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Bala na Cesta

Projetando Warriors x Thunder, final do Oeste que começa hoje

Fábio Balassiano

16/05/2016 01h00

curry7Começa hoje a final da conferência Oeste (todos os jogos deste lado serão exibidos pelo Sportv). A partir das 22h, Golden State Warriors e Oklahoma City Thunder decidem o ganhador da conferência mais forte da NBA e quem ficará mais próximo de ganhar o caneco mais desejado do basquete mundial. Vamos a alguns pontos importantes sobre o confronto:

1) O nome desta série é, obviamente, Stephen Curry. O MVP unânime da temporada regular também é um dos personagens deste mata-mata. Lesionado logo na primeira série contra o Rockets, retornou no jogo de semana passada contra o Portland e alucinou os Blazers com 17 pontos na prorrogação. Como estará Steph para jogar contra uma equipe absurdamente forte, atlética e com jogadores na ponta dos cascos? É uma pergunta importante. A outra é: contra o Spurs, Russell Westbrook deitou a rolou. Diante do GSW, é bem provável que Steve Kerr deixe Klay Thompson se sacrificar contra Russ, liberando Curry da missão inglória de defender o camisa 0 do Thunder. Pelo lado do OKC, o que será que Billy Donovan reserva para o MVP da temporada regular? Contra o Spurs, Donovan "deixou" Aldridge no um-contra-um o tempo inteiro diante de Ibaka para evitar que as dobras do Thunder gerassem a movimentação de bola que faz do Spurs o Spurs. Fazer isso (não dobrar) com Curry, que cria seus arremessos e é capaz de explodir facilmente com 45, 50 pontos, talvez não seja o caso.

thunder12) Não foram apenas Kevin Durant (cracaço!) e Russell Westbrook que brilharam na semifinal do Oeste. O garrafão do Thunder foi um verdadeiro espetáculo contra o San Antonio Spurs. Steven Adams fez (quem diria!) Tim Duncan de gato e sapato, e Billy Donovan fez questão de mostrar aos texanos que perto da cesta haveria muito sofrimento contra Adams e Enes Kanter. Motivo pelo qual em alguns momentos o congo-ibérico Serge Ibaka, que "espaça" muito a quadra por arremessar do perímetro, foi sacado. Com Kanter + Adams o OKC foi perigoso e conseguiu pontuar perto da cesta. A dúvida é: diante do Warriors, que joga sempre com formações mais baixinhas, Donovan manterá seus gigantes? Ou tentará adaptar seu jogo ao do GSW, retirando um dos seus pivôs e colocando um ala a mais (Dion Waiters ou Anthony Morrow) nas formações. Vale lembrar que uma das grandes qualidades deste OKC é conseguir multiplicar ações de ataque com rebotes ofensivos. A cada quatro arremessos errados, um deles se transforma em rebote ofensivo. Para uma equipe que erra demais com a bola nas mãos (devido ao jogo acelerado e genial de Russell Westbrook), ter mais e mais volume de jogo é uma grande notícia.

russ23) Do segundo ponto vem o meu terceiro. Sinceramente creio que o Thunder tenha boas chances neste duelo contra o Warriors. Mas o Oklahoma só tem chance se jogar o basquete dele, Oklahoma, na essência. Com Westbrook correndo, com Durant chutando quando achar que tem que chutar e sobretudo com ótimas jogadas para os pivôs. Ficar jogando de modo mais "baixo", retirando caras que foram muito bem contra o Spurs (Ibaka, Kanter e Adams) apenas para tentar se equiparar, em termos de altura e de velocidade, ao Golden State é algo que só beneficiará ao time de Steve Kerr. Lembro, aqui, de algo que Phil Jackson sempre fazia contra times de Don Nelson (um dos primeiros e adotar a formação com quatro abertos – o smallball – , na NBA). Quando Nelson retirava seus pivôs e colocava "nanicos", 99% dos rivais fazia o mesmo. Phil Jackson, do alto de sua inteligência, fazia o contrário com os Lakers (Shaq e Pau Gasol + Andrew Bynum). Mantinha os gigantes e "punia" Nelson por retirar os seus grandões. É exatamente isso, em minha opinião, que o Thunder precisa fazer na maior parte do tempo. Tentar pontuar ao máximo perto da cesta, mostrando ao Warriors que nem sempre a tal formação da morte (Curry, Klay, Andre Iguodala, Harrison Barnes e Draymond Green) é a mais indicada contra eles.

dray14) Qual o tamanho da importância do gordito Draymond Green nesta série? A gente sabe que ele é um dos líderes emocionais deste time, que tem uma participação ofensiva cada vez maior, mas desta vez ele medirá forças com cavalos físicos como Serge Ibaka e Steven Adams. Cavalos que estão no auge físico tanto quanto ele, Green, está. Estraçalhá-lo mental e fisicamente pode ser um preço muito caro para Steve Kerr, técnico do Golden State. Deixá-lo de fora em alguns momentos, porém, está longe de ser o indicado para o Warriors. Qual a melhor saída, então? Retirá-lo da linha de frente de combate está fora de cogitação, mas tentar fazer com que ele esteja sempre cercado de um cara grande (Andrew Bogut, Anderson Varejão ou Festus Ezeli) me parece prudente para evitar que os grandões do Thunder façam a festa perto da cesta contra Green.

Meu palpite: Warriors em sete jogos. E você, o que acha?

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