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Bala na Cesta

Na LDB, Flávio Davis e Guerrinha exercem função de orientador-técnico, excelente ideia

Fábio Balassiano

30/08/2013 11h20

Estive ontem na Gávea (Rio de Janeiro) pra acompanhar dois jogos da terceira edição da Liga de Desenvolvimento de Basquete, a LDB. Vi o Tijuca vencer o Goiânia em partida disputada (70-66 para os tijucanos, mas quem me chamou a atenção mesmo foi Murilo Veloso, dos goianos) e o Flamengo sofrer um bocado contra o voluntarioso time do Vitória (ES) até bater os rivais por 85-65 com 33 pontos e 12 rebotes do ala Diego (foto à direita), cujo talento cresce a cada temporada (este rapaz, tão marrento quanto talentoso, precisa jogar o NBB de qualquer maneira pra explodir de vez – e jogar é estar na quadra, e não no banco de reservas).

Poderia fazer uma análise técnica e/ou tática sobre as duas partidas, mas o fato mais importante me foi alertado por Guilherme Buso, Gerente de Comunicação da Liga Nacional. Uma das iniciativas da Liga Nacional para esta edição (algo que já foi feito na passada também) é ter um orientador-técnico assistindo às partidas. No Rio de Janeiro, Flávio Davis. Em Bauru, outra sede desta fase da competição, Guerrinha, técnico do time adulto da equipe do interior paulista.

Coordenador Técnico da Base do Minas e um dos mais estudiosos da modalidade, Flávio Davis tem um jeito calmo, analítico e bem ponderado pra função. Aos 46 anos e dono de fala mansa e calma, o encontrei no último andar da arquibancada conversando com João Victor Freitas, jovem técnico (23 anos) de Vila Velha (ambos na foto).

O objetivo da função, segundo Flávio Davis, não é criticar e muito menos avaliar os treinadores, mas sim trocar ideias, experiências, conversar e identificar pontos de melhorias em técnicos que lidam com jovens – e que muitas vezes, tal qual acontece com João Victor, são jovens pacas também. Sem citar nomes, o mineiro me contou que uma das dicas que ele deu a um treinador foi sobre o temperamento explosivo dele, que o impediu de dar instruções adequadas ao time, custando a vitória em uma partida recente da LDB.

Saí bem, bem animado da rápida conversa que tive com Flávio e João Victor, que escutava a tudo atentamente (deve ser uma baita experiência pra quem ouve e também pra quem fala, evidentemente). Além dos jovens em quadra, que evoluem com os (no mínimo) 28 jogos desta terceira edição da LDB, os técnicos crescem bastante quando são monitorados de perto (ponto pra LNB nessa também) por alguém disposto a ajudá-los.

Foi um fim de tarde feliz. Vi o basquete brasileiro tentando sair da cova, vi meninos com brilho nos olhos buscando espaço (ou, se quiserem ler algo mais brusco, cheios de tesão pra vencer no basquete), vi técnicos trocando ideias e uma turma, a da Liga Nacional, disposta a desenvolver a modalidade. É bom? É, é sim. É o ideal? Não, não é. Pode melhorar? Óbvio que sim. Mas que a Liga de Desenvolvimento, que mexe com formação (esportiva e pessoal), algo tão raro no esporte brasileiro (e uma das minhas grandes paixões também), melhora a cada dia não há a menor dúvida.

Que assim continue.

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