Jovem, Milwaukee Bucks promete seguir encantando na NBA

Se houve um time que me chamou a atenção na temporada passada foi o Milwaukee Bucks (aqui e aqui). Não foi o melhor, obviamente, mas aquele que me impressionou pela capacidade atlética (do elenco) e pela evolução de seu técnico (Jason Kidd). As 41 vitórias deram ao time a melhor campanha desde 2010, uma passagem aos playoffs (derrota para o Chicago por 4-2 e colocou na mesa uma pergunta importante: qual o futuro dos verdinhos?

Aparentemente a resposta é positiva. Além de manter os quatro principais nomes (Michael Carter-Williams na armação, Khris Middleton com contrato novo e Giannis Antetokounmpo e Jabari Parker na ala), os Bucks mostraram força no mercado ao contratar o cortejado pivô Greg Monroe (foto). Isso indica, aliás, muito como os jovens atuais pensam: Monroe dispensou times "grandes" como Lakers e Knicks para jogar para Jason Kidd, a quem considera um ídolo, e ganhar uma bolada de dinheiro (US$ 50 milhões por três anos) mesmo que isso represente ficar longe dos grandes centros (com o mercado cada vez mais "globalizado" de fato não faz sentido algum achar que em Nova Iorque ou Los Angeles você será mais visto simplesmente pelo fato de estar em grandes cidades – mas em times médios).

Ciente que possui bom (e jovem) capital humano em mãos para os próximos anos a diretoria decidiu intensificar também as ações de comunicação/marketing fora de quadra. Os Bucks ficaram com o 27º índice de ocupação em 2014/2015 com 79%. Como sempre acontece quando há investidor novo na franquia, o time mudou os uniformes, alterou a logomarca e passou a fazer um trabalho mais forte na comunidade. Não é para ficar "bonitinho" em Milwaukee, região gelada e pouco turística, mas para encher seu ginásio com mais frequência e aumentar a receita. A administração espera que 85% dos ingressos sejam vendidos antes do começo do campeonato, ou seja, 7% a mais que a média da temporada passada (só com entradas previamente compradas, hein!)

Isso tudo, obviamente, só vai funcionar caso Jason Kidd e seu elenco continuem evoluindo. Estou curioso para ver qual será a formação adotada pelo treinador no começo da temporada. Sem um ala-pivô de ofício, é bem capaz de Kidd espaçar seus três alas na quadra para deixar Monroe "navegando" livre e feliz no garrafão. Com potencial físico de sobra (todos leves e com mais de 2m), é muito possível que Michael Carter Williams, Middleton, Parker e o Greek Freak consigam marcar de times ágeis e atléticos sem a necessidade de grandes substituições. No banco estarão OJ Mayo, o recém-chegado Chris Copeland, Jerryd Bayless, o útil Miles Plumlee, o bom Greivis Vasquez e o calouro Rashad Vaughn, outro "toro" físico de mais de 2m para jogar na ala.

É, sim, um bom elenco capaz de fazer a franquia voltar ao playoff, não resta dúvida. Ainda falta, claro, uma ou outra peça para fazer deste Bucks um time para brigar por título ou final do Leste (principalmente jogadores para ajudar Monroe no garrafão e gatilhos mais certeiros no perímetro, onde MCW está longe de ser confiável e Jabari Parker volta de lesão).

De todo modo, para uma NBA que quase sempre olhou o Milwaukee de lado eu acho que está na hora de ficar atento ao que o time poderá fazer nos próximos anos. A combinação de juventude, talento e potencial atlético está toda lá pronta para explodir nas mãos de Jason Kidd.