O terrível começo de temporada no basquete masculino brasileiro

Seguem os primeiros acontecimentos da sétima edição do NBB:

1) Tabela já divulgada, mas jogos são alterados devido às finais da Liga Sul-Americana.

2) Na estreia dos times na temporada (05.11), briga no jogo entre Rio Claro e Palmeiras envolvendo Lucas Tischer e Diego (vídeo aqui).

3) Jogo entre Bauru e Basquete Cearense (07.11) é adiado devido às chuvas no interior de São Paulo. Partida é jogada em uma sexta-feira pela manhã.

4) No dia 10.11 o UOL divulgou uma matéria mostrando que o ala Robert Day (foto à direita, de Bauru, está recebendo grana do Governo Federal (BRASILEIRO). Ele nasceu nos Estados Unidos. Um absurdo sem tamanho e que espero que seja corrigido por todas as esferas envolvidas. Espero, também, que o atleta tenha uma atitude bacana e que se retrate. Enviar um "nada a declarar" não é a melhor postura.

5) No mesmo dia o UOL mostrou a situação terrível em que se encontram as finanças de Franca. Falei disso aqui na terça-feira. O time, inclusive, corre o risco de fechar as portas.

6) Ontem, 12.11, o jogo entre Flamengo e Franca foi realizado com portões fechados no Rio de Janeiro. O Ministério Público do Rio de Janeiro alegou que o ginásio do Tijuca não tinha condições de segurança e ordenou que o local fosse fechado para eventos esportivos (leia mais aqui). Seria o reencontro do Flamengo com sua torcida depois de ter sido campeão mundial e dos amistosos na NBA. Quatro perguntas básicas: 1) Se o Flamengo sabia de tudo na noite de terça-feira, por que a partida não teve seu local previamente alterado para a Gávea?; 2) Se o Flamengo sabia de tudo na noite de terça-feira, por que não avisou a seus torcedores?; 3) Como funciona a liberação dos ginásios para os times antes da temporada? Todos os documentos foram previamente liberados? Já houve problemas recentes, inclusive no Rio Vermelho, de Goiânia. Agora o caso se repete; e 4) A Liga Nacional de Basquete considera o que ocorreu nesta quarta-feira no RJ normal, ou tomará alguma atitude?

Assim começa a temporada do basquete masculino brasileiro. E nem falo da situação que ocorreu com o time de Uberlândia, pois isso é questão de segurança pública (fora da esfera esportiva, portanto). Gostaria muito de escrever sobre a classificação ao Final Four da Liga Sul-Americana por Mogi e Bauru, mas acho impossível, impensável.

O ideal de todo jornalista esportivo é escrever sobre jogadores, técnicos, táticas e sistemas ofensivos e defensivos. No Brasil, porém, isso é impossível. É tanta coisa que foge da quadra que os assuntos "basqueteiros" na acepção da palavra ficam de lado, em segundo plano.

Posso garantir que isso tira muito da vontade de escrever (ou de acompanhar) sobre qualquer coisa que acontece por aqui. Está difícil manter o otimismo, a guarda alta, o tesão em cobrir o basquete brasileiro. Escrever basicamente sobre desgraça, sobre fatos ruins não é legal, creiam em mim. Digo isso com pesar, digo isso do fundo do meu coração, mas é a mais pura verdade e o que sinto no momento. É realmente uma pena.