Topo

Bala na Cesta

Marcando melhor, Clippers evolui, lidera o Oeste e pisa no acelerador para liderar a NBA

Fábio Balassiano

25/11/2016 01h01

clippers1Três times perderam apenas duas vezes na NBA até o momento. Os dois finalistas dos dois últimos anos estão entre eles. Cleveland Cavs e Golden State Warriors, favoritos para repetir a onda pela terceira temporada consecutiva, ninguém se surpreende. Os melhores jogadores do planeta estão lá (LeBron, Durant, Kyrie, Curry, Klay etc.), a confiança dos caras está no teto e o nível deles é realmente surreal. O outro é o Los Angeles Clippers, que tem 14-2 e lidera o Oeste jogando (atenção) o melhor basquete da liga. Ontem, no feriado de Thanksgiving nos EUA, boa parte do elenco esteve no estádio fantástico do Dallas para ver o jogo da NFL entre os Cowboys e o Washington Redskins.

clippers2Quando analisei o Clippers antes da temporada, havia chamado a atenção para duas coisas: o número de opções que o técnico Doc Rivers tem em mãos e que esta poderia (poderá?) ser a última dança do núcleo formado por Chris Paul, DeAndre Jordan e Blake Griffin. O tal senso de urgência tem feito muito bem à franquia, que marca como nunca, ataca como sempre e roda o grupo com maestria. O quinteto titular, como demonstra a foto ao lado, tem de longe a maior diferença de pontos entre todos os quintetos da liga.

doc3O incrível disso tudo é que o time de Doc Rivers, mesmo tendo as peças certas nos últimos anos, não conseguia ser uma potência defensiva, algo que todos estranhávamos. Como um grupo que tem DeAndre Jordan protegendo o aro consegue não intimidar adversários de maneira consistente? Era estranho demais, sem dúvida alguma. Em 2015/2016 levava 100,5 pontos/jogo e permitia 44% de conversão de arremessos dos rivais. Neste campeonato as coisas mudaram – e pra melhor. O Clippers reduziu o patamar para 97,1 pontos por noite (a quarta menos vazada) e 42% de acerto dos oponentes (o melhor patamar entre as 30 equipes do certame).

luc1Outro dado interessante é o número de erros forçados (15,4 por noite, o quarto mais alto do campeonato). Com os rivais desperdiçando bolas à exaustão, o agora primo rico de Los Angeles cria 17,6 pontos (16% do total) em contra-ataques, o segundo maior número da NBA. Um bom motivo para compreender essa transformação defensiva do Clippers atende pelo nome de Luc Mbah a Moute (foto). O camaronês é certamente o menos midiático dos titulares do time, mas exerce papel fundamental na marcação e dá espaço, fôlego e tranquilidade para Chris Paul e JJ Redick criarem arremessos do perímetro com mais tranquilidade.

blake1No ataque, mais crescimento. Os 104 pontos de 2015/2016 passaram para surreais 111 pontos por jogo de média nos 16 jogos disputados até agora. Blake Griffin, Chris Paul e JJ Redick continuam sendo os principais pontuadores da equipe (o trio tem 54 pontos/jogo, quase 50% do total), mas a rotação extensa que conta com Jamal Crawford (11,2), Marreese Speights (9,5), Austin Rivers (7,9), Raymond Felton, Brandon Bass e Wesley Johnson merece ser destacada. Isso que nem falei de Paul Pierce, veterano e decisivo atleta do elenco de Doc Rivers que está em seu último ano de carreira. Pierce jogou apenas duas partidas e aparentemente vai ser poupado por Doc até o mata-mata, quando poderá ajudar.

clippers10Com a melhor campanha do Oeste, o Clippers inicia hoje uma série de cinco jogos fora de casa (Pistons, Pacers, Nets, Cavs e Pelicans) tentando se manter como um dos únicos times invictos da NBA (7-0). O outro é o San Antonio. Se o objetivo é chegar na final do Oeste pela primeira vez na história da franquia que completa 35 anos nesta temporada, ter o mando de quadra e evitar o confronto contra Spurs e Warriors na semifinal de conferência. Para isso, continuar pisando no acelerador é mais do que recomendável. Com um elenco incrivelmente cheio (10 jogadores atuando 15+ minutos/jogo), dá muito bem para fazer isso sem cansar demais as peças. Olho no Clippers.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.