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Bala na Cesta

Playoff mais emocionante da história mas agora sem tantos gigantes: o novo desafio para o NBB

Fábio Balassiano

07/05/2017 10h40

Você tem acompanhado aqui e nas redes sociais do Bala na Cesta que este playoff do NBB é o mais emocionante da história. Após uma etapa de quartas-de-final em que todos os times de campanha pior eliminaram primeiro, segundo, terceiro e quarto colocados da fase de classificação com direito a três vitórias nos jogos 5 fora de casa, as semifinais do principal campeonato de basquete do país colocam frente a frente Bauru x Pinheiros e Paulistano x Vitória. Os duelos serão analisados amanhã, bem como a participação dos técnicos para as campanhas de seus equipes, mas agora eu quero me debruçar no desafio imenso de marketing / comunicação / engajamento que a turma da Liga Nacional terá pela frente.

O motivo é muito simples. Se em todos os anos da história o NBB viu o Flamengo no mínimo na semifinal (e nos quatro campeonatos mais recentes ganhando o troféu), dessa vez o rubro-negro carioca está de fora (eliminado pelo bem armado time do Pinheiros no Rio de Janeiro na sexta-feira). Além disso, gigantes do basquete brasileiro como Franca, Mogi e Brasília tampouco figuraram entre os quatro que ainda lutam pelo caneco da temporada 2016/2017. Some-se a isso o fato importante de que, apesar da capital de São Paulo estar representada por dois clubes que têm lotado seus ginásios, Pinheiros e Paulistano não são, digamos, "times que arrastam" mídias e torcedores em noticiários, redes sociais e demais meios.

O desafio, portanto, da Liga Nacional de Basquete é o da sustentação de algo tão bacana que vimos até agora em termos de relevância, crescimento, engajamento mesmo entre fãs / torcedores e o campeonato. O playoff do NBB teve seis jogos 5 (de oito possíveis entre oitavas e quartas-de-final), emoção absurda, e recordes e mais recordes de audiência sendo quebrados em jogos exibidos no Facebook Live do NBB.

Como manter isso em uma etapa semifinal sem os gigantes Flamengo, Brasília, Mogi e Franca? Como não deixar apagar a chama do basquete, que tem crescido assustadoramente por aqui de dois anos pra cá, lá no alto com, digamos, os novos entrantes Pinheiros, Paulistano e Vitória? Como explorar e evidenciar as imagens de garotões talentosos, mas não tão conhecidos, como Lucas Dias, Yago e Georginho (pra citar apenas os rapazes do Paulistano)? Como trazer o fortíssimo projeto de Bauru para o centro da discussão? Como ativar ainda mais o Nordeste com a belíssima campanha do Vitória, primeiro time da Região a chegar tão longe na história de um NBB?

Este é, na minha modesta opinião, um desafio bom de ser discutido e enfrentado. Aparentemente estamos diante de uma baita oportunidade de oxigenar a modalidade e mostrar faces, times e situações novas em um produto que tem ótima credibilidade e receptividade no mercado. Para conseguir isso, será necessário criatividade, novas ferramentas e quem sabe algo de inovação para furar o natural bloqueio que agora existe com a ausência de alguns dos gigantes do nosso esporte.

Vamos ver, nos próximos dias, o que as competentes equipes de comunicação e marketing da Liga Nacional trazem para a mesa neste não menos emocionante jogo de tabuleiros que é o mundo do planejamento estratégico do produto NBB.

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