O batismo de fogo de Humberto, armador do Pinheiros
A história é quase sempre contada com, para e pela ótica dos vencedores. E por isso o blog falou bastante do lado do Flamengo, justíssimo e invicto campeão da Liga das Américas. Mas ignorar o feito do Pinheiros, finalista pelo segundo ano seguido de um modo particular (diretoria, atletas e comissão técnica estão de parabéns), e, em especial, o que o menino Humberto, com 18 anos, fizeram no Final Four da principal competição de basquete do continente seria uma insanidade.
Em sua primeira temporada efetiva no time adulto, o paulistano de Diadema completará 19 anos apenas em julho e ganhou espaço com a lesão de Paulinho (armador titular). Foi chamado para seu batismo de fogo em um dos quadrangulares da Liga das Américas, fez bonito e passou a ser peça-chave nas rotações do veterano Cláudio Mortari.
Não só peça-chave, mas peça decisiva no Final Four aqui no Rio de Janeiro. Na sexta-feira, Humberto entrou e trouxe mais velocidade e dinamismo ao Pinheiros contra o Halcones, de Xalapa (México). Terminou com 10 pontos, 2 assistências e 2 rebotes em 22 minutos de uma atuação bem intensa. Deixou todos ali na área de imprensa bem impressionados, mas ainda salvaria o melhor para o final. Ou para a final.
Contra o Flamengo, o armador de 1,94m (sua semelhança com o jogo agressivo de Leandrinho é inevitável, e ele mesmo sabe disso) entrou em quadra em um momento crítico. O rubro-negro vencia por boa diferença, a torcida estava inflamada e a marcação havia "encaixado". Caberia ao jovem de 18 anos (é bom ressaltar isso) trazer uma nova cara ao jogo. E ele trouxe.
Rápido ao extremo e inteligente para costurar a marcação rival, abrindo espaço para seus companheiros, ele terminou com 11 pontos e 5 rebotes em 25 minutos de quadra. Mas não foi só isso. Foi ótimo na marcação em Marcelinho Machado, irritando o veterano em algumas ocasiões e trazendo dificuldade ao rival.
O Pinheiros perdeu a decisão da Liga das Américas, a dor vai ser grande por algum tempo e o sofrimento é inevitável. Isso é verdade, mas é bom colocar as coisas em perspectiva também. O, clube, que tem na sua veia a formação de atletas, viu desabrochar uma de suas maiores jóias. E o basquete brasileiro pode ter visto o surgimento de uma de um grande jogador. Humberto é jovem, tem muito a aprender, tem que desenvolver TODOS os aspectos de seu jogo, mas tem um potencial incrível.
Lembro que o vi pela primeira vez na Liga de Desenvolvimento passada e me impressionei com seu potencial físico (incrível para um armador), com sua personalidade, com sua boa defesa (um dos melhores aspectos de seu jogo!) e em como ele fazia todos os movimentos/fundamentos do jogo com naturalidade e boa mecânica, prova de que o trabalho de Zé Luís e Brenno, técnicos da base do Pinheiros, têm sido bem feito.
Não me lembro exatamente da partida, mas naquele dia seus arremessos não caíram. Conversei rápido com ele (nem me apresentei), e fiquei impressionado com sua força mental (excelente para quem tem – de novo – 18 anos). Em seguida, um especialista em analisar essas revelações me disse: "Bala, não se preocupe com isso. Ele está fazendo tudo certo. Mecânica de mãos, impulsão, pés, tudo. As bolas só não caíram hoje. Mas o menino vai voar em breve".
O guru estava certo. Humberto voou alto nesta Liga das Américas. Agora é manter a rota para seguir encantando com sua humildade, personalidade e talento. Seu futuro é brilhante.
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