram Nick Young e Omri Casspi para as alas. E se tem algo que os outros times precisam se preocupar é: Steph Curry, Draymond Green, Klay Thompson e Andre Iguodala têm no mínimo mais um ano de contrato. Kevin Durant, MVP das finais passada, pode sair ao final do certame, mas depois de ter sentido o gosto doce de ganhar um troféu de campeão ficou mais claro pra ele que fazer parte de uma dinastia é algo BEM possível. O Warriors tem tudo pra chegar à quarta final consecutiva de NBA.

Houston Rockets -> Outro timaço do Oeste. O Rockets valeu-se da teoria de seu gerente-geral (Daryl Morey), que diz que vale tudo pra ter uma grande estrela no elenco, e abriu mão de três bons jogadores de composição de elenco (Sam Dekker, Patrick Beverley e Lou Williams, por exemplo) para contratar Chris Paul, armador que irá formar com James Harden muito provavelmente a melhor dupla de perímetro da NBA. O Houston ainda tem o brasileiro Nenê, Clint Capela, Ryan Anderson, Eric Gordon, PJ Tucker (ótimo reforço!) e Trevor Ariza (outro brasileiro, o armador George de Paula também está no elenco pra sua primeira temporada na liga). Morey aposta na explosão de CP3 + Barba para chegar à decisão da NBA no momento em que a franquia possui novos sócios. Infelizmente pra ele, o raciocínio aplicado ao Thunder, que se reforçou muitíssimo bem também, vale pros texanos: o Golden State Warriors segue muito na frente.

Oklahoma City Thunder -> Se tem um time que se reforçou pra essa temporada, este foi o OKC. Sam Presti foi o grande vencedor das férias americanas ao abocanhar Paul George e Carmelo Anthony. Se isso não fosse o bastante, renovou por mais cinco anos com Russell Westbrook, dando claro sinal ao mercado que tentará brigar pelo título agora – e não depois. Falei disso recentemente aqui no blog, e está muito óbvio que o Thunder brigará bem forte para ser campeão já nesta temporada. Para azar da turma de Oklahoma, porém, o Golden State está pelo caminho. Dá, sim, pra ir longe, quem sabe chegar a uma final de conferência, só que ir à decisão da NBA me parece muito para um quinteto titular que terá Russ, Andre Roberson, George, Carmelo e Steven Adams.

San Antonio Spurs -> O quarto dos timaços do Oeste é também aquele que há mais tempo frequenta os playoffs. Desde 1997/1998 visitando a pós-temporada, o primeiro do mito Gregg Popovich como técnico, o San Antonio perde um pouco de espaço para este ano com o crescimento de Rockets e Thunder, além da manutenção do Warriors como o melhor time da NBA. Mas um time que tem Pop de treinador, Kawhi Leonard, Pau Gasol, LaMarcus Aldridge, Manu Ginóbili (40 anos o hermano, hein…), Tony Parker, Patty Mills e o reforço (até certo ponto inesperado) de Rudy Gay não pode ser desprezado. O Spurs continua fortíssimo, vai pro playoff e dependendo de quem enfrente até as semifinais de conferência é bem capaz de abiscoitar uma vaga na decisão do Oeste.

QUEM DEVE IR AO PLAYOFF

Los Angeles Clippers -> Quando o Clippers perdeu Chris Paul o mundo parecia desabar na segunda franquia de Los Angeles. Mas o trabalho da diretoria foi muitíssimo bem feito e chegaram por lá Patrick Beverley, Lou Williams, Milos Teodosic, Danilo Gallinari, Sam Dekker e Montrezl Harrell. O foco, agora e mais do que nunca, ficará em Blake Griffin, o dono do time e o responsável por manter a franquia no topo. Será que Blake é capaz disso tudo? Como será o encaixe dele com os novos armadores que por lá estarão?

Minnesota Timberwolves -> Outro time que foi muitíssimo bem no mercado. O Wolves trocou jovens para ter Jimmy Butler, ala que veio do Chicago, acertou com Taj Gibson, Jamal Crawford e Jeff Teague (ala e armador) e cercou suas duas jovens estrelas (Andrew Wiggins e Karl Anthony-Towns) de ótimos jogadores veteranos. O projeto do técnico Tom Thibodeau, sabemos, não é pra vencer agora (e nem é possível), mas sim dar a Towns e Wiggins lastro / rodagem para, daqui a dois, três anos estarem em condições de dominar a liga. Ao menos no papel o planejamento do Minnesota é perfeito. Chegar nos playoffs pela primeira vez desde 2004 é algo bem factível com este elenco.

QUEM BRIGA PRA IR AO PLAYOFF

Utah Jazz -> O Utah perdeu Gordon Hayward, sua maior estrela na temporada passada, e George Hill, o armador titular, mas traz novidades: Ricky Rubio para a armação, Thabo Sefolosha para comandar a defesa vindo do banco e Jonas Jerekbo (sabe-se lá pra que função). É óbvio que é um elenco menos bom que o de 2016/2017, mas Rodney Hood, Derrick Favors e Rudy Gobert têm tudo para aumentar seus números e suas performances, levando o Utah novamente aos playoffs.

Denver Nuggets -> A franquia do Colorado contratou Paul Millsap, mas a melhor notícia mesmo é que os Nuggets, que relutaram um pouco, entenderam que o excepcional pivô Nikola Jokic (22 anos) é a pedra fundamental pro futuro da equipe. O Denver está montando toda uma estrutura em volta do sérvio e promete brigar pra chegar a pós-temporada. Resta entender quem será o armador titular (Emmanuel Mudiay vai vingar ou não?) e se os jovens Gary Harris, Malik Beasley e Jamal Murray conseguirão performar bem e dar um pouco de respiro a Jokic no perímetro.

Portland Trail Blazers -> Damian Lillard e CJ McCollum continuam sendo as forças da franquia, mas dessa vez terão uma ajuda importante no garrafão com Jusuk Nurkic, pivô que chegou no meio da temporada passada e elevou o nível da equipe incrivelmente. Se Nurkic conseguir ser consistente por 82 jogos, o Portland vai aos playoffs, por mais que o elenco de apoio para cercar o trio deixe realmente muito a desejar.

New Orleans Pelicans -> O Pelicans sabe que está em uma encruzilhada. Com uma das melhores duplas de garrafão da liga com Anthony Davis e DeMarcus Cousins, o New Orleans sabe que se não conseguir levar os dois gigantes aos playoffs muito provavelmente verá os dois mais longe do time nos próximos anos. Trouxeram o armador Rajon Rondo (quando será a primeira confusão dele?) e Tony Allen para melhorar a defesa, mas obviamente ainda falta muita coisa a uma equipe que confia muito em Jrue Holiday, não mais que razoável jogador que até a temporada passada detinha todas as rédeas do time no perímetro.

Dallas Mavericks -> Talvez seja exagero colocar o Dallas aqui, mas eu não gosto de retirar Rick Carlisle, o técnico, e Dirk Nowitzki, o gênio, da equação, não. O Mavs tem um ótimo armador no calouro Dennis Smith Jr., boas opções nas alas com Wes Matthews e Harrison Barnes e uma esperança em Nerlens Noel no pivô. Talvez seja pouco pra brigar por vaga no playoff, mas acho que dá pra considerar os Mavs neste grupo aqui.

QUEM TENTA MAS NÃO DEVE IR AO PLAYOFF

Los Angeles Lakers -> O Lakers deposita suas esperanças em Lonzo Ball, mas como escrevi aqui recentemente o armador é apenas um calouro e está em seu processo formativo na NBA. Vale ficar de olho no ala Kyle Kuzma, também selecionado no último Draft, Brandon Ingram e Julius Randle, alas jovens que terão bastante espaço nesta que, segundo Magic Johnson, será a última temporada da reconstrução do LALakers. Em 2018, segundo Magic, reforços de peso virão. Em 2017/2018, pra torcida angelina, é mais sofrimento, não há dúvida disso.

Memphis Grizzlies -> Está chegando ao fim o roteiro bacana do Memphis Grizzlies. O time que tinha a defesa mais sufocante da NBA vai ficando meio despedaçado, e com as saídas de Zach Randolph, Vince Carter e Tony Allen só ficaram por lá Mike Conley e Marc Gasol, que terão que cortar um dobrado para guiar o time às vitórias. É bem verdade que chegaram Tyreke Evans e Ben McLemore para as alas, mas é muito pouco para um time que se habitou a jogar – e a jogar bem – até os playoffs. Não duvido que em algum momento da temporada Conley ou Gasol sejam envolvidos em trocas.

Phoenix Suns -> Devin Booker é excepcional, um dos alas mais promissores da liga, mas infelizmente ainda terá que esperar um pouco para jogar o primeiro playoff de sua vida. Josh Jackson, calouro, chegou para ajudá-lo, mas o Phoenix tem muito pouco a oferecer à NBA nesta temporada. Eric Bledsoe e Brandon Knight são bons, Tyson Chandler é um bom professor para Alex Len, mas o Suns não tem muito mais que isso, não.

Sacramento Kings -> O sempre disfuncional Sacramento trouxe os ótimos Bogdan Bogdanovic (sérvio que jogava na Europa e é excepcional!), o calouro De'Aaron Fox e manteve o segundanista Buddy Hield na ala. Mas ao mesmo tempo enchei o elenco com veteranos como George Hill, Vince Carter e Zach Randolph, algo que não compreendo muito bem. Na teoria a ideia é boa. Na prática sabemos como funcionam as coisas em Sacramento, né? Duas, três derrotas seguidas e a crise se instala com facilidade. Deve acontecer de novo, e Vlad Divac, o manda-chuva do basquete do Kings, deve ter a sua cabeça a prêmio a qualquer momento.

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