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Bala na Cesta

Flamengo jogou bem, mas não conseguiu segurar o Maccabi no fim

Fábio Balassiano

27/09/2014 01h46

pargoAcabo de chegar da HSBC Arena, onde o Flamengo jogou bem, mas não conseguiu deter o Maccabi Tel-Aviv, que fez 39-31 no segundo tempo e venceu os rubro-negros por 69-66 na primeira partida do Mundial de Clubes. Partida do Mundial que, é bom dizer, não contou sequer com 50% de sua capacidade total. O público não chegou a seis mil pessoas, o que é uma lástima (o assunto será explorado posteriormente, prometo).

Para ser campeão mundial, o clube carioca precisa vencer os israelenses por quatro pontos de diferença no domingo (meio-dia o duelo – Sportv exibe) ou por três pontos desde que anote mais de 70 pontos (70-67 ou 71-68 serve). Para o Maccabi, vitória simples, por dois ou menos pontos e também revés por três pontos anotando menos de 66 dá o caneco (61-58 ou 62-59).

Sobre o jogo em si, cabe destacar que o Flamengo defendeu muito bem durante todo a peleja. Conseguiu conter, na medida do possível, o jogo exterior do Maccabi, protegeu bem o aro e, com exceção dos arremessos de Jeremy Pargo (foto à direita) no terceiro e quarto períodos, se segurou bem nas investidas dos isralenses a cesta. O norte-americano, aliás, matou uma bola no estouro do cronômetro do período derradeiro para dar a vantagem de três pontos para os de Tel-Aviv.

caracterO rubro-negro contou, além disso, com ótima atuação de Derrick Caracter (foto à esquerda), reforço que chegou essa semana, mal treinou e que mesmo assim despejou 10 pontos e 11 rebotes (cinco ofensivos) em sua partida de estreia pelo rubro-negro. Olivinha, vindo do banco com sua energia habitual, saiu-se com 13 pontos e 7 rebotes. A se lamentar, individualmente, as atuações de Marcelinho Machado (0/9 nos tiros de quadra), de Nicolas Laprovittola (2/12, três desperdícios de bola e pouca paciência para armar os ataques e colocar seus companheiros em posição de chute – função primordial de um armador, é bom lembrar isso).

O jogo, aliás, pode ser dividido entre os dois tempos desta sexta-feira. No primeiro o Flamengo foi soberano. Defendeu muito bem, conseguiu atacar com calma e só não abriu mais diferença porque deu um cochilo ao final da primeira etapa. Tinha confortáveis 33-23, mas viu o rival reduzir a diferença para 30-35 ao final dos 20 minutos iniciais. Se tivesse pisado no acelerador, o time carioca poderia ter aberto confortável vantagem. Mas não o fez, abriu a guarda e viu o rival crescer. No segundo tempo o Maccabi Tel-Aviv mostrou realmente a sua força. Foi mais intenso, rodou menos o grupo e viu Jeremy Pargo aparecer. A marcação rubro-negra deu um mísero espaço, e o norte-americano tomou conta do jogo com 8 pontos seguidos no meio do quarto período, um momento crucial do confronto.

netoPelos israelenses, ficou muito claro que o panorama do Mundial de 2013, em que o Olympiacos venceu o Pinheiros, se repetiu no primeiro tempo de 2014. O Maccabi Tel-Aviv tinha visto vídeos, estudou o Flamengo, mas não sabia exatamente o que esperar do duelo contra um time que não está habituado a jogar. No primeiro tempo jogou mal, mas ajustou a defesa e atacou com força a cesta no segundo tempo, gerando pontos fáceis, criando espaços para os arremessos (Pargo anotou 14 de seus 21 nos 20 minutos finais) e furando parte do (bom) bloqueio rubro-negro. Perguntei ao técnico Guy Goodes sobre os ajustes feitos no intervalo para conter Caracter, e ele me disse que a intenção foi, mesmo, fechar o garrafão para que o norte-americano não pontuasse com tanta facilidade. E deu certo, principalmente porque as bolas do Fla de fora não caíram (4/31).

herrmannE antes que se comece a grita sobre os chutes de três pontos do Flamengo, eu concordo com o disse o técnico José Neto na coletiva depois da peleja. O Flamengo precipitou alguns arremessos, sim, mas na maioria dos chutes teve boa visão da cesta, a bola rodou bem e não havia mesmo o que fazer dentro do garrafão, já que o Maccabi fechou ali perto da cesta. Se as bolas tivessem caído os israelenses teriam que ter feito uma mudança neste sentido. Como as bolas longas não surtiram efeito para os cariocas, a tática do Maccabi se manteve até o final.

Por fim, todos comentaram sobre as declarações de Marquinhos (mais aqui). O ala criticou os companheiros recém-chegados de forma áspera e pouco cordata. Não é assim, definitivamente, que se faz. Espero que o grupo lave a roupa suja neste sábado e se resolva antes do jogo de domingo.

O Flamengo tem TODAS as condições de vencer o Maccabi por mais de três pontos de diferença. Para isso, terá que diminuir totalmente os espaços de Jeremy Pargo (qualquer centímetro para este cara é um latifúndio), converter melhor os rebotes ofensivos (foram 17, com apenas 14 pontos de segundas chances) e se concentrar ao máximo para não deixar o rival abrir vantagem, o que seria duro para o time se recuperar. Abaixo os melhores momentos desta sexta-feira.

Viu o jogo? O que achou? Acha que o Flamengo ainda tem chance? Comente!

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