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Bala na Cesta

Anote este nome: norte-americana Breanna Stewart já faz estrago aos 18 anos

Fábio Balassiano

29/07/2013 15h10

A jovem norte-americana Breanna Stewart (foto) é um desses fenômenos do basquete que não surgem no esporte a toda hora. Aos 18 anos, a ala de 1,93m acaba de conquistar o Mundial Sub-19 com os Estados Unidos (vitória por inapeláveis 61-28 contra a França) e ser escolhida a MVP da competição que terminou no domingo em Lituânia com as médias de 16,9 pontos, 6,2 rebotes e 50,9% no aproveitamento de arremessos (nos jogos mais difíceis, contra França na primeira fase, Austrália na semifinal e na final de novo contra as francesas ela teve mais de 16 pontos em todos eles). Foi o seu terceiro título – antes o Mundial Sub-17 em 2010 e o Sub-19 em 2011.

Fã de Kevin Durant, a ala, presença constante em Twitter e Instagram, poderia cair pra ala-pivô ou pivô com esta altura, mas seria um desperdício pra tamanho (perdão pelo trocadilho) talento. Evoluindo cada vez mais nos arremessos de fora, Breanna lembra Lauren Jackson (tal qual Elena Delle Donne), mas sua envergadura e sua explosão física parecem ser ainda maiores e seu potencial físico também. Sempre jogando com atletas de idades mais avançadas, ela jamais se importou com isso e foi campeã mundial Sub-17 com 16 anos (12,8 pontos e 7,5 rebotes) e Sub-19 com 17 (11,2 pontos e 7,3 rebotes) sempre assumindo o papel de protagonista nas seleções dos Estados Unidos (por isso, em 2011, a Confederação local deu a ela o prêmio de atleta feminina do ano).

Seu prêmio maior, porém, veio com a convocação para o Pan-Americano de 2011. Aos 17 anos, a menina de braços longos e cabelo enrolado foi a segunda jogadora do ensino médio dos Estados Unidos a representar o país em uma competição oficial adulta (a outra foi Nancy Lieberman em 1975). E o que fez a menina? Liderou o time em rebotes (11,3), tocos (2,2) e terminou com assombrosos 15,4 pontos de média (50% de aproveitamento nos chutes). Antes de entrar na faculdade ela participou do Torneio dos Campeões, evento que reúne a nata do basquete colegial norte-americano. Eram 96 meninas, e vejam só o que a estudante da Cicero – North Syracuse High School (de Syracuse) fez no torneio de habilidades:

Breanna Stewart saiu do Arizona, sede do evento colegial, como a mais aplaudida, aclamada (ganhou o MVP do torneio) e visada jovem do país. Mesmo assim ela não teve moleza quando entrou na Universidade de Connecticut, um dos melhores programas de basquete dos Estados Unidos. O técnico Geno Auriemma (também comandante da seleção norte-americana) sabia que tinha um diamante em mãos, e fez questão de lapidá-la e educá-la desde o começo (ela seria reserva em sua temporada de estreia).

Geno, que dirigiu craques como Diana Taurasi, Sue Bird e Maya Moore, tinha tudo na cabeça. Colocou-a em uma academia para que seu jogo de finesse não fosse incomodado em territórios onde o físico fizesse a diferença e delegou a seu assistente Chris Daily a função de desenvolver ainda mais o arremesso de Stewart, que começou mostrando ao que veio anotando 20 pontos em três dos quatro primeiros jogos universitários, feito jamais visto no circuito norte-americano (uma novata, pessoal, uma novata…). Vindo do banco de reservas, na temporada ela registrou excelentes 13,8 pontos (segunda cestinha do time), 6,3 rebotes e 50,8% nos arremessos (33,4% nas bolas de três). Já seria muito, mas o melhor estava reservado para o final.

Aí veio o March Madness, torneio nacional com as melhores faculdades do país, e Breanna anotou 21 pontos de média (56% nos arremessos), guiou Connecticut ao título (na final contra Louisville (vitória fácil por 93-60) ela anotou 23 pontos e teve 9 rebotes (na semi contra Notre-Dame, show com 29 pontos, 5 rebotes e 4 tocos). Com inteira justiça, foi escolhida a MVP do torneio (a primeira novata a conseguir isso desde 1987). No final, assustado com o desempenho de sua caloura (sete bolas de três em oito tentativas nos dois últimos jogos), Geno disse: "Tenho medo do que ela poderá fazer no restante de sua carreira. Medo do que as adversárias sofrerão, claro".

É óbvio que ainda é muito cedo pra prever o que acontecerá com Breanna Stewart em seu futuro profissional, mas está muito claro que se trata de uma menina especial, bem especial. Talentosa, com potencial físico gigante, jogando de ala (posição 3, pessoal) com 1,93m (ainda deve ganhar dois, três centímetros) e ainda com espaço pra evoluir (principalmente em seus arremessos longos), fica difícil não pensar no que ela poderá fazer na WNBA em poucos anos.

Que ela continue melhorando a cada ano.

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