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Bala na Cesta

Mais detalhes da festa do Sport-PE, campeão invicto da terceira edição da LBF

Fábio Balassiano

06/04/2013 16h49

Por Aluísio Gomes Jr., direto de Recife (PE)

"O Sport que emociona, o Sport que a gente ama" é uma das frases favoritas da torcida do clube pernambucano. Está lá estampada nas arquibancadas do estádio da Ilha do Retiro. Pois se é emoção que a torcida queria, o time de basquete resolveu presenteá-la com altas doses de sofrimento na final da LBF, hoje pela manhã, contra a equipe de Americana. No final, porém, a festa veio com o título e triunfo por 62-57.

Depois de vencer a primeira partida em Americana (54×44) o Sport só precisava de mais uma vitória na série melhor de três para garantir o título, a torcida rubro-negra venho ao ginásio disposta a fazer festa. Uma hora antes do jogo 2.000 pessoas já se apertavam no Ginásio Jorge Maia. Enquanto o público chegava, a pivô Clarissa de Americana se aquecia tranquilamente, Iphone no ouvido, alheia ao que falavam para ela, com cara de quem queria estragar a festa.

Quando a bola subiu ficou claro que Americana tinha gostado da estadia em Recife e o time estava disposto a adiar a final. Num primeiro tempo muito fraco tecnicamente, o time paulista levou vantagem porque cometeu menos erros. Ambas as equipes tentavam acelerar demais o jogo e entregavam a bola de graça para o adversário. Com Karla começando no banco (contusão no joelho) o ataque de Americana se concentrava em Clarissa (19 pontos, 11 rebotes, melhor jogadora da competição) e a pivô correspondia usando da maior velocidade para passar pela forte marcação de Érika (16 pontos, 10 rebotes). A pivô do Sport, por sua vez, era a única que parecia está acordada no ataque rubro-negro que esteve anêmico no primeiro tempo chegando a passar mais de sete minutes sem converter nenhuma cesta. Ao final do primeiro tempo o placar marcava 21 a 17 para Americana. Sim, 38 pontos combinados para as duas equipes no tempo.

Não sei os que os técnicos Luiz Zanon e Roberto Dornelas falaram no intervalo, mas deve ter sido algo como: "Meninas, vamos jogar basquete" porque as duas equipes voltaram bem melhores no terceiro quarto e o jogo cresceu em técnica e emoção. Os arremessos de longa distância do time pernambucano começaram a cair, Palmira acertou duas nessa parcial, e o trabalho em cima de Érika começou a surtir resultados e as pivôs do time paulista se carregavam em faltas. Depois de ter cometido a sua terceira falta, Clarissa assistiu do banco, Franciele empatar o jogo em 39. Ao final do terceiro quarto, o escore estava rigorosamente igual em 41, ("A gente sabia que não ia ganhar o jogo em um quarto só, que a gente devia manter a atenção o jogo inteiro", falou a armadora, Adrianinha).

O Sport pode não ter ganho o jogo em um quarto só, mas foi no último, na hora de ver quem tinha mais garrafa vazia, que a armadora leonina apareceu. Enquanto Americana inexplicavelmente abandonava o jogo coletivo e o trabalho em cima da sua maior jogadora para tentar jogadas individuais com Roneeka (06 pontos) e Karla ( 08 pontos) , Adrianinha (16 pontos, melhor jogadora do campeonato na votação da torcida do Sport) decidia o campeonato com uma bola de três a 1:41 do fim do jogo comemorado na arquibancada como se fosse um gol no último minuto de partida. No minuto final quando Érika fez a cesta que abriu oito pontos na liderança, a torcida rubro-negra finalmente soltou o grito de é campeão. Fim do jogo (62-57) e muito frevo nas comemorações, o Sport campeão invicto e primeiro time do Nordeste a ser campeão nacional de basquete feminino, "fizemos história aqui" declarou Adrianinha.

Agora é torcer para que essa história e perdure e der mais frutos, ("A palavra de Sport tem que ser continuidade, tem que aproveitar o momento bom que o desporto olímpico pernambucano está vivendo", disse o técnico Roberto Dornelas). Quem sabe até o próximo ano o ginásio municipal da cidade (Geraldão) esteja finalmente reformado e apto a receber 15000 pessoas para uma final. Quem sabe tenhamos mais de sete equipes no campeonato e mais do Nordeste do país. Fica a torcida para que o basquete brasileiro se estruture e mais histórias como a de Clarissa, Mô e tantas outras apareçam.

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