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Bala na Cesta

O que eu vi na LDB desta sexta-feira

Fábio Balassiano

28/12/2013 00h30

rafa1Como vocês devem saber, ontem estive na Gávea para acompanhar o segundo dia das finais da Liga de Desenvolvimento. Vamos lá a alguns pontos bacanas:

1) Vou falar jogo a jogo, mas a definição dos semifinalistas ficou para este sábado. Na Chave B, o Flamengo tem 2 vitórias, com Bauru e Pinheiros com 1 e São José sem nenhuma. Neste sábado Flamengo x Bauru e Pinheiros x São José. Se Flamengo vencer, Pinheiros precisa de vitória simples para avançar. Caso Bauru derrote os rubro-negros e o Pinheiros passe pelos joseenses, saldo de cestas entre os três. Para São José, só uma chance: passar pelo Pinheiros e vitória do Flamengo contra Bauru para decidir em saldo com os três que teriam 1-2. Na Chave C, Brasília tem 2-0, com Minas e Ginástico com 1-1 e Basquete Cearense com 0-2. Neste sábado, Brasília x Ginástico e Minas x Basquete Cearense. Mesmo panorama dado acima, ok.

2) O primeiro jogo que vi nesta sexta-feira foi entre o Ginástico e Basquete Cearense. Vitória até certo ponto fácil do time de Belo Horizonte (o único que não joga o NBB entre os 8 finalistas da LDB, hein) por 73-51. A partida, porém, não foi boa, não. Os dois times amassaram o aro (4/34 de fora) e erraram demais (47 desperdícios de bola). Valeu pelo coração mineiro, pela vontade do time e por Rafael (foto à esquerda), jogador com boa técnica e que teve 28 pontos.

brasilia13) A partida seguinte foi entre Brasília e Minas. O primeiro tempo foi péssimo, bem ruim mesmo (21-18 pra turma da capital). No segundo, a intensidade melhorou, as defesas foram mais fortes e houve mais combatividade, embora as pontarias não estivessem em dia (4/30 de fora). Foi pra prorrogação a peleja, e lá os brasilienses venceram por 62-61. Ronald, com 22, foi o cestinha pelos vencedores, mas eu gostei mesmo foi do menino Maxwell, ala de Brasília. Aos 22 anos e com 1,97m, ele teve 19 pontos (alguns decisivos no tempo normal e outros na prorrogação), ótima leitura de jogo, paciência para rodar a bola e ainda boa postura defensiva. Natural de Pelotas (RS), ele jogou em Joinvile com Ênio Vecchi antes de chegar ao time da Capital. Olho nele!

caboclo14) Esperava demais da terceira partida do dia entre Pinheiros e Bauru. Os pinheirenses têm o elenco mais jovem da LDB (o núcleo formado por Caboclo, Humberto, Lucas Dias e Wesley poderá jogar as próximas quatro ainda de tão novos que são…), e do outro lado estavam os bauruenses, de Ricardo Fischer e Gui Deodato – são os atuais campeões, né. Mas a bola quicou e a turma mais novinha não deu a menor chance – a menor mesmo. Venceu por 71-60 sem deixar a menor sombra de dúvida sobre quem foi o melhor time em quadra. Bruno Caboclo (foto à esquerda) teve uma atuação magnífica (e os números de 19 pontos, 9 rebotes e 4 tocos falam muito pouco), conduzindo o clube da capital a uma importante vitória. O Pinheiros marcou demais, conseguiu contra-ataques e também viu seu pivô brilhar perto da cesta (Wesley, com 20 pontos e 5 rebotes). O lance mais bonito da partida foi quando Caboclo deu um toco na defesa, Georginho saiu com a bola em transição e lançou no alto para Caboclo, que veio correndo como um louco efetuar a ponte-aérea. O ginásio aplaudiu de pé. Foi lindo mesmo. Ricardo Fischer teve 15, mas errou 7 vezes. E Gui, 11, com 8 erros. Bauru esteve longe de fazer uma boa partida, tendo sido anulado pelo Pinheiros nos quatro períodos de jogo.

felicio15) Na última partida do dia (fiquei apenas no primeiro tempo), o Flamengo não jogou legal, mas contou com Cristiano Felício (27 pontos e 16 rebotes) inspirado para bater São José por 69-52, ficando próximo da vaga nas semifinais. O rubro-negro é fortíssimo jogando em casa e contando com Gegê e Felício tem tudo para ir longe novamente.

6) Falei disso ontem em Twitter e Facebook, e registro aqui também. Rubén Magnano esteve na Gávea para acompanhar a partida. Aproximei-me para entrevistá-lo, disse meu nome e ouvi dele: "Com você não falo, com você não falo. Pode ir embora". Virei, sem dizer uma palavra, e fui embora (repito: sem dizer uma palavra). Algumas coisas importantes: a) O técnico da seleção brasileira adulta fala realmente com quem ele quer e quando ele quer. Se não deseja falar comigo, paciência, só me resta virar as costas e ir embora – o que fiz; b) Não perderei um minuto do meu sono por isso por um motivo muito simples. Se as críticas aqui feitas a ele e à administração de sua empregadora (a CBB) o incomodam, eu só tenho uma coisa a dizer: elas continuarão. Cara feia pra mim é hambre; c) Tenho dois graves defeitos: fui muito bem educado pelos meus pais (não sei ser estúpido com ninguém) e tendo a não reagir quando as pessoas são grossas comigo (não sei reagir na mesma moeda de estupidez…); d) Eu não sei em que Faculdade de Comunicação o treinador da seleção brasileira se formou, mas ele espera o quê depois do desempenho assustador do time nacional na Copa América deste ano, de suas declarações horríveis sobre os atletas da NBA após o vexame ou da performance da entidade máxima que dirige pessimamente o basquete do país? Elogios? Só tapinha nas costas? Faça-me rir, né!; e) Por fim, eu só posso agradecer a Magnano. Simplesmente porque o que aconteceu nesta sexta-feira (tal qual já havia acontecido com a censura da Confederação em Anápolis) é a prova de que estou fazendo meu trabalho direito. Sem ele saber, foi o melhor elogio que eu poderia ter recebido. Ele talvez não conheça o Millôr Fernandes, mas ele dizia algo que sigo fortemente até hoje: "Jornalismo é SEMPRE oposição. O resto é quitanda de Secos e Molhados".

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