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Bala na Cesta

NBB pode transmitir jogo online, mas Superliga de Vôlei não. Entenda os motivos!

Fábio Balassiano

10/02/2017 06h01

murilo2Na quarta-feira à noite o jogador de vôlei Murilo, do SESI-SP, reclamou no Twitter de maneira dura e contínua sobre o fato de seu time não poder exibir um jogo da Superliga masculina no canal do YouTube da equipe (amplie a imagem para ver melhor). Seus alvos: Rede Globo e Confederação Brasileira de Vôlei, que teriam vetado a exibição da partida contra Montes Claros.

A Carol Canossa, aqui do Saída de Rede (Blog de Vôlei do UOL), explica bem os motivos, inclusive com uma entrevista com o chefão da CBV, Ricardo Trade, mas cabe uma grande reflexão: como o NBB, principal campeonato de basquete do país, tem tido tanto sucesso exibindo os jogos na Web há quatro temporadas?

lnb1Em primeiro lugar porque o acordo envolvendo Liga Nacional de Basquete, organizadora do NBB, e Rede Globo é muito claro: os jogos do campeonato podem ser exibidos apenas nas redes sociais institucionais do NBB. Ou seja: clubes não estão autorizados ainda a fazer suas transmissões (como queria o SESI-SP na Superliga de vôlei, diga-se). Foi assim, primeiro no site (institucional) e desde a temporada passada com transmissões através Facebook Live (institucional do NBB), que a LNB abriu espaço no mundo digital.

Outro ponto importante: há regras contratuais que precisam ser cumpridas para que o bom relacionamento não saia dos trilhos entre a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissões desde a primeira temporada do NBB, e Liga Nacional. Algumas delas são: NUNCA um jogo na Web/Facebook pode ser o mesmo que o transmitido pela emissora. Isso explica o fato de as transmissões do NBB "acabarem" sempre nas quartas-de-final. Nesta temporada, por exemplo, a partir da semifinal Sportv e Rede Bandeirantes exibirão todos os jogos e não faz sentido haver competição entre uma plataforma oficial da Liga e seus canais.

lnb1Outro ponto importante fala sobre os horários de transmissão na Web. Nunca uma partida será exibida no Facebook ao mesmo tempo de um jogo que está sendo mostrado no Sportv ou na Rede Bandeirantes. Estrategicamente não faria sentido, pois seria concorrência dentro de um produto que busca o mesmo espaço (novos consumidores), e juridicamente há uma trava em relação a isso.

Seguindo estas (claras) regras e fazendo um ótimo trabalho de engajamento com seu público nas redes sociais o NBB tem tido sucesso grande de audiência na atual temporada. Até o momento a média de audiência é de 30 mil pessoas por jogo, sendo o pico na partida entre Vasco e Brasília há duas semanas. Foram mais de 105 mil usuários únicos assistindo ao duelo em que o cruzmaltino bateu o time da capital federal por 85-76. No atual campeonato ao todo serão 40 jogos transmitidos via Facebook, sempre com imagem de alta qualidade (outra preocupação apontada pela CBV aliás) e narrador, comentarista, repórter e equipe de produção no ginásio.

O Vasco, responsável pelo recorde de audiência da atual temporada, traz um dado curioso: foi com ele que o NBB começou as transmissões via Facebook Live. Exibindo os jogos em seu site desde o NBB6 (2013/2014), a Liga Nacional firmou parceria com o Facebook para as finais da Liga Ouro (divisão de acesso para o NBB) através de sua plataforma de streaming (o Live). Percebendo o sucesso de audiência da decisão entre vascaínos e o Campo Mourão em 2016 (pico de audiência de mais de 80 mil pessoas), a LNB fechou novo contrato com a maior rede social do planeta para outra temporada de jogos online.

lnbÉ com este espírito, unindo qualidade, integração de plataformas e clareza para com os envolvidos (Globo e Bandeirantes principalmente), que a Liga Nacional tem conseguido não só exibir seus jogos, mas sobretudo crescer em engajamento e seguidores nas redes sociais. Atualmente são mais de 450 mil na FanPage do NBB (crescimento de mais de 170 mil nos últimos 12 meses, algo absurdo de bom!), mais de 70 mil no Instagram e 78 mil no Twitter do produto NBB.

Em seus últimos eventos e conversas com a imprensa, diretores da Liga Nacional têm deixado clara a ideia de desenvolver cada vez mais o NBB nas plataformas digitais. Pelo visto tem dado certo. Os números mostram o sucesso da estratégia e o alcance de novos fãs. Novos fãs mesmo, já que um dos focos é atingir e conquistar jovens entre 16 e 25 anos para consumir o basquete nacional.

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