Cavs x Raptors na final do Leste - será que teremos embate nesta série?

Pelo terceiro ano consecutivo o Leste verá uma final de conferência envolvendo o primeiro e o segundo colocados da fase de classificação. A partir desta noite em Cleveland (21h30, com ESPN), Cavs e Raptors lutam por uma vaga na final da NBA. Vamos aos fatores importantes deste confronto:

1) Em primeiríssimo lugar: o Toronto Raptors não faz um playoff vistoso, precisou dos máximos 14 jogos (foram dois 4-3 contra Pacers e Heat), seu rival está absurdamente descansado (Cavs tem 8-0 neste mata-mata), suas duas principais estrelas aparentemente estrearam em playoff há apenas uma semana (DeMar DeRozan e Kyle Lowry), mas os canadenses estão LONGE de ser uma baba. Podem, sim, perder a primeira final de conferência da história da franquia, mas não creio que será essa surra toda que muitos estão prevendo. Vale lembrar que, embora seja algo completamente distinto, os torontinos fizeram 2-1 no Cavs na temporada regular;

2) O problema para o Toronto é que do outro lado estará o melhor elenco do Leste e um dos mais profundos da NBA. LeBron James, Kevin Love, Kyrie Irving e companhia estão descansados e sabem que são absurdamente favoritos nesta final do Leste. O mando de quadra ajuda, mas não é tudo. Desde o All-Star Game o ataque do Cleveland melhorou muito. A bola roda mais fácil, os jogadores se movimentam muito mais e Ty Lue tem usado LeBron da maneira que ele rendeu melhor em Miami – com o camisa 23 armando todas as jogadas. Com seu físico descomunal e sua inteligência acima da média LBJ é capaz de costurar a defesa para encontrar Kevin Love ou JR Smith livres para chutar, de pontuar e também de achar Kyrie Irving para desferir seus chutes. No outro extremo da quadra, Tristan Thompson está cada vez mais à vontade em ser o "cadeado defensivo" do Cleveland. Ele protege o aro, pega 715 rebotes por jogo e ainda tem físico para finalizar as jogadas de pick-and-roll. Embora o Leste não tenha apresentado ameaça real ao Cleveland, e talvez por isso a análise fique enviesada, aquele time aparentemente "aberto" na defesa e sem rumo no ataque dos últimos dias de David Blatt e do começo da Era Lue não estão mais em Ohio. Estou curioso pra ver como a segunda unidade do Toronto, que tem marcado muito bem, lidará com um ataque que tem matado bolas de fora de todos os cantos.

3) Kyle Lowry foi muito mal contra o Indiana Pacers (13,9 pontos, 31,6% nos arremessos e 16% nas bolas de três pontos), mas melhorou bastante contra o Miami Heat (23,4 pontos, 40% nos arremessos e 38,5% nos tiros longos, além de 5,9 assistências e 5,4 rebotes). Uma coisinha que pode explicar isso é que o Pacers tinha George Hill, ótimo marcador, a vigiar o armador do Toronto. Pelo Heat, Goran Dragic, que não defende tão bem assim. O que espera Lowry no Cavs? Kyrie Irving a princípio. Irving está longe de ser um exímio marcador, mas aí a força do elenco de Ohio ajuda muito. Se necessário, Iman Shumpert, ala mais alto e bem mais forte, pode sair do banco para combater Lowry. Reserva de Irving, o australiano Matthew Dellavedova já causou problemas até para Steph Curry nas finais do ano passado. Entre a vida difícil contra o Pacers e a mais confortável diante do Miami eu aposto no meio do caminho para Lowry – e isso não é um bom sinal para o Toronto.

4) Ainda não se sabe exatamente quando o lituano Jonas Valanciunas retorna da lesão no tornozelo (se é que retorna). O pivô vinha sendo o mais consistente atleta do Raptors do playoff, e muito embora o congolês Bismack Biyombo tenha jogado muitíssimo bem contra o Miami (sem Hassan Whiteside sobretudo), do outro lado agora estará Tristan Thompson, uma máquina de rebotes e alguém que não vai permitir tantos rebotes como o Toronto teve no jogo 7 contra o Miami no domingo por exemplo (foram 20 de ataque, um número absurdo!). Controlar bem a bola, pois provavelmente a equipe não terá tantas segundas chances, é portanto fundamental aos Raptors. Sei que Luis Scola foi tirado da rotação por Dwane Casey devido a sua defesa não muito boa contra o Indiana Pacers. Diante do Cavs, e de Kevin Love, será que o argentino voltará a atuar? Ou continuará no banco?

5) Para o Toronto transformar essa final em uma série efetivamente é fundamental retornar ao Canadá depois dos dois primeiros jogos em Cleveland com ao menos uma vitória. O fato de jogar sem responsabilidade alguma, pois de fato o dever de casa (de chegar à decisão do Leste) já foi feito, pode ajudar a equipe a deixar a pressão toda do outro lado, mas voltar a Toronto com 0-2 é mais do que meio caminho andado para a eliminação rápida.

Meu palpite: 4-2 Cavs. E vocês, acham o quê? Comentem!