Topo

Bala na Cesta

Especial Kobe Bryant: A volta por cima com os 2 últimos títulos no Lakers

Fábio Balassiano

12/04/2016 01h00

kb1Kobe Bryant, que ontem fez 13 pontos na derrota do Lakers para o Thunder (112-79) e agora está a 48 minutos de se aposentar (a ESPN exibe a despedida do astro na quarta-feira às 23h30 contra o Utah Jazz), comeu o pão que o diabo amassou depois de 2004. Após a perda do título para o Detroit Pistons com um time que contava com ele, Shaquille O'Neal, Karl Malone e Gary Payton, o ala pediu para ser trocado, a franquia não aceitou, viu Shaq sair e ganhar um título em Miami e teve o "prazer" de jogar com atletas como Smush Parker, Chris Mihm e Jumaine Jones. A vida não seria fácil. Apesar de performances individuais absurdas (média de 35 pontos em 2005/2006), avançar fundo no playoff era quase impossível sem um elenco bom ao seu lado.

bussEm uma tentativa desesperada, conversou com Jerry Buss, dono do Lakers já falecido, pedindo para que a troca proposta pelo Detroit Pistons (Rip Hamilton + Rasheed Wallace + Tayshuan Prince por ele) fosse aceita. Kobe tinha vontade de jogar para Larry Brown, comandante do Pistons, e lá, segundo ele, poderia ganhar mais um anel de campeão. Jerry Buss convidou Kobe para sua mansão, abriu uma garrafa de Whisky e disse: "Kobe, nenhum dono troca a sua melhor pedra preciosa. Você é meu diamante e não vou trocá-lo nunca. Precisamos mesmo é cercá-lo do melhor material possível".

gasol1E assim foi feito. Pau Gasol chegou, Derek Fisher retornou, Lamar Odom encontrou seu espaço e o calouro Andrew Bynum melhorava a cada dia. A melhor campanha em 2008, quando Kobe foi o MVP da temporada regular, foi reduzida a tristeza quando Bynum se lesionou com gravidade, deixando os Lakers sem pivô. A derrota para o Boston Celtics novamente colocaria o ala, que havia trocado a camisa 8 pela 24 um ano antes, na berlinda.

2009Nada, porém, como um dia após o outro. A franquia conseguiu recuperar o bom ala Trevor Ariza, viu Andrew Bynum e Pau Gasol formarem uma das duplas mais ferozes do garrafão e encheu o banco de reservas com bons jogadores (Shanno Brown e Jordan Farmar, principalmente), deixando o elenco ainda mais completo (65 vitórias). Com vitórias sobre Jazz, Rockets e Nuggets os Lakers voltariam a final. Do outro lado da quadra estaria o Orlando Magic, de Dwight Howard (eterno desafeto de Kobe). Inapeláveis 4-1 e o quarto anel nos dedos de Kobe Bryant, finalmente eleito o MVP de uma final da NBA (naquela altura estava 4-4 no duelo particular Kobe x Shaq – e isso era algo relevante para o camisa 24, obviamente).

2010No ano seguinte, a vingança. Thunder, Jazz e Suns caíram no Oeste, e o rival na decisão seria o Boston Celtics novamente. Dois anos depois os maiores rivais da história da NBA se encontrariam. O Lakers saiu atrás, voltou para Los Angeles com 2-3 e precisaria vencer as duas partidas em casa para se sagrar campeão. Assim foi feito. O agônico jogo 7 teve uma partida horrível de Kobe (6/24), mas Ron Artest (20 pontos) e Pau Gasol (19) estavam lá para garantir o bicampeonato com os 83-79 daquela noite memorável de segunda-feira, 17 de junho de 2010.

Na comemoração, em 2010, Kobe gritava com Derek Fisher, que conquistou com ele os cinco títulos da franquia: "Dinastia, Derek, Dinastia". Mal sabia ele que ali seria o último momento de glória do Lakers com ele.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.