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Bala na Cesta

Com atuação de gala de Dwyane Wade, Miami vence Spurs no Texas e empata decisão da NBA

Fábio Balassiano

14/06/2013 00h45

Na terça-feira, depois do jogo 3 vencido facilmente pelo San Antonio Spurs por 36 pontos, muita gente criticava insistentemente LeBron James. Eu, neste canto, disse e repeti que para o Heat vencer no Texas nesta quinta-feira seria necessária ajuda de Dwyane Wade e Chris Bosh. E assim foi feito.

Intenso, Wade teve uma atuação de gala (jogando como o bom e velho Dwyane Wade, ele liderou o time com 32 pontos, 6 rebotes, 4 assistências e 6 roubos – nenhum erro, hein!), Bosh foi muitíssimo bem (20+13 rebotes) e LeBron James não ficou tão sobrecarregado assim, saindo-se com 33 pontos, 11 rebotes e 4 assistências. Com isso, a vitória no melhor jogo da decisão da NBA veio (109-93), o empate na série final está cravado em 2-2 e o jogo 5 de domingo será ainda mais sensacional.

Vamos a alguns pontos interessantes:

1) Tão criticado (injustamente ao meu ver) por essas bandas, Erik Spoelstra deu um verdadeiro banho tático para esta noite. Tirou Udonis Haslem do time titular, colocou Mike Miller e conseguiu o que queria – abrir o garrafão do San Antonio. Gregg Popovich sacou Tiago Splitter com 50 segundos, o jogo foi quase todo realizado com o famoso "quatro abertos" e assim o Miami deitou e rolou com seu jogo rápido e fluído. Outra coisa: Dwyane Wade comandou TODAS as ações ofensivas, como havia pedido aqui diga-se de passagem, deixando LeBron como finalizador e pronto para receber a bola no low-post (perto da cesta). Lá, James recebia e apenas girava em cima de seu marcador, sem tempo de a ajuda chegar (no caso a ajuda de apenas um homem alto, já que o outro, Splitter ou Duncan, estava no banco). O resultado não foi que o Miami, com quatro abertos e chutadores excelentes, passou a chutar de fora (foram apenas 12 tentativas), mas sim que o espaço para infiltrações e arremessos mais de perto enfim apareceu. Foram 50 pontos dentro do garrafão e 14 em contra-ataques. Se queriam ajuste de Spo, pois muito bem, o ajuste veio – e Pop não encontrou resposta durante o jogo. Parabéns ao treinador do Miami!

2) Dos quatro jogos da série, e por mais excepcionais que tenham sido todos os quatro (e foram mesmo), decidido até o final apenas o primeiro, aquele da cesta espírita de Tony Parker. O Big 3, dessa vez, foi surreal de bom, aliás. Wade+Bosh+LeBron tiveram 85 dos 109 pontos do Miami (78%).

3) O que acontece com Manu Ginóbili? Quase sempre genial, o argentino anda tenebroso na final da NBA (errou quatro de seus cinco arremessos nesta quinta-feira e tem, ao todo, 10/29 nos arremessos nesta série). A idade parece pesar para o hermano.

4) Como desperdiçou bolas o San Antonio esta noite (foram 19). Errando assim, não vai ganhar do Miami, time cuja defesa sempre foi muito, muito boa e cujo jogo de transição funciona muito bem quando a marcação consegue forçar estes erros (hoje foram 23 pontos através de desperdícios do Spurs).

5) O jogo 5 será no domingo, mas a série já terá no mínimo um jogo em Miami. A dúvida é: em que condição – se com o Heat ou com o Spurs na frente.

6) LeBron arremessou 25 bolas no jogo 4. No anterior, 21. Vamos parar com essa bobagem de dizer que o cara "apareceu" pra jogar. A diferença entre quinta-feira e terça é muito simples: havia um time a ajudá-lo e seus arremessos caíram. Simples assim. Falar em atitude não cola, sinceramente.

7) Um dado interessante sobre erros: quem errou menos ganhou a partida. Hoje, Miami teve 9. Spurs, mais que o dobro (19). Dar posse de bola de graça decididamente não é uma boa coisa.

Viu o jogo? Curtiu? Que atuação soberba de Dwyane Wade, não?

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