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Bala na Cesta

O mérito de Érika, All-Star da WNBA pela 3ª vez

Fábio Balassiano

17/07/2014 02h18

erika3Na terça-feira à noite a WNBA anunciou os reservas para o All-Star Game que acontecerá no sábado em Phoenix, Arizona. As titulares, em votação popular, foram divulgadas uma semana antes.

Na lista final, apareceu, sem surpresa alguma, o nome da brasileira Érika de Souza (pelo público ela foi a quarta entre alas e pivôs com quase 12 mil votos). Foi a terceira vez que a pivô do Atlanta Dream foi selecionada para representar o Leste (2009 e 2013 as outras), mas dessa vez tem um gosto todo especial.

Na temporada passada Érika foi para o All-Star em Connecticut substituindo a Elena Delle Donne, que se machucara uma semana antes. A brasileira, à época já a melhor pivô (5) em atividade no planeta, estava jogando bem (12,9 pontos, 9,9 rebotes e 1,8 toco), mas ela literalmente guardou o seu melhor para o campeonato de 2014.

Nesta temporada a jogadora de 32 anos é peça ainda mais fundamental no Atlanta Dream, líder do Leste com 15-5 (é o único time da conferência que tem campanha positiva, aliás…). Além da incrível presença defensiva (seu técnico, Michael Cooper, o motor da marcação do Lakers na década de 80, não para de elogiá-la por sua "fúria" na defesa), a camisa 14 está jogando um basquete absurdo, acima de qualquer expectativa. Em seu oitavo ano na WNBA, ela tem 15,2 pontos (nona na liga), 9,7 rebotes (3ª), 1,8 toco (3ª), 57,5% de aproveitamento nos arremessos (4ª) e 21,4 de eficiência (4ª).

erika1Ninguém nos Estados Unidos tem dúvida que Érika é uma atleta de elite, do mais alto nível e essencial no sucesso de seu time (um time que chegou a três finais de WNBA desde que ela por lá desembarcou). Todo reconhecimento, portanto, é pouco nos EUA (e lá eles a valorizam muito).

Torço, apenas, para que ela seja mais valorizada/reconhecida no Brasil, onde certamente passam despercebidos seus feitos, conquistas e expressivos resultados. Passa muito por um machismo terrível que há no basquete (escrevi disso recentemente aqui). Passa também pelo péssimo momento da modalidade há anos. Passa, inclusive, pela comunicação tenebrosa que é feita pela CBB sobre seus principais ativos (os atletas).

Nada disso, no entanto, deve ofuscar o principal. Érika é a melhor pivô do planeta e está de novo entre as melhores da WNBA. Para ela, que tem todos os méritos por cada conquista, só devemos aplausos.

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