Liga Ouro começa, e Ginástico vence Vasco fora de casa em jogo emocionante
Foi uma bela manhã de basquete em São Januário. Não tanto pela qualidade técnica do jogo em si, e nem poderia ser diferente, pois era uma partida de estreia, com todos os componentes de ansiedade que a gente sabe que existem, mas pela emoção da partida e pelo que ela representava. Era a volta do Vasco, que ganhou quase tudo no final do século passado e no começo deste, a uma competição nacional depois de mais de uma década. Era o começo, para cariocas e mineiros do Ginástico, do sonho de chegar ao NBB (o campeão da Liga Ouro jogará o campeonato em 2016/2017). No final, vitória do Ginástico por 79-76 na prorrogação em peleja que foi exibida pelo site da Liga Nacional e que contou com imensa audiência (números serão divulgados posteriormente, mas a prévia foi bem boa).
Não sei exatamente o público e nem a capacidade do ginásio de São Januário, mas foi emocionante notar que estava absolutamente lotada a reformada quadra (e com torcedores que aplaudiram a equipe no final, mesmo com a derrota, em bela prova de apoio e de compreensão do esforço do elenco do treinador Cristiano Pereira). Se pudesse arriscar, diria que havia ali entre 750 e 900 pessoas contando as que, no andar de cima, viam o duelo em pé (número maior do que muitos jogos de NBB…). Nota 10, portanto, para uma galera que foi se reencontrar com uma antiga paixão (o basquete) e que apoiou a sua equipe. E apesar da derrota, os vascaínos que trocaram a praia pelo quentíssimo programa matinal em São Cristováo, bairro imperial da Zona Norte do Rio de Janeiro, não se arrependeram.
Muito ansioso, o Vasco não conseguiu jogar muito bem no primeiro período. Precipitava ataques, errava rotações na defesa e acelerava o jogo sem muito sucesso. O Ginástico, sob o comando dos experientes Fred (15 pontos e 5 assistências – na foto ao lado com a camisa 9) e Fernando Mineiro (ele, em sua oitava temporada pelo NBB, joga pelo seu oitavo time diferente, algo incrível), não tinha nada a ver com isso e abriu 16-9. O segundo quarto começou e o time crumaltino veio com Marcellus do banco. Muito bem, o ala-armador (19 pontos ao todo) comandou a reação, empatou o time quando restavam dois minutos, mas os mineiros mantiveram a postura e saíram para o intervalo vencendo por 32-27.
Na volta do vestiário o Vasco pareceu mais acordado. Fez 26-17 no período, viu Robby Collum anotar 10 de seus 18 pontos, foi novamente comandado por Marcellus (foto ao lado) e levou a torcida ao delírio. Aparentemente o retorno do time seria com vitória. Do outro lado, porém, o Ginásico não pensou em desistir. A equipe, mesmo sem os rodados Alírio e Wanderson (lesionados), se valeu do melhor preparo físico e do entrosamento (treina há mais de seis meses; os vascaínos, há dois), reagiu com 18-14 nos 10 minutos derradeiros e teve, com o placar empatado em 67, a bola do jogo nas mãos de Fred. O armador infiltrou, mas levou toco e a bola sequer chegou à cesta.
Na prorrogação o brilho ficou todo com o garoto Lucas Avelino (foto). Formado nas categorias de base de Bauru, onde ganhou o título da Liga de Desenvolvimento em Brasília anos atrás, o ala, que terminou com 12 pontos, fez 8 dos 12 pontos do seu time, colocou o Ginástico em condição de vencer a peleja e mostrou ótimo potencial físico e boa capacidade técnica.
Muito nervoso e sentindo o cansaço, o Vasco tentava, mas não conseguia anotar cestas no tempo extra. No final, com 78-76 a favor dos mineiros, Fernando Mineiro errou dois lances-livres, Hélio teve a chance de virar para os cariocas, mas a bola rodou no aro e não entrou (vídeo abaixo). Lucas Avelino ainda acertou um lance-livre derradeiro, dando números finais à abertura da Liga Ouro.
A vitória acabou ficando justa nas mãos do Ginástico, que se coloca em boa posição para o jogo de segunda-feira (19h30 também em São Januário). Vale destacar, aliás, o nome do técnico Jefferson Teixeira. Os mineiros foram muito bem armados pelo treinador, que estava bem calmo (menos no lance em que substituiu e falou cobras, lagartos, tigres e leões para um atleta), dando boas instruções e rodando bem a equipe (evitando que o calor gerasse excessivo impacto em seus atletas). Em começo de trabalho, o Vasco mostrou que ainda precisa evoluir muito (natural) para alcançar o objetivo de chegar à elite do basquete brasileiro.
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