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Bala na Cesta

Meu balanço sobre final o fim de semana das estrelas do NBB em Brasília - saldo positivo

Fábio Balassiano

04/03/2013 07h50

Como você sabe, terminou ontem o fim de semana das estrelas em Brasília. E o saldo é extremamente positivo. Em cinco anos a Liga Nacional de Basquete, organizadora do NBB, conseguiu o inimaginável para que acompanhava os campeonatos nacionais organizados pela CBB: trazer organização, transparência, credibilidade, seriedade e modernidade na tomada da maioria das decisões. Se peca (e peca – vou falar sobre isso), a sensação que tenho é que esses caras que tomam conta da LNB hoje estão tentando acertar com todas as forças e têm o compromisso de desenvolver o campeonato e a modalidade.

O fim de semana todo foi muito bem organizado (pontos mais uma vez para a equipe comandada por Guilherme Buso, responsável pela Comunicação da LNB – o técnico Pizza disse que ele foi um grande jogador, mas não dá pra crer muito nisso), mas a Liga ainda tem muito espaço pra crescer – o que também é excelente e mostra que há espaço para vermos eventos ainda melhores. Sei que há uma questão financeira que hoje a complica bastante (o NBB perdeu dois patrocinadores, Netshoes e Eletrboras, em um ano e até agora não repôs), mas há alguns pontos que merecem atenção.

Os jogos da Liga de Desenvolvimento foram com ginásio completamente vazio – e a molecada atuar com público seria ainda mais bacana pra eles. Não entendi até agora por que não colocaram as semifinais para sexta-feira antes dos eventos de habilidades, três pontos e enterradas do NBB e a final para depois do jogo das estrelas propriamente dito. Muitos colegas da imprensa ainda citam como ponto bacana (embora eu não ache isso o mais necessário) ter um jogo do time local (no caso Brasília) nos dias anteriores ao evento (como aconteceu em Franca, quando os francanos jogaram contra o Flamengo na quinta-feira anterior a peleja). Já falei aqui sobre a falta de homenagens a Oscar, Ary Vidal e aos bicampeões mundiais também, né.

Outra coisa: embora os públicos tenham sido ótimos (sete mil pessoas em cada dia), dava pra encher o ginásio Nilson Nelson de forma completa (11 mil). O povo de Brasília ama o time de sua cidade, e faltou mostrá-los que o evento era pra eles. Não vi uma comunicação voltada para o público candango (rádio, jornal, TV etc.). O preço dos ingressos (de R$ 40) também pode ter afastado a galera. Há, também, dois outros fatores: a maior parte das estrelas da equipe (Nezinho, Alex, Giovannoni e Arthur) sequer participaram dos eventos de sexta-feira (erro crasso pra mim), o que ajudou ainda mais a diminuir o público, e o fato de os torcedores gostarem mais do time de Brasília do que de basquete – e como foi um evento de basquete, de festa do basquete, não houve tanto interesse. Sobre este último, é natural e compreensível.

Como disse acima, o saldo é amplamente positivo. O foco, agora, deve estar na evolução técnica (a parte mais difícil do trabalho da Liga, sem dúvida alguma), no investimento na base (a LDB, que começa em junho deste ano, se estendendo até fevereiro de 2014 com no mínimo 28 jogos por equipe, ajudará muito), na série B (é de lá que poderão surgir as revelações do basquete do país) e principalmente em popularizar o NBB (basquete, acreditemos nisso pois é a realidade, ainda é um esporte para poucos por aqui). É um trabalho que será difícil, árduo, complexo, lento, mas dá pra confiar que nas mãos dessa galera (Cássio Roque, Sergio Domenici, Paulo Bassul, Guilherme Buso, entre outros) ande muito mais rápido do que a gente imagina.

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