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Bala na Cesta

Botafogo ganha último jogo da Liga Ouro, e NBB terá 4 'times de camisa' em 2017/2018

Fábio Balassiano

02/07/2017 06h15

Foi disputada na sexta-feira a última partida da história da Liga Ouro. Em seu ginásio, no Rio de Janeiro, o Botafogo fez 90-68 contra o bravo time de Joinville, viu Jamaal ser coroado o MVP das finais, fechou a decisão em 3-2 e se garantiu no NBB em 2017/2018. Devido a desavenças políticas / estratégicas, a partir da próxima temporada a divisão de acesso à elite do basquete nacional será organizada pela Confederação Brasileira de Basketball, e não mais pela Liga Nacional, que abriu mão deste torneio para não entrar em atrito com a nova gestão da CBB.

Seja como for, em 2017/2018 a temporada do NBB10, desde sempre histórica e ainda mais empolgante devido a chegada alvinegra, terá "quatro times de camisa", expressão usada para mostrar que há os famosos clubes de futebol com equipes no basquete também. Além do Botafogo, Vasco, Flamengo e Vitória-BA já estão garantidos entre os 15 times que fazem parte do principal campeonato de basquete do país (mais de 25% portanto).

A volta do Botafogo à elite representa não só isso, mas sobretudo o retorno de tempos bem legais do basquete do Rio de Janeiro, que no final da década de 90 e no começo dos 2000 tinha os quatro grandes times representados na modalidade (destes, agora só o Fluminense fica de fora). A melhor imagem nisso tudo é a do capitão Arnaldinho, elo veterano entre o clube da estrela solitária de agora e de quase uma década atrás. Aos 38 anos, sua ligação com o clube é quase umbilical e por isso pudemos ver a sua emoção ao erguer uma taça tão simbólica assim.

Pouca gente lembra, mas foi no alvinegro carioca que Marcelinho Machado, hoje grande ídolo do rival Flamengo, começou a despontar para o cenário nacional. Foi a época que comecei a acompanhar o basquete daqui no ginásio, e é fácil, fácil relembrar o time do Botafogo na época. Comandado pelo brilhante Emmanuel Bomfim (um dos melhores técnicos que eu já vi por aqui!), o elenco contava com Arnaldinho, Marcelinho, Alexey, Maozão, Fred, Keith Nelson, Roberto Dias, Leo, Macetão, Chico, Diego e Marcelo (sem consultar o Google, nada, é tudo de memória mesmo!). Todos muito talentosos e apoiados por uma torcida que SEMPRE encheu de amor e carinho o ginásio de General Severiano. Era assim no começo de século. Foi assim na reta final da Liga Ouro, quando não cabia mais ninguém nas arquibancadas. Será assim sem dúvida desde o primeiro dia do NBB.

Torçamos para que desde já Liga Nacional e os complicados órgãos cariocas responsáveis (polícia, prefeitura, secretaria de esportes etc.) se organizem para termos os clássicos do NBB10, uma edição histórica (insisto), disputados aqui no Rio de Janeiros e em ginásios que condizem com a tradição e o tamanho não só dos clubes, mas da própria competição.

Torço para não vermos acontecer em 2017/2018 o que ocorreu em 20162017 quando tínhamos dois, e não três, clubes de massa. Um Flamengo x Vasco foi adiado e posteriormente disputado sem torcida. O outro, em Manaus. Tempo não falta, mas sabendo dos problemas da cidade e do Estado do Rio de Janeiro recomenda-se um pouco de pressa.

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