O tamanho do buraco do basquete feminino brasileiro: campeão da LBF, Americana pode fechar as portas
No dia 2 de maio de 2017 Americana jogava em casa a quinta partida da final da Liga de Basquete Feminino contra o Uninassau. Em uma série muito disputada, a equipe do interior de São Paulo se aproveitou do mando de quadra, fez 73-66, fechou o confronto em 3-2 e conquistou o troféu, o quarto em sete edições da LBF.
Menos de dois meses passaram e o que deveria ser continuidade de um dos melhores projetos de basquete adulto do país se transforma em preocupação. Já sem o distintivo do Corinthians com o qual jogou as últimas duas temporadas, Americana perdeu todos os patrocinadores e não conseguiu repor nenhum até o momento.
De acordo com Antonio Carlos Vendramini, técnico e recém-empossado gestor do projeto desde a saída de Ricardo Molina da função (Molina é o novo presidente da LBF e optou por sair da equipepara evitar qualquer tipo de conflito de interesse), a situação é crítica e muito provavelmente Americana não terá condições de continuar com as atividades na cidade: "Tenho tentado de tudo, mas está bem difícil. A situação econômica do país torna as coisas ainda piores, e as empresas com que tenho conversado demonstram interesse, mas não conseguem liberar a verba com a velocidade que precisamos. Tenho pouco tempo. Não está fácil", contou ao blog Vendramini, colocando esta terça-feira como o dia final para ou conseguir um aporte financeiro ou liberar as atletas para procurar outras equipes.
Vendramini afirma, por fim, que há um interesse preliminar de Campinas levar a equipe para a cidade, retomando um projeto de sucesso da década de 90. Nada, porém, é concreto, perto de estar fechado, e isso mostra bem a quantas anda a situação do basquete feminino brasileiro.
A última LBF teve 6 equipes, número baixíssimo. Destas agremiações, Americana e Uninassau eram as duas com maior investimento, melhor estrutura e melhores atletas, tanto que seus núcleos fizeram quatro das últimas cinco finais.
É de ficar absolutamente chocado ver que um projeto tão renomado como o de Americana está prestes a acabar. Pobre basquete feminino brasileiro. Há 23 anos foi campeão mundial. Nem é tanto tempo assim, vamos combinar. O tempo passou, e aparentemente nada ficou para as próximas gerações.
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