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Bala na Cesta

Fundamental, atuações de Huertas preocupam na seleção antes do Mundial

Fábio Balassiano

22/08/2014 02h34

huertas1A seleção brasileira masculina jogou ontem um bom amistoso contra a Lituânia na Eslovênia. E saiu derrotada por 64-61. Nesta sexta-feira, duelo contra os donos da casa às 15h (com transmissão do Sportv).

Não pude ver, mas revi o jogo à noite e confesso que me preocupei um pouco com o que vi da seleção. Depois de um ótimo primeiro tempo (38-25), o time de Rubén Magnano simplesmente parou na segunda etapa, levando 39-23, 10-2 nos três últimos minutos e perdendo a peleja (faltou o tal "fechador de jogo" novamente).

O resultado, insisto nesta questão, preocupa menos que a performance de um time que repetiu as dificuldades seríssimas para pontuar fora do garrafão e que viu mais uma vez os pivôs carregarem a equipe nas costas (dos lances-livres, 10/17 ontem, nem falo mais). Nenê + Anderson + Splitter + Hettshemeir anotaram 40 dos 61 pontos do Brasil (14/28 nos chutes). Alas e Armadores obtiveram 21 (9/29). Discrepante, não? Pior que isso foi o que se viu nos tiros de três pontos. Rafael Hettshemeir, que até ontem não era um especialista de três pontos, fez 4/7 de fora e se mostra cada vez mais confiável nas bolas longas, o que é ótimo. O mesmo não se pode dizer do restante do time, que saiu-se com 1/9. Marcelinho Machado, que teve seis minutos de quadra, errou suas três tentativas.

huertasMais do que o exposto acima foi, acredite, a atuação de Marcelinho Huertas que preocupou pra caramba. O camisa 9 da seleção brasileira pode não ser o melhor, em termos técnicos ou físicos, do grupo de Magnano, mas certamente é o mais importante porque dita o ritmo e seus reservas não estão perto do que ele representa.

E ele não tem ido bem nos amistosos, essa é a realidade. Nesta quinta-feira foram 2/5 nos arremessos, 4 erros e igual número de assistências em 25 minutos. Pior que isso foi a falta de fluidez ofensiva que o time tinha quando o armador do Barcelona tentava comandar as ações e os espaços que apareciam na defesa. E isso é algo que ninguém que acompanha a equipe nacional está acostumado, já que o nível das atuações de Huertas é muito alto.

Um fator pode explicar um pouco da fase técnica não tão boa (ainda) de Huertas. Ele foi o último brasileiro a terminar a temporada 2013/2014. A da NBA foi finalizada em 16 de junho. A da Liga ACB, com o seu Barcelona sendo campeão com atuações majestosas dele na final contra o Real Madrid, apenas no dia 26/6.

Não sei exatamente se isso explica, mas não faz dois meses, portanto, que Huertas, não mais um garoto (tem 31 anos), saiu de uma temporada absurdamente cansativa com o Barcelona e foi praticamente direto para a seleção brasileira (seu período de descanso foi muito curto, obviamente). Talvez seja uma questão física mesmo.

Huertas1A boa notícia, como bem lembrou o ex-jogador Cadum a mim no Twitter, é que Huertas ainda tem tempo para se recuperar pensando na estreia da Copa do Mundo da Espanha no dia 30 de agosto contra a França.

Mas também é um fato que ele precisa se apressar, aumentar o ritmo o quanto antes. O camisa 9 é um craque de bola e sabe que o time brasileiro precisa muitíssimo de boas atuações dele para ir longe na Espanha. Huertas, que nunca foi ponto de interrogação na cabeça de ninguém que acompanha a seleção masculina, acabou colocando uma pulga atrás da orelha de quase todos nos amistosos contra Lituânia, Argentina e Estados Unidos.

Deste canto eu espero sinceramente que ele se recupere a tempo de jogar o Mundial como ele sempre jogou pela seleção brasileira – com atuações de boas para ótimas na maioria das vezes. Ainda dá tempo.

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