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Bala na Cesta

O brilhante começo de Érika na WNBA

Fábio Balassiano

14/06/2014 09h07

erika1Na noite de ontem, na Geórgia, o Atlanta Dream resolveu fazer o Brazilian Day. Seria antes do jogo entre o time local, que tem Érika de Souza e Nádia Colhado, e o Minnesota Lynx, que possui Damiris em suas fileiras. Música, comidas típicas, morenas sambando, tudo mais o que se podia fazer fora de quadra.

Na quadra, o que se viu foi mais um show da pivô Érika. Ela anotou 16 pontos, pegou 11 rebotes e ainda deu 3 tocos em 32 minutos de uma atuação fundamental para seu time bater o fortíssimo Minnesota Lynx por 85-82 na reedição da final da temporada passada. Nádia não entrou no jogo, e Damiris saiu-se com 6 pontos e 4 rebotes em 26 minutos.

Para quem acompanha um pouquinho de WNBA não é nenhuma surpresa que Érika seja uma das principais estrelas da liga (gosto sempre de dizer que ela é a melhor pivô do mundo – e os brasileiros deveriam saber e se orgulhar bastante disso). Mas o começo deste campeonato é espetacularmente brilhante para ela, e a coloca em uma posição de ainda mais destaque.

erika2Melhor defensora de seu time (e quem diz isso não sou eu, mas seu técnico, o ex-jogador do Lakers na década de 1980, e especialista no ramo, Michael Cooper), Érika guia o Atlanta a liderança do Leste (6-3, com três triunfos consecutivos) com as incríveis médias de 18,2 pontos, 64,2% de aproveitamento nos arremessos (surreal!), 9,7 rebotes, 1,4 roubo, 1,4 assistência e 1,8 toco por jogo. Para se ter uma noção, sua pontuação é 50% maior que a registrada na temporada passada, quando seus 12,8 por noite já eram a sua maior marca de sua carreira de 8 anos na WNBA. Seus 64% nos chutes, por sua vez, registram recorde pessoal com 6% de diferença em relação ao patamar de 58% atingido em 2008, quando estava em seu primeiro ano com o Atlanta Dream. Na temporada toda a camisa 14 do Dream teve dígitos-duplos em pontos em TODAS as partidas e duplo-duplo em quatro das nove pelejas (em outras duas faltou apenas um rebote para chegar a dez…).

erika14Em relação à constelação da WNBA, Érika é a sétima em pontos (a líder é Maya Moore, do Minnesota, com 22,7), a terceira em % de arremessos convertidos (a primeira é Courtney Paris, do Tulsa, com 65,2%), a terceira em tocos (Brittney Griner, do Phoenix, lidera com 3,1) e a quinta em rebotes (Paris lidera aqui também com 11,1). Números que já seriam ótimos, né.

Mas e se eu te dissesse que Érika é a melhor do melhor campeonato de basquete do planeta em eficiência, aquela estatística que contabiliza tudo de bom que um atleta faz em quadra? Pois é o que vem acontecendo. A pivô brasileira tem 25 de eficiência por jogo, e é a primeira no quesito, seguida de perto pelas bambas Maya Moore e Candace Parker (no cálculo de eficiência por 40 minutos, uma base para comparação apenas, ela também lideraria…). Um feito e tanto, sem dúvida alguma.

erikafinalAll-Star por duas vezes em sua carreira (2013 e 2009), Érika de Souza está na lista de votação no site da WNBA. Votar nela porque ela é brasileira é uma bobagem. Não se faz isso por patriotismo ou coisa que o valha. Érika deve ser votada para o jogo que será disputado em Phoenix em 19 de julho simplesmente porque é a melhor pivô do mundo.

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