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Bala na Cesta

O grande desafio de Fab Melo em Boston - será que ele conseguirá passar pelo crivo de Garnett?

Fábio Balassiano

30/10/2012 11h30

No duelo de maior rivalidade e emoção na noite de abertura da temporada 2012-2013 da NBA, dois brasileiros estarão no banco de reservas de Doc Rivers, técnico do Boston Celtics que terá o Miami Heat pela frente logo na estreia: o experiente Leandrinho, contratado às pressas para ser o reserva de Rajon Rondo, e o novato Fab Melo (foto). Dos dois, fico muito mais preocupado com o último.

Pivô de 2,13m e 22 anos, Fab Melo tem uma história bem distinta. Surgiu nas divisões de base do basquete mineiro, foi para o Junior College nos Estados Unidos, se destacou e ganhou a chance de ouro de jogar em um dos melhores programas do país, o de Syracuse. Vinha tendo uma segunda temporada excelente, sendo reconhecido como o responsável pela melhora defensiva dos laranjinhas, mas acabou por escorregar em seus próprios erros.

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Foi suspenso pela NCAA por razões disciplinares na semana do March Madness (ele teria notas abaixo da média, embora isso não seja confirmado), deixou seus companheiros e técnicos na mão e aí decidiu pular para a NBA – sem sequer cogitar um retorno a Syracuse para se desenvolver em termos técnicos e comportamentais.

Sem fundamentos prontos (seu arsenal ofensivo ainda é muito pobre, e eu não sei se franquias que buscam produtos prontos terão paciência de esperar muito), sem estar totalmente preparado, acabou sendo recrutado para a maior das pauleiras – jogar na melhor liga do mundo, no time mais tradicional dos Estados Unidos e dividir o garrafão com um dos caras mais exigentes do planeta, Kevin Garnett (se você não lembra, dá só uma olhada no que ele fez com Glen Davis há alguns anos clicando aqui).

Por isso a preocupação com Fab (seu nome é Fabricio), cujo rendimento na pré-temporada inspirou ainda mais cuidados (ele teve apenas dois pontos nos 47 minutos que ficou em quadra durante oito jogos, sendo o menos aproveitado dos homens de garrafão dos Celtics). Com gigantes de bom nível (Garnett, Green, Sullinger, Bass e o experiente Chris Wilcox), fica difícil esperar alguma coisa do brasileiro nesta temporada.

Se tiver alguns minutos, terá que aproveitar, jogar como nunca, defender como um louco. Nos treinos, tem que mostrar a Kevin Garnett, a Rajon Rondo e a Paul Pierce, cardeais de um elenco que sabe o que quer nesta temporada, que pode, sim, estar entre eles, jogar ao lado deles (nisso Leandrinho poderá ajudá-lo, diga-se). A Doc Rivers, qualquer demonstração de defesa acima da média já contarão.

Insisto que não será um ano fácil para Fab (não duvido que ele seja emprestado para a afiliada do Boston na D-League), mas ele não pode desistir – como sempre foi em sua carreira. É aproveitar a chance de treinar e ver Kevin Garnett, um dos melhores de todos os tempos, de perto e evoluir rapidamente.

Será que ele terá sucesso com uniforme verde? Comente na caixinha!

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