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Bala na Cesta

A surra do Bauru no Pinheiros - quase a maior diferença da história do NBB

Fábio Balassiano

18/12/2014 08h31

dupla1Em 17 de dezembro de 2011 lembro que fui a Gávea para ver Flamengo x Espírito Santo pelo NBB. Era um sábado, chovia pra caramba no Rio de Janeiro (depois da partida torcedores e atletas ficaram na quadra por quase uma hora esperando o temporal passar). Naquele dia eu vi a maior "goleada" da história do NBB. O rubro-negro aplicou impiedosos 103-41 (60-13 no primeiro tempo) e cravou a maior diferença da história da competição nacional até o momento (62 de margem).

Era um time fortíssimo, com Caio Torres e o argentino Federico Kammerichs (relembre entrevista que fiz com ele aqui) no garrafão, contra outro bem abaixo da crítica. Em determinado momento a esposa de um atleta do Fla nos disse: "Parece um jogo de um grupo de profissionais contra de um punhado de amadores que se juntou na esquina há poucos minutos". Foi um exagero, óbvio, mas ela tinha boa dose de razão.

Ric1Lembrei disso ontem quando vi grande parte do jogo entre Bauru e Pinheiros no Sportv2 ontem à noite. Quando cheguei em casa, perto do intervalo, a vantagem dos bauruenses, que jogavam em casa, já estava na casa dos 40 pontos (indo para os vestiários o placar marcava 58-19 para o time de Guerrinha contra o de Marcel – foi o primeiro encontro dos dois campeões Pan-Americanos de 1987 no NBB). No final, inapeláveis 116-55 para Bauru, que teve 61 pontos de diferença e a segunda maior marca da história da competição (como se vê, ficou a um mísero ponto de superar os 62 do Flamengo contra o Espírito Santo em 2011).

gui1Não há, obviamente, qualquer análise tática que possa ser feita em relação ao jogo de ontem. Bauru marcou muito no começo, o Pinheiros não defendeu bulhufas e o rival teve espaço para fazer o que mais gosta (e o que faz melhor) – chutar de fora. Os Bauruenses, quase sempre livres, livres, tiveram 14/28 em bolas longas para aniquilar o time de Marcel de Souza sem a menor cerimônia. Nos dois últimos períodos as equipes cumpriram meras formalidades e trataram de comer o relógio para acabar aquilo o quanto antes.

jason1Foi feio, bem feio o que se viu ontem na TV. Bauru é um time fortíssimo, candidato a ganhar absolutamente tudo nesta temporada (um dos melhores elencos do país, bem treinado, sem problemas estruturais e com um patrocinador gigante) e o Pinheiros apresentou todos os seus defeitos nesta quarta-feira.

O time da capital não é tão ruim quanto pareceu (venceu o até então invicto Limeira há duas semanas), mas o que se viu ontem foi um circo dos horrores, uma vergonha mesmo (podem dourar a pílula como quiserem, mas a palavra é esta mesmo – vergonha). E quando se perde assim a culpa é de todo mundo (comissão técnica e jogadores – e alguns atletas estavam preocupadíssimos na segunda etapa em conseguir míseros pontos para suas estatísticas pessoais e não em estancar o sangue). Não há desculpa, não há razão para tamanho vexame – principalmente pois, tal qual Bauru, no clube não há problemas de salário, a estrutura é excepcional e o elenco é bem razoável.

marcel2O espetáculo que se viu ontem mancha a história do clube que tão bem tem investido na modalidade nos últimos anos (com um dos melhores programas de base do país – bicampeão paulista juvenil e semifinalista da recente LDB) e coloca a TODOS em péssimos lençóis para o restante da temporada. Agora é ver se as arestas serão aparadas ou se novos dilúvios de cestas nas cestas pinheiresnes serão vistos. Na sexta-feira o rival é Franca (19h30 no Pedrocão, com Sportv), time que tem 7-4 e uma das melhores equipes do NBB. Será que até lá alguma coisa muda?

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