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Bala na Cesta

Raio-X do Basquete Feminino: minha proposta de melhoria para a Liga de Basquete

Fábio Balassiano

28/08/2012 15h33

No post passado você leu um pouco do que eu faria com a seleção brasileira feminina de basquete, né. Agora é a vez de falar um pouco sobre a Liga de Basquete Feminino, que entra em sua terceira edição com um produto feio pacas. Coloquei alguns pontos que poderiam ajudar o torneio a evoluir:

1) Assim como o vôlei e o Instituto Australiano de Esporte (AIS) já fizeram, eu colocaria uma espécie de seleção brasileira Sub-20 para atuar por algum clube. As meninas que têm surgido não possuem tempo de quadra, precisam de espaço e necessitam de experiência e poderiam passar uma ou duas temporada treinando exaustivamente e com orientação direcionada para elas. Se fosse possível, colocaria o grupo (12, 15 atletas) para treinar justamente com o técnico da seleção brasileira adulta. É óbvio que seria necessária uma conversa com os clubes formadores, que deixariam de usar suas atletas, mas é só refletir um pouco. Americana, maior celeiro de jogadoras atualmente, quase não coloca Leila, Débora, Fabiana e Tássia pra jogar. Dois campeonatos depois, elas voltariam maduras, melhores e prontas para atuar no time de cima. Ah, e um supervisor-técnicos, como é Paulo Bassul agora no NBB, cairia muito bem também.

2) Conversaria fortemente com a Confederação Brasileira, com quem a LBF mantém relação estreitíssima (para dizer o mínimo), e trataria de fazer com que a entidade, que nada em dinheiro (orçamento de mais de R$ 20 milhões/ano), bancasse dois reforços estrangeiros para cada time, aumentando, assim, a competitividade e o nível técnico da competição. Seria muito bacana voltarmos a ver nomes de peso por aqui (só lembrando: Amaya Valdemoro, Cinthia Cooper, Vedrana, Vicky Bullet, entre outras, já atuaram por aqui…).

3) É fundamental aumentar o número de equipes que participam da Liga de Basquete Feminino. E se São Paulo parece ter "esgotado" seu estoque de times na principal competição do país, garanto que há espaço, e localidades, que gostariam de acolher uma agremiação da LBF. O Maranhão basquete já provou que há este tipo de demanda. É só correr atrás. Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Manaus são grandes capitais sem times de basquete na elite nacional. Que tal arriscar um papo com dirigentes destas cidades? Massificação, alguém entendeu isso também?

4) Além disso, é necessário sentar e conversar com clubes formadores que poderiam fazer parte da primeira divisão nacional. Jundiaí e Mangueira, para ficar em apenas dois exemplos de São Paulo e Rio de Janeiro, têm estrutura, trabalhos corretos e tradição para ingressarem na LBF. O que falta? Um pouco de apoio financeiro prioritariamente. Que a Liga, portanto, dê ferramentas (e não grana) para que estes clubes se organizem e consigam atuar. É inadmissível, sinceramente, que o Rio de Janeiro, cidade olímpica, não tenha um time no principal campeonato de basquete feminino do Brasil.

5) Para ajudar na relação com as comunidades locais, faria, como já foi feito por João Henrique Areias no começo do Nacional da CBB, parcerias com as faculdades, e colocaria um time de jovens para atuar com o time da cidade. Seria uma espécie de estágio supervisionado de estudantes de estatística, administração, publicidade, jornalismo, educação física, fisioterapia e outras áreas. Seria muito bacana para os jovens, que logo estariam em contato com o mercado profissional, e para os times, que teriam mão-de-obra local e com vontade de aprender/crescer (fora que o custo é menor, evidentemente). O Areias já fez isso em Uberlândia, e deu muitíssimo certo.

6) Contrataria duas agências urgentemente. Uma boa de marketing esportivo (vocês sabem bem de quem eu NÃO estou falando, certo?) e outra de promoção de eventos para ajudar a captar patrocínios, tornar o produto um pouco mais "vendável" e tentar transformar as partidas em pontos de encontro não para quem gosta de esporte, mas sim para quem quer se divertir. Não é tão difícil assim, sinceramente, enxergar que o produto precisa ser mais bem arrumado, certo?

7) Sei que os direitos de transmissão de TV a cabo são do Sportv, mas acho que para um maior alcance do produto a TV Aberta seria fundamental. A TV Globo dificilmente teria interesse, mas sinceramente acredito que a Band, que já passou Nacionais de basquete feminino (se não me engano o de 1998, aquele que o Fluminense venceu…), ou a Record se interessariam.

8) Por fim, faria um calendário maior, mais amplo. Não é possível que em 15, 20 jogos as meninas evoluam alguma coisa, mas certamente com 35, 40 alguma coisa em termos de desenvolvimento seria vista. Aumentando o número de equipes, claro, faria com que a tabela crescesse também, mas se não for o caso pra LBF3, que crie-se uma espécie de Copa da Rainha (Espanha), mais um turno ou algo do gênero. O torneio é curto demais atualmente.

E aí, o que acham da proposta? Comentem na caixinha!

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