Analisando as 3 outras séries da semifinal de conferência na NBA

Bom, a segunda rodada do playoff da NBA já começou no sábado. Começou com uma surra do tamanho do mundo aplicada pelo San Antonio Spurs em cima do Oklahoma City Thunder. Os 124-92 falam por si só, e as duas equipes voltam a se enfrentar esta noite (22h30, com Sportv) também no Texas. Como já falei o que esperava deste duelo, vamos aos outros três que se configuraram depois:

Golden State Warriors x Portland Trail Blazers – Esta série começou ontem com vitória do Warriors (sem Steph Curry de novo) por 118-106 com 37 pontos de Klay Thompson e um triplo-duplo de Draymond Green (23 pontos, 13 rebotes e 11 assistências). O bizarro, de cara, é o absurdo que aconteceu no calendário, com o Portland atuando no último de sexta-feira contra o Clippers e tendo menos de 48h de descanso antes de enfrentar o Warriors. A parte física foi prejudicada, a mental também e sobretudo a preparação para se jogar contra um rival deste tamanho também. De todo modo, é o que é e na terça-feira às 23h30 há o jogo 2 de novo em Oakland.

Se por um lado foi uma grande surpresa ver o Portland chegar até esta semifinal de conferência (menor folha salarial da NBA, quatro novos titulares, apenas Damian Lillard como grande nome no início do certame), isso não garante absolutamente nada contra um time que teve 73 vitórias na fase regular.

O máximo que dá pra dizer, na verdade mesmo, é que do Blazers pode-se esperar qualquer coisa e que no Oregon, meses atrás, Damian Lillard amassou Steph Curry e o Portland bateu o Warriors (completo).

Só que pós-temporada é outra coisa, e por mais que o Warriors não tenha Steph Curry no mínimo por mais uma semana (acredito que a franquia irá segurá-la ao máximo – ou seja, enquanto a situação estiver controlada o camisa 30 fica apenas se recuperando) o elenco do Golden State é superior ao do Portland. Não será fácil, como muita gente prevê, mas ter Harrison Barnes, Andre Iguodala e Draymond Green para segurar CJ McCollum e Damian Lillard tanto no combate direto quanto nas coberturas pós-infiltrações também faz com que os Warriors levem vantagem, ao meu ver.
Meu palpite: Warriors em seis.

Cleveland Cavs x Atlanta Hawks – Esta aí foi a série final do Leste na temporada passada, lembram? Mas muita coisa mudou de um ano pra cá. O Cavs já não tinha Kevin Love. O Atlanta sofria com a lesão no joelho de DeMarre Carroll. O Cleveland trocou de técnico (saiu David Blatt, entrou Ty Lue). O Hawks era um time confiável pra caramba (hoje é difícil prever muita coisa). Só uma coisa não mudou de verdade: LeBron James e Kyrie Irving, que ajudaram a franquia de Ohio a fazer 4-0 no Atlanta em 2015, mantêm o nível de atuação em playoff lá em cima.

Eu sei que foi apenas uma série, e contra um time que teve problemas terríveis para marcar (o técnico do Detroit, Stan Van Gundy, saiu furioso com a marcação frágil de seu time e não fez questão alguma de esconder isso), mas Kyrie, LeBron e Kevin Love somam 69% dos pontos do Cavs nesta pós-temporada. O setor defensivo do Atlanta não vai dar tanta liberdade assim, a gente sabe, com Jeff Teague/Dennis Schroeder marcando a Kyrie Irving muito melhor que Reggie Jackson e Paul Millsap dando um calor em Love muito maior do que aquele que os Pistons conseguiram, mas não sei até que ponto o Hawks consegue transformar essa redução de pontos em uma série razoavelmente equilibradas.

O Atlanta sofreu horrores contra um limitado Boston Celtics. Jogou bem, de verdade, os duelos 5 e 6, quando marcou muitíssimo bem e passou bem a bola. Contra o Cavs, se não fizer isso perfeitamente, e se não tiver Kyle Korver inspirado nas bolas de fora, arrisca ser eliminado sem piedade pelo Cleveland.

Acredito que Mike Budenholder, o técnico, tenha preparado bem a equipe para o confronto que começa hoje às 20h, mas sinceramente não creio que isso faça o Cleveland ser eliminado na semifinal de conferência do Leste. Vou até mais longe: o Cavs continuará a não ser testado até a final da NBA.
Meu palpite: Cavs em cinco.

Toronto Raptors x Miami Heat – Os dois times foram às últimas consequências, viram os rivais Pacers e Hornets com chance de avançar mas encontraram uma forma de ganhar o jogo 7 em casa para chegar à semifinal de conferência. Só que por mais que os dois tenham avançado o Toronto não chega com tanta confiança assim.

É verdade que foi a primeira série vencida em mais de 15 anos, mas as performances tenebrosas de Kyle Lowry (em maior grau) e DeMar DeRozan (foi muito bem neste domingo mas na série inteira, muito abaixo do que pode render). Do outro lado o Miami viu Goran Dragic e Dwyane Wade jogando muito bem os dois últimos jogos e fazendo justamente o que a franquia espera de dois jogadores tão bem pagos assim – que nas partidas mais decisivas eles coloquem o elenco tranquilos e… decidam.

Em termos de elenco e de valores individuais creio que as franquias fiquem iguais (e quão bacana seria o reencontro de Chris Bosh, ala machucado no Miami Heat, com a torcida canadense, hein…).

O que creio que vai fazer a diferença mesmo seja a experiência do Miami. Além, claro, do fato de ter um rapaz chamado Dwyane Wade, que tem três títulos da NBA e um punhado de bolas importantes em playoff em seu currículo.
Meu palpite: Miami em seis.

Concorda comigo? Palpite você também!