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Bala na Cesta

Armador Ricardo Fischer segue em evolução e pede passagem na seleção

Fábio Balassiano

24/02/2016 01h45

fischer1No dia 25 de janeiro de 2011 escrevi, ainda na casa antiga, sobre a ida de Ricardo Fischer para São José. Terminei o texto assim: "Sorte para o menino de 19 anos! Ele tem futuro!". Dez dias depois ele estreou pelos joseenses e fez 11 pontos, chamando ainda mais a atenção de todos que o acompanhavam desde seu retorno da Europa para o Barueri (onde foi campeão Paulista juvenil e melhor jogador do campeonato de 2010). Era apenas o começo de uma trajetória que este blogueiro sempre acompanhou com atenção por acreditar que o rapaz de 1,83m e cabelo enfezado tinha um futuro imenso na modalidade.

fischerQuem acompanha este espaço já leu inúmeros textos sobre Ricardo Fischer (aqui tudo do blog sobre ele), e o que sempre me intrigou muito (positivamente falando) é o fato de que sua evolução não para (ainda bem!). Após dois NBB's aprendendo com Fúlvio em São José, a mudança para Bauru (está lá há quatro temporadas).

Vi o título da Liga de Desenvolvimento em 2013 ao lado de seu amigo Gui Deodato. Os títulos por Bauru da Liga das Américas, Sul-Americana e Paulista em 2014/2015 já como comandante principal do time no lugar do seu também amigo Larry Taylor. E ano passado, no começo da temporada 2015/2016, as apresentações excepcionais contra o Real Madrid no Mundial Interclubes e o jogo contra o Knicks na NBA (triplo-duplo no Madison Square Garden). Escrevi, à época, que sua evolução já tinha inclusive chegado no teto em solo brasileiro, assunto reforçado no Podcast do qual ele participou na semana passada aliás.

fischerPara seguir crescendo no basquete (ou em qualquer esporte) não há segredo e com Ricardo Fischer não foi diferente. Com todos que converso a análise é sempre a mesma: ele é um tarado por treinamento e um estudioso do jogo. Não é coincidência, portanto, que esteja sempre colocando pedrinhas em sua caixa de ferramentas (seja ela na parte técnica ou física – em ambas ele melhorou muito de dois, três anos pra cá), tornando-se um atleta cada vez mais completo e pedindo passagem na seleção brasileira em um período crucial do ano – finais de Liga das Américas e playoffs do NBB. É o famoso "está crescendo no momento certo".

fischer1O jogo de domingo contra o Quimsa reforçou essa maturidade e a capacidade que o armador foi criando ao longo do tempo para decidir quando sua equipe mais necessita. Precisando vencer por seis pontos, Bauru não tinha em Alex, Day e Jefferson as bolas de segurança para chegar aos seis pontos de diferença. Com Hettsheimeir marcado por Battle, coube a Ricardo Fischer assumir a partida, anotando pontos, quebrando a marcação adversária e ainda encontrando espaço para servir a Hettsheimeir após os bloqueios. Foi uma atuação magnífica, com 26 dos 73 pontos de Bauru saindo de suas mãos (um terço praticamente), e uma prova de maturidade e personalidade acimas da média.

fischer4Ricardo Fischer passou pela LDB, pegou um NBB mais estruturado e em crescimento e por conta de suas atuações excelentes em solo nacional foi campeão Pan-Americano pela seleção brasileira em 2015. É seguramente um produto do meio (do, digamos, novo formato de basquete implementado pela Liga Nacional por aqui), mas se não fosse a sua tara por seguir sempre evoluindo suas atuações teriam estacionado em algum momento de sua (ainda) curta carreira.

fischer2Não é o caso. Inquieto, Fischer é um garoto novo (24 anos), que tem muita margem de crescimento ainda (sua defesa pode ser ainda mais atuante, tema que será falado por Rubén Magnano certamente em todos os treinos com a equipe nacional) e que não para de evoluir.

Jogar pela seleção brasileira na Olimpíada seria um prêmio pelo que ele tem feito e uma porta aberta para, no futuro, termos na armação brasileira dois armadores tão diferentes e com trajetórias bem bonitas – ele e Raulzinho.

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