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Bala na Cesta

Fim de linha para este núcleo do Bulls?

Fábio Balassiano

18/12/2013 06h43

rose1Derrick Rose (foto à direita) se machucou no dia 22 de novembro, em Portland. Era uma sexta-feira. Até aquele dia o Chicago Bulls tinha 6-4 em uma campanha razoável e que todo mundo achava que melhoraria com o crescimento do ritmo de jogo do armador, que então retornava às quadras depois de quase 18 meses. Mas aquela sexta-feira pode ter mudado os rumos não só da carreira de Rose, operado no joelho pela segunda vez, mas também da franquia de Illinois.

Um mês depois da nova lesão do camisa 1 os Bulls têm 9-14 (3-10 depois da lesão de Rose, portanto), enfrentam hoje o Houston e amanhã o Oklahoma City Thunder – ambos fora de casa – e o cenário está longe de ser animador apesar de, no Leste, uma vaga nos playoffs ser possível mesmo com uma campanha tão ruim assim. Cheguei a escrever sobre o que aconteceria com o Chicago e com Derrick Rose aqui, mas confesso que está difícil de entender o que se passa na cabeça dos dirigentes de lá. Embora os desfalques sejam sentidos por serem bastante recorrentes e a defesa continue sendo o ponto forte da casa (é a segunda melhor de toda NBA), o ataque não se emenda e mal consegue marcar 90 pontos por jogo (é o terceiro pior da liga).

O time chegou a mandar o armador Marquis Teague para a D-League, mas logo depois o chamou de volta (ele mesmo não entendeu o porquê de ter sido enviado pra lá, já que com a lesão de Rose poderia aparecer mais). Demitiu, no começo da semana, o veterano Mike James e aí imaginei que Teague teria, enfim, mais espaço na rotação, já que, além de D-Rose no estaleiro, Kirk Hinrich está às voltas com lesões. Mas aí o que fez o Chicago? Contratou o não mais que razoável DJ Augustin, que chegou, pegou uniforme, ouviu duas ou três broncas do técnico Tom Thibodeau e foi pra partida de segunda-feira contra o Orlando para ganhar (pasmem!) 37 minutos. Os Bulls perderam do Orlando por 83-82, o United Center vaiou o time, que chutou 34%, e no final do jogo John Paxson, gerente-geral, confessou que precisava refletir no que estava acontecendo.

bulls2A questão é muito óbvia: será que este núcleo do Chicago chegou ao fim? Será que hora de reconstruir? Será que é hora de realmente explorar o mercado? São questões absurdamente complicadas de serem respondidas daqui, de longe, na lata, tão afastado que estamos dos problemas que os Bulls enfrentam, embora rumores bem fortes apontem para o interesse do time em Dion Waiters, do Cleveland e um jogador jovem que não parece ter exatamente o perfil que Thibs curte, para um lugar na ala. Pode ser um indício de que mudanças (no plural mesmo) virão.

Se tivesse que fazer alguma limpa, aliás, era bom o Chicago começar por agora. Luol Deng será agente-livre ao final dessa temporada e tem mercado nos times que ou brigam por título ou aceitam um contrato expirante. Carlos Boozer e Joakim Noah têm contratos mais longos e excelente aceitação no mercado, mas todo mundo sabe que a central questão em relação a dar um fim neste núcleo ou não chama-se Derrick Rose.

rose2Se o armador voltar à velha forma, dá pra segurar mais uma temporada ao invés de antecipar qualquer coisa (já se fala até em despachar Boozer para abrir espaço para Nikola Mirotic, que tem jogado uma bola redondinha no Real Madrid). O 'se' não joga, eu sei, e pode ser até ingênuo de minha parte, mas eu acho que o melhor a se fazer nos Bulls neste momento seja manter a cabeça fria, esperar mais um pouco.

Esta temporada já era pros caras, não sejamos levianos de achar o contrário. Que o time concentre esforços em recuperar Rose, trocar por algum pick no Draft que vem por aí e quem sabe em achar alguma negociação de última hora com algum desesperado. Deste canto aqui eu não acho que é hora de apertar o botão do rebuild em Chicago. É um dos elencos mais bacanas de se ver em quadra, um técnico absolutamente competente e uma ótima combinação de técnica (Rose, Deng) e força física (Boozer, Noah e Butler) para, quem sabe, desafiar Indiana e Miami no próximo ano.

Concorda comigo, ou acha que esta turma aí de Chicago já está na hora de procurar novos ares? Comente!

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