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Bala na Cesta

A terrível lesão de Paul George em amistoso da seleção dos Estados Unidos

Fábio Balassiano

02/08/2014 13h11

george1Acho que a essa altura dos acontecimentos todo mundo já deve estar sabendo da terrível lesão de Paul George na noite desta sexta-feira em amistoso-coletivo que estava sendo realizado em Las Vegas pela seleção dos Estados Unidos que se prepara para a Copa do Mundo da Espanha. Neste texto você NÃO verá a imagem do trágico acidente de George, que tentou dar um toco, caiu e chocou-se contra a armação da tabela (falarei disso adiante). Se quiser e tiver estômago, o YouTube possui o vídeo.

O ala fraturou a perna direita, já passou por cirurgia na madrugada de sábado, ficará internado pelos próximos três dias e há grande risco de perder a temporada 2014/2015 da NBA pelo Indiana Pacers (é bem provável que isso aconteça, na verdade). Kevin Ware, ala-armador que teve lesão parecida jogando por Louisville na temporada passada do basquete universitário, ficou 220 dias (7 meses) fora das quadras. Se George se recuperar no mesmo período, estaria apto a atuar apenas em março/2015.

quadraAqui um dado interessante/cruel: Ware se lesionou no March Madness da NCAA em uma partida contra Duke, que é dirigida por Mike Krzyzewski, o técnico dos Estados Unidos na noite de ontem. Imaginem a cabeça do Coach K quando viu a cena se repetir. Faz todo sentido, portanto, que ele tenha ordenado que a partida fosse suspensa no começo do quarto período (os outros jogadores estavam DESESPERADOS obviamente).

Agora o que a imprensa norte-americana fala é sobre a distância entre a linha final e a "estrutura" da tabela, algo que pode ter influenciado na gravidade da lesão (notem que não afirmo que isso pode ter, de fato, influenciado, mas sim que 'pode ter'). Pela foto ao lado parece mesmo que a distância é muito pequena, muito pequena mesmo (algo que não ocorre na NBA, por exemplo), e é isso que a ESPN dos Estados Unidos tem falado o tempo inteiro (veja neste vídeo).

O Indiana Pacers, no alto de sua elegância, disse que este fato é o que menos importa no momento e que está concentrando todos os esforços na recuperação de Paul George (cujos pais estavam no ginásio e viram o drama do filho de perto – vejam que situação terrível!). Mas a gente sabe que não é bem assim que acontece nas internas.

george4O fato é que as franquias da NBA vão, daqui para frente, tomar ainda mais cuidado ao liberar seus atletas para as seleções (inclusive a dos Estados Unidos). É só ler o que disse Manu Ginóbili em sua coluna no La Nación deste sábado. Ele, campeão quatro vezes pelo Spurs, foi impedido de jogar pelo San Antonio, que não queria correr risco algum com uma de duas principais peças.

Foi uma fatalidade o que ocorreu com Paul George nesta sexta-feira em Las Vegas em um lance até certo ponto inofensivo durante um amistoso-coletivo? Certamente que sim. Mas George tem contrato de quase US$ 100 milhões até 2019, é o jogador-chave do Indiana e ninguém quer perder sua figura mais valiosa por um acidente de trabalho. Pensem no valor (grana mesmo) que será perdido pelo Indiana (ingressos, produtos, televisão, patrocinadores etc.) sem a presença do craque no próximo campeonato.

paul1A comoção nos Estados Unidos e no mundo é imensa, o momento é de muita tristeza e todos torcem/rezam/clamam para que Paul George recupere-se muito bem e o mais rápido possível. Ele é jovem (24 anos), talentoso pra cacete e ver o ala do Pacers estirado no chão nesta sexta-feira foi uma das imagens mais chocantes que o esporte "produziu" recentemente.

Que Paul George volte logo às quadras! É só isso que quem gosta de basquete quer.

 

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