Seguindo cartilha do Spurs, Atlanta surpreende e lidera o Leste
Você olha para o elenco do Atlanta Hawks e de cara não se impressiona com muita coisa. O armador Jeff Teague é bom. Al Horford, o pivô, é ótimo. Kyle Korver é um arremessador confiável mas não muito mais que isso. Não há craque por lá (e talvez isso explique a média de pouco mais de 16 mil pessoas/jogo, a sexta pior da NBA). Não há ninguém que você contrataria sem temer para seu time. E aí dá uma fuçada na classificação da temporada 2014/2015 da NBA , verifica que a turma da Geórgia simplesmente lidera o Leste com fabulosos 25-8 pela primeira vez desde 1994 e se pergunta: como os caras estão conseguindo fazer isso? Simples: seguindo o manual San Antonio Spurs de basquete.
Para chegar lá o Atlanta foi "beber" na melhor fonte possível depois de ter tentado vencer usando os talentos individuais de Josh Smith, Mike Bibby e Joe Johnson. Sem sucesso, buscou o coletivo. O caminho é mais longo, mais difícil, mas até que tem dado certo. A franquia contratou Mike Budenholzer (foto à direita) para ser o técnico na temporada passada e com isso os Hawks têm tentado ao máximo usar os "preceitos" que os Spurs, a melhor franquia dos últimos 20 anos da NBA. Mike foi sido assistente técnico de Gregg Popovich de 1996 a 2013 e tem utilizado boa parte dos conceitos de Pop do outro lado dos Estados Unidos.
O Atlanta não tem NENHUM jogador entre os 30 que mais pontuam na NBA, mas seus cinco titulares têm mais de 11 pontos de média. Jeff Teague, o armador titular, tem 7,3 assistências por partida, mas é o time como um todo que brilha no fundamento dos passes. São 324 passes por noite, com 49,6 oportunidades de assistências (melhor média da liga), 25,7 assistências e 0,67 assistência por arremesso convertido (melhor índice do campeonato também). Para vocês terem uma ideia de como este tipo de jogo de passes tem funcionado Al Horford e Paul Millsap, os rapazes responsáveis pelo garrafão da equipe, acumulam 5,1 assistências/jogo. Quem mais se beneficia com isso é Kyle Korver (foto à direita). Exímio chutador de três pontos, ele tem incríveis 51,3% de acerto nas bolas de fora e, tal qual Danny Green no Spurs, tem se especializado em sair do outro lado dos bloqueios para arremessar livre.
O talento do Atlanta, que venceu quatro seguidas e 20 das últimas 23, não se restringe ao ataque somente. Comandado pelo ala DeMarre Carroll (o Bruce Bowen de Budenholzer nos Hawks – Carroll na foto à esquerda), cujo potencial físico é assustador, os Hawks forçam erros (16 por noite), impedem cestas no garrafão (apenas 37 por noite), permitem apenas 97,1 pontos por noite (quinto melhor índice da NBA) e encurralam os adversários a errar pouco mais da metade de seus arremessos tentados (49,1% de efetividade nos chutes). Outro que ajuda a marcar no perímetro é Thabo Sefolosha, contratado nesta temporada para vir do banco e ajudar a sustentar a defesa em alto nível nos momentos em que Carroll não está em quadra.
É óbvio que o Atlanta, cuja dose gringa vem do alemão Dennis Schroder, do macedônio Pero Antic, do dominicano Horford e do suíço Sefolosha, está longe de ser o San Antonio Spurs e de brigar pelo título da NBA (e obviamente com este texto eles devem perder do Los Angeles Clippers logo mais na Califórnia), mas tem sido bom ver que os Hawks, a sexta MENOR folha salarial da NBA, têm conseguido ir bem mesmo jogando contra os times da Conferência Oeste (8-2 até o momento) e sem nenhuma grande estrela de primeira grandeza da liga (provavelmente não haverá nenhum convocado do elenco para o All-Star Game).
Prova de força da turma da Geórgia, que pode começar a pensar em ir mais longe em um Leste cada vez menos sem dono. O Cleveland não joga como um time. O Miami não se acha. O Toronto é do mesmo nível. O Washington é bom, mas os dois armadores são muito jovens. O Chicago é talentoso, mas bastante irregular também. Fica a pergunta portanto: é ou não possível os Hawks vencerem o Leste? Comente aí!
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