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Bala na Cesta

Brasil bate Sérvia, garante 2º lugar e vence europeus pela 1ª vez desde 90

Fábio Balassiano

03/09/2014 14h55

leandro1Com uma atuação exuberante no primeiro tempo (pode colocar o adjetivo que quiser que tá valendo) e titubeante no segundo o Brasil acaba de vencer a Sérvia por 81-73 em Granada, na Espanha, para "garantir" a segunda posição do Grupo A (só não fica na segunda colocação caso perca do Egito amanhã, mas isso seria uma catástrofe tão grande que é melhor nem pensar nisso). Em que pese o apagão no terceiro período, foi a melhor atuação da equipe no Mundial – e eu me arrisco a dizer que uma das melhores na última década também.

Além do triunfo, a seleção masculina quebrou uma escrita: desde 1990 o Brasil não vencia dois europeus no mesmo Mundial. Naquele ano, o time de Hélio Rubens, que terminaria em quinto lugar, venceu a Itália na abertura (125-109) e a Grécia por 97-94 no último jogo da competição (Oscar Schmidt fez surreais 44 pontos). Desde então, o retrospecto contra equipes do continente era de 3-12, com vitórias picadas em 1994 (Alemanha), 2002 (Turquia) e 2010 (Croácia). Em 2006 e 1998 o país passou em branco contra as seleções do velho mundo. Na Copa de 2014, França (na primeira rodada) e Sérvia (há instantes) já foram derrotados pelo Brasil.

tiago1O primeiro tempo do Brasil foi um colírio, um primor, um dos melhores que já vi uma seleção fazer. Defendeu muito bem, atacou com paciência, rodou a bola, foi perfeito na transição (ofensiva e defensiva) e trouxe a Sérvia ao limite físico (algo que ela não está acostumada). No português claro, o time de Magnano JANTOU os sérvios vivos (com Leandrinho fazendo 11 incríveis pontos). E a cara do técnico Aleksandar Đorđević, com um espanto absurdo pelo que estava acontecendo na quadra de Granada, dizia tudo.

Fez 23-16 no primeiro período, 25-16 no segundo e foi para o intervalo com a confortável vantagem de 16 pontos. Apenas como observação relevantes dos primeiros 20 minutos. Contra a França, ao todo, foram 65 pontos. Diante da Espanha, 63. Contra a Sérvia, 48 para ir ao vestiário. Precisa dizer mais que isso? Não, né?

Por isso vale o elogio (até aquele momento). O que o Brasil fez nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2014, em 20 minutos tem um nome: BASQUETE. Com maiúscula mesmo. Alto nível! Defesa, ataque, transição. TUDO, pacote completo. Não há como não terminar este texto sem dizer uma coisinha fundamental e muito merecida para Rubén Magnano e seus comandados: PARABÉNS.

mark1Mas aí veio a segunda etapa, e o Lado B do Brasil entrou em quadra. A defesa saiu de cena, a intensidade caiu, o ataque começou a precipitar bolas e a Sérvia apareceu (enfim) pra jogar. No final do período, placar de 32-12 para os europeus, que foram liderando por quatro para o período derradeiro. O Brasil, de forma assustadora, conseguiu a proeza de levar, em 10 minutos, o mesmo número de pontos que havia tomado nos 20 minutos iniciais. E isso diz tudo também.

O último período veio, e o melhor basquete do Brasil retornou à quadra (ainda bem). A equipe voltou a marcar, Marquinhos (foto à direita) foi decisivo na reação que fez o time passar à frente do placar com oito pontos seguidos e a vitória foi se encaminhando com os ótimos 21-9 nos 10 minutos finais. Não sem sofrimento, mas ela, a vitória, veio no final com 81-73.

ruben1Seria, sinceramente falando, um verdadeiro pecado se a seleção brasileira perdesse depois do primeiro tempo que fez, mas é bom corrigir o que houve no terceiro período pensando no mata-mata. Um novo apagão em jogo eliminatório pode ser devastador para as pretensões brasileiras na Copa do Mundo. Até aqui, deu para segurar a onda contra franceses e sérvios, mas não convém repetir a dose (a dose ruim) deste remédio em uma partida eliminatória, certo?

Com as vitórias sobre França (65-63) e agora diante da Sérvia (81-73), além da derrota para a Espanha, o desempenho não melhora muito (5-13) contra os europeus, mas os triunfos contra rivais fortíssimos fazem uma marca histórica ser batida (duas vitórias contra os times do continente na mesma competição) e credenciam ainda mais o time de Rubén Magnano para as próximas fases da competição. Sigo otimista.

Viu o jogo? Gostou? Sofreu muito, né? Comente aí o que você achou!

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