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Bala na Cesta

Raio-X do Basquete Feminino: sobre Iziane, vale a pena insistir com ela na seleção?

Fábio Balassiano

27/08/2012 11h49

Está chegando ao fim o Raio-X do basquete feminino brasileiro feito por este blogueiro aqui (quem perdeu os capítulos anteriores, é só clicar para relembrar tudo). Amanhã colocarei aqui minha proposta de mudança, ou seja, algumas ideias que podem, sim, ser feitas a curto e longo prazo para tentar reativar a modalidade no país.

Mas hoje é a vez de um assunto sabidamente espinhoso. O nome dela é Iziane Castro Marques, e sua coleção de polêmicas renderia um livro de 400, 500 páginas. A última, vocês lembram, veio quando ela foi expulsa por Hortência da seleção feminina que em uma semana estrearia na Olimpíada de Londres por ter levado namorado pra dentro da concentração. Por isso a pergunta que fica é: ainda vale a pena insistir com ela para o próximo ciclo olímpico?

Minha resposta de cara seria não, mas acho que é preciso dar uma olhada com cautela para isso tudo e analisar alguns pontos importantes. O primeiro é: na WNBA, com gestão, disciplina e linha dura da técnica Marynell Meadors, Iziane não sai da linha, não apronta absolutamente nada de errado. Ou seja: ela respeita o que lhe é imposto. Em segundo lugar: no Atlanta Dream, seu último time, ela tinha uma função definida. Quando decidiu não mais cumprir, chutar como se não houvesse amanhã, saiu do quinteto titular e foi pro banco. Entendeu a situação, retomou seu basquete e foi fundamental no final da temporada passada. Simples, não? Fazia o que a técnica pedia, jogava. Não fazia, banco. Não é tão difícil.

Iziane tem um gênio difícil (embora, é bom dizer isso, sempre tenha me tratado muitíssimo bem), mas é importante olhar também para a draga que é o panorama técnico do basquete feminino atual. Se não é craque (longe disso), ao menos poderia contribuir como grande definidora de contra-ataque que sempre foi – desde que, claro, saiba exatamente qual é a sua função e que seja cobrada por isso. Em comparação com as demais alas que o país tem, ela sobra – em termos técnicos, físicos e em experiência internacional -, e é preciso que o técnico, seja ele Tarallo ou outro que Hortência escolha, saiba utilizá-la como ela deve ser usada (sem achar que ela vai resolver tudo individualmente, por exemplo).

O caso pré-Olimpíada foi absurdamente mal conduzido e, caso houvesse mais calma entre as partes, poderia ter sido resolvido interna e calmamente. De novo eu acho que vale uma conversa franca, uma conversa definitiva. Iziane está longe de ser um exemplo do que deve ser feito (está mais para ser exemplo do que NÃO deve ser feito), mas poderia ser usada ao lado de Érika como pontos de sustentação em uma renovação drástica que precisa passar o basquete feminino brasileiro.

Concorda comigo? Ou Iziane nunca mais na seleção brasileira? Comente na caixinha!

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