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Bala na Cesta

NBA e Euroliga não cedem, e FIBA tem problemão pra resolver nas eliminatórias da Copa de 2019

Fábio Balassiano

17/05/2017 13h00

A Federação Internacional (FIBA) tem um problema gigante pra resolver. Ao contrário do que muita gente pensava, a Euroliga e a NBA decidiram por fim que seus times não irão ceder jogadores, alterar o calendário ou aceitar jogos durante a temporada.

Isso quebra a espinha da FIBA em algo que ela vinha tentando fazer há cerca de um ano – transformar a Copa do Mundo de 2019 na China em um espetáculo de quatro anos, com eliminatórias começando em 23 de novembro e terminando em 25 de fevereiro de 2019 (mais informações aqui), algo comum no futebol mas totalmente fora de mão no basquete nos últimos 50 anos. A palavra final ficou a cargo de Jordi Bertomeu, presidente da Euroliga, segundo maior campeonato de clubes do planeta, a Rádio Cadena Ser, da Espanha.

"Tanto a posição da NBA quanto a da Euroliga sobre este assunto já foram tomadas há muito tempo. Tivemos uma assembléia há um ano e meio, onde as equipes decidiram que não iriam participar do novo projeto da FIBA ​​e reforço a vocês que estamos na mesma posição. Teremos uma nova reunião em julho, onde iremos discutir o calendário para a próxima temporada e não as coisas da FIBA. Este não pode ser o nosso problema. O problema é de quem marcou um calendário com uma competição absurda de seleções em que se sabe que os melhores jogadores poderão não estar. E, desculpe, mas você não pode enganar os fãs. Uma qualificação para a Copa do Mundo precisa ser organizada para que todos possam estar lá, jogar no seu melhor e isso não tem sido feito até agora. O projeto não faz sentido. Seria bom (a FIBA) reconsiderar. Há 4 anos estamos dizendo e propondo alternativas, mas parece não haver receptividade do outro lado", afirmou Bertomeu.

Deste canto estou apreensivo e curioso com o que irá ocorrer em relação ao Mundial de 2019 na China. Desde sempre me neguei a crer que NBA e Euroliga mudariam uma vírgula de seus calendários para atender aos anseios da FIBA, que não entendo o motivo de ter mudado uma "escadinha" que funcionava muito bem em todo planeta nos últimos anos (Sul-Americano, Copa América e Copa do Mundo / Olimpíada no caso do nosso continente e EuroBasket no Velho Mundo, por exemplo).

A bola está nas mãos do argentino Horacio Muratore. O presidente da FIBA criou a Basketball Champions League para tirar a força da Euroliga, mas não teve sucesso. Agora outro revés com a negativa dos clubes em ceder seus atletas. Mais uma vez os principais times do velho mundo demonstram força e parecem não estar ligando muito para que a maior entidade de basquete do planeta diz.

O que a Federação Internacional tem em mente para os próximos meses? Recuar é a alternativa?

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