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Bala na Cesta

Marcus quer fazer boa temporada no Pinheiros para voltar à seleção

Fábio Balassiano

23/12/2014 02h13

DSC_9355Aos 28 anos, Marcus Toledo é sempre lembrado na época de convocação para a seleção brasileira masculina adulta. Dono de um jogo físico acima da média e de ótima defesa, ele retornou ao Brasil na temporada passada depois de uma década na Espanha. Contrato por Mogi, fez parte da campanha histórica do time do técnico Paco Garcia, indo às semifinais do NBB passado. No campeonato deste ano ele defende o Pinheiros, que hoje enfrenta o Palmeiras em casa (19h30, com Sportv) no último jogo de um ano que teve desde vitória contra Limeira (até então invicta) até a surra sofrida por Bauru (61 pontos – veja mais aqui). Confira a entrevista com ele.

BALA NA CESTA: Depois de muitos anos na Europa, como você avalia o basquete brasileiro hoje? Está muito melhor do que quando você saiu? Por quê?
MARCUS TOLEDO: Bom, foram 10 anos no basquete espanhol. Quando eu saí do Brasil tinha apenas 17 anos e, na época, pude participar de uma Liga Paulista pela "A Hebraica". Nunca deixei de seguir a evolução das ligas nacionais. O trabalho realizado desde 2008 pelo NBB está tendo os seus frutos. Apesar de ser uma liga relativamente jovem, vem ganhando bastante espaço. Temos visto times brasileiros campeões e vice-campeões de ligas importantes como a Sul-Americana, Liga das Américas e Mundial de Clubes. Isso há 10 anos era impensável.

MCN_3157BNC: Recentemente a Liga Nacional assinou um contrato de parceria com a NBA. O que você pessoalmente espera desse novo momento do basquete brasileiro?
MARCUS: A parceria com a NBA é um passo muito importante para o NBB e, consequentemente, para o basquete brasileiro. Além de todos os benefícios que esse acordo trará ao esporte, o acordo permitirá à Liga Nacional de Basquete uma exposição muito boa. Ter a marca associada à NBA é muito importante. Fiquei muito feliz com isso. O basquete brasileiro só tem a crescer ainda mais daqui para frente.

BNC: Você ficou anos na Espanha e retornou ao Brasil para a temporada passada. O que pesou para seu retorno ao país? E o que mais você sente falta do basquete espanhol?
MARCUS: O basquete jogado na Espanha é um pouco mais técnico, menos físico e não tem tanta influência da NBA. Estava há muito tempo fora do Brasil e vi o NBB cada vez mais forte. Não é a toa que estamos vendo tantos jogadores voltando. Sempre foi o meu sonho poder jogar profissionalmente no meu país em uma liga competitiva e forte. Se estou mais perto para conquistar uma oportunidade de voltar a defender as cores do Brasil com seleção brasileira, melhor ainda.

MCN_2864BNC: Um dos pontos que sempre discuto nas convocações para a seleção brasileira é a presença de alas altos e que possam marcar no perímetro. Você se encaixa neste perfil, mas não tem sido lembrado. Como você analisa essa situação e o que você espera dos próximos anos na seleção? Jogar a Olimpíada faz parte dos seus planos, ou seleção já é algo que você nem pensa tanto?
MARCUS: Com certeza jogar a Olimpíada e representar o meu país estão sempre nos meus planos. Pude ter a experiência de disputar o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, e garantir o ouro para o Brasil. Além disso, joguei o Sul-Americano, em 2006, na Venezuela, e também sair vitorioso com um excelente grupo. O Rubén Magnano vem fazendo um ótimo trabalho com a seleção. Fez com que o Brasil voltasse às Olimpíadas e teve bons resultados no Mundial. Sigo trabalhando forte para ter uma oportunidade de voltar a representar o meu país. Tenho fé que isso será possível.

marcel1BNC: Fala-se muito sobre o atraso na carga tática dos técnicos brasileiros. É um assunto delicado para você abordar, mas o Paco Garcia em Mogi e o Marcel no Pinheiros são técnicos que tentam trazer conceitos novos. Poderia falar sobre cada um deles de maneira específica e mais longa? Método de trabalho, cobrança, conceitos etc.
MARCUS: São conceitos diferentes. Por ter jogado fora, tive muitos técnicos e formas de ver o mesmo esporte. Mas nenhum como o Marcel de Souza. Ele foi o que foi como jogador, ídolo do nosso esporte no Brasil, e tenta passar cada dia um pouco da sua experiência para os seus atletas.

DSC_9409BNC: Até onde este time do Pinheiros pode chegar? Vocês têm boas vitórias, como contra Limeira e Brasília, mas derrotas surpreendentes como para Macaé e também a de Bauru. Qual é a o verdadeiro Pinheiros?
MARCUS: Podemos chegar muito longe no NBB7. A linha do trabalho diário nos dirá aonde poderemos estar. Na preparação para o NBB tivemos algumas baixas por lesões, que acabaram prejudicando um pouco nosso ritmo de trabalho, assim como o calendário com muitos jogos fora de casa. Não é tão bom jogar partidas seguidas fora de casa para começar uma liga tão forte como essa. Apesar de tudo isso estou muito contente com o desempenho do nosso time. É impossível pensar que vamos ganhar todos os jogos, pois com a igualdade das 16 equipes veremos muitos resultados surpreendentes.

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