Topo

Bala na Cesta

Especial Kobe Bryant: Após frustrações, os três primeiros títulos da NBA

Fábio Balassiano

11/04/2016 06h00

Phil JacksonA temporada 1998/1999 terminou de maneira frustrante para o Lakers. O time vinha bem, mas preferiu fazer uma troca para reforçar a ala no meio do campeonato. Glen Rice chegou para o lugar de Eddie Jones, que se foi para Charlotte depois de perder a titularidade na posição dois pra Kobe Bryant. Naquela altura dos acontecimentos, Kobe já assumira o comando técnico da franquia no perímetro e beirava os 20 pontos de média (19,9 para ser mais exato).

A INFÂNCIA NA ITÁLIA E O COMEÇO DA CARREIRA NOS EUA

kobe2Faltava, porém, alguém para lapidar o diamante (ainda) bruto. Depois de um ano sabático após a conquista do segundo tricampeonato com o Chicago Bulls o técnico Phil Jackson chegou e logo as coisas mudaram. Implementando o famoso Sistema de Triângulos, Big Phil levou a franquia a 67 vitórias na temporada regular (uma das melhores campanhas da história) com um jogo fluído no garrafão com Shaquille O'Neal (que seria o MVP inclusive), vistoso fora dele com Kobe e tendo uma defesa bem boa. Assim os Lakers entraram no mata-mata como favoritos e prontos para vencer um campeonato desde 1988.

PODCAST BNC ESPECIAL SOBRE KOBE BRYANT

riceO medo, no playoff, era saber como aquela equipe ainda em formação (técnica, tática, psicológica) iria reagir. Os três anos anteriores foram frustrantes pois, apesar das boas campanhas, o time de Del Harris (e Kurt Rambis em 1999) perdeu de maneira inapelável para Utah Jazz (duas vezes) e San Antonio Spurs.

OSCAR SCHMIDT, O ÍDOLO DO KOBE

No ano 2000, as coisas seriam diferentes por causa de Glen Rice (foto à direita), Ron Harper (armador campeão pelo Bulls) e A.C. Green, que trariam a experiência necessária a Shaq e Kobe na pós-temporada.

pip1Foi assim que os Lakers "aprenderam" a sofrer contra o Sacramento na primeira rodada (venceram por 3-2 com um solene 113-86 no jogo 5). A sombra de uma eliminação precoce foi pra longe, e na rodada seguinte bater o Phoenix Suns por 4-1 nem foi tão difícil assim.

O DRAFT E O COMEÇO DA CARREIRA NO LAKERS

Na decisão do Oeste estava o Portland Trail Blazers, que tinha um ex-comandado de Phil Jackson na franquia rival. Era Scottie Pippen, que tinha ao seu lado um timaço de bola (Rasheel Wallace, Damon Stoudamire, Steve Smith, Arvydas Sabonis e Detlef Schrempf). O confronto foi emblemático (e também muito polêmico devido a supostos erros exagerados da arbitragem). O Lakers abriu 3-1, permitiu a reação do Blazers, mas teve maturidade para fazer 89-84 com 31-13 no último período para vencer o jogo 7 (Brian Shaw, com 11 pontos, e Robert Horry, com 12, foram fundamentais) e evitar que as bruxas voltassem. Seria a primeira final em uma década.

kobe20Na decisão o encontro era com outro grande rival. Larry Bird era o técnico do Indiana Pacers, que chegava a primeira final da história da franquia com o comando, na quadra, do genial Reggie Miller (na época grande desafeto de Kobe Bryant inclusive). O Lakers abriu 2-0, parecia ter o controle total da série, mas viu o adversário ganhar o jogo 3 e levar o quarto para a prorrogação. Ali brilhou Kobe Bryant.

Com Shaq fora com seis faltas, o camisa 8 superou uma lesão no tornozelo (ele foi atingido de forma proposital pelo pouco correto Jalen Rose) para anotar 28 pontos no jogo mais importante da final.

O jogo seis, em Los Angeles, foi o da consagração. Triunfo de 116-111 com 41 pontos de Shaq e a volta dos tempos de glória para o Lakers.

kobe50O ano seguinte parecia a continuação da temporada anterior, com as entradas de Rick Fox e Horace Grant nos lugares de Glen Rice e A.C. Green, respectivamente. Com a diferença que Kobe assumiria de vez o comando na pontuação da equipe (a média dele e de Shaq foi exatamente a mesma – 28 pontos). O problema é que as vitórias diminuíram (de 67 para 56), e muita gente duvidava que o ritmo poderia melhorar no mata-mata. Mas melhorou – e muito. Com varridas em Blazers, Kings e Spurs, os Lakers chegaram à decisão contra o Sixers, onde perderam apenas um jogo, fecharam a final em 4-1, garantiram o bicampeonato e cravaram a melhor campanha da história dos playoffs (15-1).

kobe3Em 2001-2002 Derek Fisher tornou-se titular na armação, as vitórias continuaram (58 na temporada regular), mas a animosidade entre Shaq e Kobe se acentuava. Para o camisa 8, era inaceitável que o pivô chegasse em forma tão ruim a pré-temporada e que levasse o campeonato de forma, segundo Kobe, pouco comprometida. Phil Jackson cortou um dobrado para manter a concentração do time lá no alto, mas conseguiu. Uma varrida no Portland, um 4-1 no Spurs e de novo estaria o Kings pela frente. Um chute milagroso de Robert Horry no jogo 4 evitou uma catástrofe em Los Angeles, e um agônico jogo 7 em Sacramento colocou os Lakers de novo na final.

O New Jersey Nets, de Jason Kidd, esteve longe de ser um rival confiável e levou uma sonora varrida de 4-0. Seria o tricampeonato dos angelinos.

A tensão estava mais do que nunca no ar. Com Shaq sendo MVP das finais pela terceira vez seguida, era praticamente impossível fazer com que a dupla se entendesse.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.