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Bala na Cesta

Brasil acorda no 2º tempo, surra a Argentina e está nas 4as do Mundial

Fábio Balassiano

07/09/2014 18h50

varejaO primeiro tempo foi ruim, bem ruim. O Brasil, abusando dos tiros de três pontos que não caíam (2/11), saiu perdendo por 36-33 para a Argentina e muita gente esperava o pior.

Mas a segunda etapa veio, o ataque migrou para o garrafão (onde o time de Rubén Magnano é de fato muito mais forte) e a vitória chegou. No final, placar de 85-65, enfim vitória contra os hermanos e vaga nas quartas-de-final do Mundial da Espanha com inteira justiça (26 dos 52 pontos da segunda etapa vieram de dentro de perto da cesta).

Foi a primeira vitória da seleção brasileira masculina adulta em mata-matas neste século (antes, 0/3, com as três derrotas diantes dos platenses). Em partida valendo vaga na semifinal, o Brasil enfrentará a Sérvia, que bateu a Grécia por 90-72, na quarta-feira às 13h. Só lembrando: na fase de grupo brasileiros e sérvios mediram forças, com vitória da seleção de Magnano por 81-73 (relembre aqui). Ou seja: são boas as chances de o país voltar a uma semifinal de Mundial pela primeira vez desde 1986, quando terminou com a quarta posição.

neneO jogo começou exatamente do jeito que a Argentina gosta de jogar contra o Brasil – forçando o time brasileiro a chutar de longe, e não atuando com bolas perto da cesta para seus pivôs. Contribuiu para isso mais uma vez a insistência de Huertas, que terminaria com 0/4, em arremessar (e não em passar), algo que escrevi aqui hoje de manhã. E aí os platenses, mesmo com um péssimo Luis Scola (ao menos hoje ele foi assim, 'péssimo'), se aproveitaram, abriram vantagem e foram para o vestiário na frente com 36-33. Era uma pequena margem, mas preocupava menos o placar, e mais a forma como o Brasil atuava.

Eu não sei bem o que Rubén Magnano falou no vestiário, mas o time voltou outro na segunda etapa. Alucinou os hermanos perto da cesta, pontuou loucamente dentro do garrafão e PUNIU (essa é a palavra) a Argentina por ter um elenco tão baixo, com um potencial físico tão diferente do da seleção brasileira.

scolaO placar final de 85-65 não deixa dúvidas, mas a atuação da segunda etapa foi muito mais do que isso (foi 52-29). O Brasil impôs o seu jogo (algo que não fazia contra a Argentina há anos, e isso é ótimo!), marcou muito bem (fez 14 pontos em contra-ataque, contra NENHUM do rival), determinou o ritmo da partida de maneira brilhante nos dois minutos finais e mostrou à Argentina que também sabe (mesmo depois de tantas derrotas) ser protagonista, que sabe mandar em um jogo eliminatório, que sabe explorar as deficiências de um difícil rival, que mostrou, enfim, todas as suas qualidades técnicas, físicas e táticas.

A se elogiar, também, a atuação incrível de Raulzinho (na foto abaixo à esquerda sendo abraçado, ou algo assim, por Nenê), que substituiu a Marcelinho Huertas e anotou incríveis, sensacionais, providenciais 21 pontos (todos na segunda etapa!). Palmas para ele, palmas para Rubén Magnano (que o manteve no elenco mesmo depois de um Sul-Americano não muito bom).

raulNão dá para não mencionar, também, a energia deste cavalo chamado Anderson Varejão. Foram oito pontos, nove rebotes, quatro assistências e uma defesa EXUBERANTE em Luis Scola, que terminou com 2/10 e "apenas" nove pontos. Para alguém que tinha a média de 21,8 pontos, ele esteve bem abaixo mesmo, mas isso se deve a um rapaz chamado Anderson Varejão, que simplesmente o aniquilou na defesa.

Viu o jogo? Gostou muito, né? Comente aí!

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