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Bala na Cesta

Pós-Mundial, como a seleção fará para enfim ficar entre as 4 melhores?

Fábio Balassiano

15/09/2014 01h56

irvingO Mundial masculino terminou ontem em Madri com o resultado final esperado. Os Estados Unidos não tomaram conhecimento, fizeram 129-92 na Sérvia e conquistaram o bicampeonato (seguido) não deixando muita dúvida sobre o merecimento da conquista. Kyrie Irving, cestinha da decisão com 26 pontos, foi eleito o MVP e chegará com a confiança do tamanho do planeta para a próxima temporada da NBA com o seu Cleveland Cavs em um time que terá LeBron James, Anderson Varejão e Kevin Love.

A diferença média de pontos dos norte-americanos para os adversários foi de 32 pontos, e a margem explica bem a diferença técnica que houve nesta competição. Único time que poderia fazer jogo duro, a Espanha morreu antes de tentar a glória de bater de frente contra o time de Coach K.

Para quem é brasileiro, no entanto, não há muitos motivos para festa, não. É bem verdade que o time de Rubén Magnano mais uma vez mostrou bom basquete, bom nível técnico e tático e conseguiu competir de igual para igual contra bambas do mundo (França, a Sérvia da primeira fase e Argentina) antes de tomar de forma não muito agradável para a Sérvia, mas essa geração precisa de resultados mais do que nunca.

Para mim, mais do que o desempenho do time de Rubén Magnano na Espanha, o que fica é: por que esta geração não consegue dar o passo adiante? Por que essa geração não consegue se posicionar entre os quatro primeiros? Por que essa geração não consegue passar de "uma geração talentosa" para uma "geração histórica"?

Foi pensando nisso tudo que fiz um apanhado geral de 2000 até agora entre Mundial e Olimpíadas com os quatro melhores de cada competição. Vejam só:
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O que me chama a atenção é a quantidade de seleções que conseguiram figurar entre os quatro primeiros nestes 14 anos. É muito time, é muita seleção que conseguiu marcar a sua "época" com um resultado que eterniza uma equipe, uma geração, um trabalho. Olhem lá e vocês verão (tirando os Estados Unidos) Espanha, Grécia, Argentina, Rússia, Alemanha, Itália, Austrália, Nova Zelândia, França, Turquia, Sérvia e Lituânia. São 12 seleções que conseguiram levar o basquete de seu país a um resultado incrível.

ruben2É MUITO óbvio que o nível internacional, hoje em dia, é muito equilibrado e, abaixo de Espanha e Estados Unidos (que de fato estão um pouco acima mesmo), há sete, oito seleções que possuem qualidade técnica parecida. Vencer, portanto, não é nada fácil. Além disso, é inegável o ganho técnico e tático da seleção brasileira com Rubén Magnano. Mas isso não é suficiente. Ninguém fica eternamente marcado em esporte se não conseguir aliar boas performances técnicas a resultados de quadra contundentes.

A questão que deve ser estudada por Magnano e os demais dirigentes da Confederação Brasileira, portanto, é: o que está faltando para essa geração dar o passo final que a leva para a disputa por medalhas e a coloca entre as quatro melhores do mundo? Depois desse Mundial, só restará o último ato dessa geração em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

bra11É bom desvendar os mistérios que podem levar o Brasil a ficar entre quatro primeiros. Já são 12 seleções que conseguiram o feito de figurar entre os melhores de 2000 pra cá. Ainda está faltando o Brasil.

O que vocês acham que é preciso para chegar lá? Comentem aí!

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