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Bala na Cesta

Mais um capítulo no mar de lama da CBB - Eletrobras processa entidade

Fábio Balassiano

10/10/2015 01h35

cbbNão é surpresa para ninguém que acompanha este blog com frequência há tempos que o mar de lama que a Confederação Brasileira se meteu nos últimos anos é imenso (eu diria que infinito).

Choca (como sempre choca quando lemos este tipo de coisa), mas não surpreende a notícia que o companheiro Lucio de Castro publicou ontem mesmo aqui no UOL: a Eletrobras, antiga patrocinadora por quase uma década, está processando a CBB devido a (segundo a estatal) má utilização das verbas federais por parte da entidade presidida por Carlos Nunes. A empresa do governo pede um montante de R$ 4,1 milhões e não custa lembrar que a Confederação Brasileira fechou o ano de 2013 devendo módicos R$ 13 milhões e que desde 2009 vem fechando no vermelho as suas linhas financeiras.

nunes1Por isso creio que seja importante lembrar um pouco dos últimos capítulos do casamento envolvendo Eletrobras e a Confederação Brasileira.

No dia 10/05/2012 publiquei aqui na análise do Balanco Financeiro da Confederação que a estatal "deduziu R$ 825.707 da parcela contratual de 2012 alegando que a entidade máxima utilizou este dinheiro para pagamento de tributos e contribuições não passíveis de cobertura contratual em 2011". Em português claro: o dinheiro da empresa pública, que deveria ser utilizado para o projeto de basquete do país, foi usado para outro fim – e isso não estava permitido em contrato.

cbb3Um ano depois, em 24/10/2013, divulguei que a Eletrobras decidiu suspender o contrato da CBB. De acordo com a assessoria da estatal, o motivo foi: "Em 14/06/2013, a Eletrobras já liberou o equivalente a 80% do contrato de patrocínio firmado no ano de 2013. Até o final do ano a empresa espera liberar os 20% restantes, aguardando apenas o cumprimento de cláusulas contratuais pela CBB". Os 20% restantes eram de R$ 1,1 milhões e o "cumprimento das cláusulas contratuais" explicam-se sem maiores delongas, certo?

nunes2O processo, como está na matéria do Lucio, movido pela Eletrobras em fevereiro deste anos está "correndo" e em breve teremos novidades. Não dá, de cara, para dizer se a CBB está errada ou não neste caso (quem sou eu para julgar), mas está claro que a administração da entidade máxima está LONGE da ideal para o basquete brasileiro.

Deste canto eu só espero que, tal qual venho fazendo há anos infelizmente em uma luta até então solitária, o ótimo Lucio de Castro continue o seu brilhante trabalho investigando as contas da Confederação.

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