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Bala na Cesta

O Basquete Brasileiro Chegou, por Pedro Rodrigues

Fábio Balassiano

22/03/2016 13h15

*Por Pedro Rodrigues (apresentador do Podcast BNC), direto de Mogi das Cruzes

nbb25Aconteceu no último fim de semana o Jogo Das Estrelas do NBB em Mogi das Cruzes. O que torna o evento de 2016 emblemático se deve ao fato da Liga Nacional de Basquete conseguir, em meio a um cenário conturbado no país, dar um passo para a massificação do esporte no país. Com o apoio para o evento da automotiva Renault e da Adidas, a chancela da NBA e o patrocínio das empresas Avianca, Sky, Adidas e o patrocinador master (Caixa) a LNB mostra que tem um produto sólido e que tem um caminho definido. Falou-se muito na questão da ativação das marcas que sim foram muito bem executadas, mas algumas concessões devem ser avaliadas não só com a frieza dos números, mas com um olho no que ocorreu em Mogi:

nbb61. Público no ginásio: Avaliar a venda dos ingressos seria o primeiro passo. O ticket médio, em torno de 20 Reais por dia por pessoa, fica alto para uma família com 4 pessoas. Uma primeira ideia, talvez seja de criar um "passaporte" para o evento. Compra um dia, leva o outro. Algo do gênero. O importante seria ter o ginásio cheio. O que infelizmente não ocorreu. E quem viu apenas a cobertura da TV aberta perdeu uma das melhores torcidas não só de basquete mas de qualquer esporte no país. Esta paixão não conseguiu ser transmitida no engessado segundo dia.

nbb32. Mudar a ordem dos eventos para atender a emissora da TV aberta: Os eventos do sábado, bom horário, 17 horas, com jogo das celebridades e o jogo das estrelas estava com bom público e uma atmosfera elétrica. Já o de domingo o animador tentava jogar pessoas para uma arquibancada específica porque "as atividades só iriam acontecer daquele lado". Ou seja, 2/4 do ginásio ficaram alienados das atividades de brindes. E na TV o que aparece? Arquibancada vazia. Chato. Entendo que esta concessão é importante e o evento que é sim televisivo, mas o formato precisa ser revisto. Perder uma janela destas para não mostrar os jogadores, os famosos Highlights, estatísticas e uma boa e não somente funcional apresentação dos mesmos. Fica a pergunta: uma pessoa normal sabe que ocorreu em Mogi? Não vale negociar uma inserção de 10 a 15 segundos na revista televisiva do domingo? Ou liberar somente os melhores momentos para outras emissoras? Não vale mostrar pelo menos o campeonato de enterradas com a excelente disputada vencida com maestria pelo menino Mogi do Paulistano?

nbb203. Jogo das Celebridade: Não vejo o jogo das Celebridades como uma concessão muito ruim. O jogo em si não prima pela técnica mas mata-se a saudade de ver um ex-atleta em ação, e neste ano jogaram o Danilo e o Cadum, e pela curiosidade de ver as celebridades em quadra. A Liga teve uma boa sacada chamando jovens celebridades do YouTube, que atingiu em cheio o público de 11 a 14 anos. Ponto pela visibilidade. Para o jogo? A conferir. É uma pelada de fim de ano com os amigos mas devo dizer que tem um comentarista que pode dar aula para muito pivô da NBA como bater lance-livre.

harper4. Jogo das Estrelas: Não sei se já é hora de reavaliar o conceito de NBB Brasil versus NBB Mundo. Este ano o time Mundo precisou de mais dois jogadores locais para fechar o elenco. Minha sugestão seria encarar o jogo com os melhores jogadores de basquete do país e porque não incluir algumas meninas da LBF? Ah sim, este ano o time Mundo teve o reforço do 5 vezes campeão da NBA Ron "Hollywood" Harper. Ultra simpático com todos, jogou uns 7 a 10 minutos cm alguns arremessos de fora. Legal a ideia.

nbb7No cômputo geral mais acertos do que erros. A Liga Nacional mostra com seriedade, suor e coração que é possível fazer esporte no Brasil. Todos, absolutamente todos, os dirigentes têm o discurso alinhado e metas definidas. Espero que agora com os patrocínios os gestores se permitam a inovar um pouco mais, pensar fora da caixa. Quando não se tem dinheiro a margem para erro é alta. Com algum dinheiro dá para pensar em coisas diferentes. E quem sabe não testar na LBF ou na Liga Ouro estas ideias. O basquete brasileiro chegou!

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