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Bala na Cesta

Reserva, Hinrich se adapta a nova função e mira título da NBA com o Bulls

Fábio Balassiano

16/10/2013 11h30

Não é exagero afirmar que o sério Kirk Hinrich é um técnico em quadra. Atento, ele está sempre olhando para Tom Thibodeau e orienta seus companheiros sempre que possível – seja em treinamento ou durante as partidas. Calmo, voz firme e usando seus óculos de proteção para evitar um problema maior em sua pupila esquerda, o armador de 32 anos entra em sua décima-primeira temporada na NBA defendendo, em sua segunda passagem pela franquia, o mesmo Chicago Bulls que o selecionou em sétimo lugar no Draft de 2003 (também jogou em Washington e Atlanta). O agora reserva de Derrick Rose conversou com o blog na semana do jogo contra o Wizards no Rio de Janeiro sobre a expectativa do time para a temporada que começa em menos de duas semanas e muito mais.

BALA NA CESTA: O que vocês estão esperando dessa temporada? Todo mundo já deve ter perguntado isso pra você, mas é inevitável, né.
KIRK HINRICH: Sim, pergunta que sempre vem mesmo (risos). Temos grandes, grandes expectativas para temporada. Primeiro temos que torcer para todos ficarem saudáveis, em boas condições físicas. Sabemos que o Miami Heat é o atual campeão, mas que podemos competir com qualquer um caso estejamos completos e em ótimo estado físico. Com todos e jogando de forma coletiva podemos ir bem longe. A expectativa é grande e o sonho é alto. Todos temos ambições imensas por aqui.

BNC: Título?
KIRK: Sim, título. Sabemos que podemos chegar às finais se tivermos sorte de nos mantermos saudáveis e sabedoria para atuar de forma coletiva e segura em todas as noites. Se será fácil? Claro que não. Se estamos confiantes? Sim, muito.

BNC: Ano passado você foi o titular e este ano volta para o banco de reservas já que Derrick Rose assume a função de armador que começa as partidas. Qual será exatamente a sua função neste time?
KIRK: Esta não é uma pergunta fácil pra mim. É uma nova função e preciso me adaptar o mais rápido possível. Mas farei o que sempre fiz: armar o jogo e defender com muita vontade. Obviamente que meus minutos vão mudar, serei reserva do Rose mesmo e não tem como esconder. Mas quero ser útil para o time, quero ajudar como for possível. Tenho que comandar o time da maneira que eu puder. O interessante é que meu estilo de jogo combina exatamente com o que o técnico Tom pede para fazermos em quadra – controlar a bola no ataque, marcar com força e sermos agressivos o tempo todo.

BNC: Sobre o Rose, como você o vê neste começo de jornada de volta às quadras?
KIRK: Ele está muito bem. Está fazendo uma ótima pré-temporada, ótimos amistosos, mas todos sabemos que precisamos ir com calma. A temporada é longa, bem longa e precisamos ser pacientes com tudo o que possa acontecer pois não será fácil pra ele.

BNC: Os times do Leste se reforçaram bem, e agora a Conferência parece mais competitiva do que nos anos anteriores. Indiana, Nets, Knicks, Bulls e Heat são equipes fortíssimas. Brigar por mando de quadra nos playoffs desde o começo do campeonato é a chave pra ir longe na temporada?
KIRK: O Leste ficou melhor, sem dúvida alguma. Os times que você citou estão realmente melhores, e ainda tem o próprio Washington, um time que há muitos jogadores talentosos que pode dar trabalho, o Bucks, que se reforçou, e o próprio Atlanta, que trouxe o Paul Millsap e o Elton Brand. O Leste está fortíssimo, e sabemos que toda noite será uma guerra. Quem largar na frente certamente será beneficiado com posições melhores na pós-temporada e este é o nosso objetivo, sim.

BNC: É impossível não perceber que você é um dos líderes dessa equipe. Não sei se por já ter jogado, por característica pessoal ou estímulo do Tom Thibodeau (o técnico) isso acontece…
KIRK: (Me interrompendo) Com certeza o Tom tem muito a ver com isso. Você já deve ter percebido que ele é bem agitado, fala pra caramba e quer que nós também nos comuniquemos em quadra. Eu, como armador e responsável por chamar as jogadas tenho que exercer este papel e isso influencia também. Mas, sem dúvida alguma, é algo meu, muito meu mesmo. Desde muito pequeno sempre fui assim, de querer liderar, comandar, organizar a equipe. Em Kansas (sua Universidade) tinha muita liberdade com os atletas e ajudou muito a me construir como um cara respeitado pelo grupo também fora de quadra. O Bulls atual é um grupo novo, jovem, e eu já passei por muita coisa. Tanto eu quanto o Nazr (Mohammed, o pivô de 36 anos) temos a obrigação de passar aos mais novos o que é esta liga e a importância de se manter sempre focado. Já não sou mais nenhum menino.

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