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Bala na Cesta

Em casa, Chicago Bulls aposta na defesa para impedir 28ª vitória seguida do Miami na NBA

Fábio Balassiano

27/03/2013 00h30

Será um grandíssimo jogo de basquete logo mais no United Center, em Chicago (21h, com transmissão da ESPN). Os Bulls (38-31) jogam em casa para ainda tentar ficar com o mando de quadra no Leste mas é muita ingenuidade pensar que a partida contra o Miami Heat (56-14) é apenas "mais um jogo da temporada regular da NBA", como os jogadores do Chicago querem tentar passar. Não é.

O Miami vem de 27 vitórias seguidas, estão a seis jogos de empatar com o Los Angeles Lakers de 71-72 como a equipe que conseguiu a maior série da NBA e todo mundo que jogar contra os caras entrará em quadra com isso na cabeça ("pô, irado ganhar e acabar com essa brincadeira do LeBron"). A questão que fica é: será que o Chicago, ainda sem Derrick Rose, tem bola para bater o Miami outra vez neste campeonato (até agora uma vitória para cada na casa do rival, aliás)?

Quem conhece um pouco de Tom Thibodeau, técnico do Chicago e certamente um dos cinco melhores da NBA certamente dirá que sim, os Bulls  (pensem só no que este cidadão da foto tem conseguido fazer sem Derrick Rose e com Nate Robinson armando o jogo e com Carlos Boozer no garrafão e me digam se chegar a 40, 45 vitórias não é espetacular). É óbvio que ele fará ajustes para tentar conter LeBron James, Dwyane Wade (o camisa 3 jogará logo mais), Chris Bosh e companhia, e uma possível vitória contra o melhor time da liga passa justamente pelos ajustes defensivos que ele fará.

Alguns números para apimentar a discussão sobre a peleja de logo mais (puxarei só sobre o ataque do Miami x a defesa do Chicago):

1) Os Bulls têm a terceira defesa menos vazada da NBA com 92,3. O ataque do Miami, por sua vez, faz 103,5 por noite (24% dos pontos do time, aliás, vêm de chutes de três pontos).
2) O Chicago permite que seus rivais façam 43,9% dos arremessos por noite. O ataque do Heat converte 49,6% de seus arremessos.
3)  O Miami queima 39% de seus ataques antes dos 10s de posse de bola com 51,9% de acerto nos arremessos e 65% de chutes vindo de assistências. O Chicago, por sua vez, é o time que menos permite assistências na liga (18,6).
4) O Miami, essa máquina de jogar basquete, é o time que MENOS arremessos por noite tenta na NBA (78,2), mas tem aproveitamentos sensacionais em dois pontos (53,5% de dois pontos e 39,2% de fora), prova da altíssima qualidade do elenco e do entendimento que o time tem de jogo.
5) Ainda sobre o ataque do Miami. O time é o melhor em pontos por posse de bola (1,01), em jogadas de isolamento (11,5% dos ataques vêm assim, com 41,7% de aproveitamento), em arremessos desmarcados (25% dos ataques são concluídos com chutes soltos, prova que a bola roda muito bem – com 43,2%) e em jogadas de transição (13% dos ataques são assim, com 1,23 pontos por posse e 63% nos arremessos).
5.1) Shane Battier (atenção) tem 72,9% de seus ataques em chutes desmarcados – ou seja, o cara aproveita todas as dobras de marcação em LeBron James para se posicionar para arremessar (tem 45% nos três pontos neste tipo de situação). Ray Allen, por sua vez, contabiliza 34% de suas jogadas ofensivas assim, com 49,4% nos tiros longos.
6) A defesa do Bulls, por sua vez, é a terceira melhor da liga (0,85 pontos por posse de bola do rival – a marcação arrebenta mesmo!), a que tem a melhor relação assistências por arremesso convertido do adversário (0.526) e o quinto em menos pontos no garrafão (38,9 – isso com Carlos Boozer por lá, é bom dizer).

Será que o Chicago consegue impedir a 28ª vitória consecutiva do Miami na temporada? Comente!

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